sábado, 30 de janeiro de 2016

Laboratório do Sono desenvolve técnica inédita para tratamento do ronco

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Dados da OMS - Organização Mundial da Saúde revelam que aproximadamente 40% da população dorme mal. Entre os principais fatores está a apneia obstrutiva do sono, eventos de pausas de sono com mais de dez segundos. Como consequência deste problema, a pessoa que sofre de SAOS - Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono, tem alto grau de risco da ocorrência de infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC). Também pode favorecer o desenvolvimento de síndrome metabólica, com o acúmulo de gordura, alteração do açúcar no sangue e hipertensão arterial.
O Hospital Samaritano de São Paulo realizou no mês de julho, pela primeira vez no Brasil, um procedimento de colocação de eletroestimulador (marca-passo) para tratamento da apneia obstrutiva do sono. Este procedimento utiliza um dispositivo desenvolvido nos Estados Unidos, com estudo clínico realizado na Bélgica, Itália, Alemanha, Austrália e Estados Unidos desde 2009 e que demonstrou eficácia em 77% dos casos.

Dr. Eric Thuler, coordenador do Centro de Tecnologia em Otorrinolaringologia do Hospital Samaritano de São Paulo, em conjunto com sua equipe e auxiliado pelo Dr. Ofer Jacobowitz (EUA), foi o responsável pela realização do procedimento. O especialista explica que há uma relação direta da perda da capacidade de sustentação da musculatura da faringe e da língua na causa da apneia obstrutiva do sono. “Esse dispositivo, através da eletroestimulação do nervo hipogloso, que inerva esta região, é capaz de manter o tônus da musculatura. O conceito é o mesmo adotado para o tratamento de outras doenças neuromusculares como Parkinson e bexiga neurgênica”.

O dispositivo foi colocado em caráter de exceção, como uso compassivo - produto importado pelo paciente, fabricado pela americana ImThera Medical e importado pela Ciclomed -, e ainda não é comercializado no Brasil (está disponível na Europa, Ásia e América Latina). “É indicado em casos de falha na adaptação ao tratamento com o CPAP (Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas)”, completa o especialista.

A realização do procedimento e o teste de ativação dão início ao tratamento que ocorreu 30 dias após a realização do procedimento, para aguardar a cicatrização dos tecidos, sendo feita durante um exame de polissonografia. Na sequência, o eletroestimulador é acionado diariamente pelo próprio paciente, por controle remoto, antes de dormir. “O dispositivo não exige uma manutenção periódica, exceto a bateria que deve ser trocada a cada 15 anos”, explica Dr. Thuler.

Segundo o especialista, acredita-se que o tratamento da apneia obstrutiva do sono por meio da eletroestimulação seja o futuro para o controle deste tipo de doença.
“Estamos honrados em realizar a colocação deste implante pela primeira vez no Brasil. Acreditamos no benefício que este procedimento trará aos pacientes tanto na qualidade de vida, quanto na prevenção de outras doenças relacionadas, como infarto e AVC”.

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