segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Microcefalia: a doença que passou a assombrar as grávidas no Brasil

O mosquito Aedes aegypti, transmissor do zika vírus

O nascimento de 739 bebês com um perímetro cerebral menor do que o normal até a última sexta-feira acendeu um alerta vermelho na saúde pública brasileira. O aumento, considerado pelo Ministério da Saúde como “inusitado”, de casos de microcefalia ainda não tem um motivo oficial, mas a principal suspeita é que ele tenha relação com o contágio das mães pelo zika vírus, transmitido pelo mesmo vetor da dengue, o que coloca em foco a dificuldade do país em combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti.

A microcefalia é uma malformação congênita em que o cérebro do feto não se desenvolve de maneira adequada. O bebê, quando nasce, apresenta um perímetro cefálico menor do que os 33 centímetros considerados normais. Além de trazer risco de morte, a condição pode ter sequelas graves para os bebês que sobrevivem, como dificuldades psicomotoras (no andar e no falar) e cognitivas (como retardo mental).
O número de casos suspeitos de microcefalia neste ano é mais de 400% maior do que o registrado no ano passado, quando 147 bebês nasceram com o problema – em 2013, foram 167 casos. Até o momento, o aumento anormal foi registrado em 160 municípios de oito Estados do Nordeste e em Goiás, com um óbito possivelmente relacionado. A maior parte dos casos (487) se concentra em Pernambuco. “Uma vez que a causa da microcefalia ainda não é conhecida, as mulheres que planejam engravidar neste momento devem conversar com sua família e a equipe de saúde sobre a conveniência de engravidar neste momento ou não”, chegou a afirmar o diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Claudio Maierovitch, no portal do órgão, em orientação às mulheres do Nordeste.
Nesta terça-feira, em uma coletiva de imprensa, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, confirmou que há uma correlação positiva entre o vírus e os casos de microcefalia. "É o primeiro caso no mundo e, pelo ineditismo, não temos relatos em literatura e em outros países que pudessem nos orientar."
O pediatra infectologista Marco Aurélio Safadi, professor da Santa Casa de São Paulo e secretário do Departamento Científico de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, concorda com a orientação de Maierovitch. “Não tem vacina, tratamento e intervenção que possa alterar essa consequência. É o momento de se evitar a gravidez, especialmente nessas áreas mais afetadas.”
Para ele, a dificuldade de se estabelecer a relação direta entre o contágio pelo vírus e os casos de microcefalia acontece porque a infecção pelo zika ocorreu, provavelmente, no primeiro trimestre da gravidez, período no qual há maior risco de se gerar a malformação congênita. Por isso, não era mais possível realizar exames para confirmar a hipótese, já que quando o bebê nasceu a infecção da mãe já havia passado. Mas, depois da suspeita de correlação, as equipes de saúde começaram a realizar punção do líquido amniótico de gestantes com fetos diagnosticados com microcefalia. Em duas dessas gestantes, na Paraíba, se detectou a presença do vírus. Essa foi a primeira vez, no mundo, em que se percebeu a presença do zika no líquido amniótico, o fluído que envolve o feto e ajuda a alimentá-lo.
Safadi ressalta que até o momento pouco se conhecia sobre as sequelas possíveis do zika, já que ele é um vírus de circulação bastante restrita a áreas remotas. “Agora, pela primeira vez, está circulando em local de alta densidade e com serviço de vigilância epidemiológica bem formado. Só agora é que se pode ter percepção da implicância neonatal que ele tem”, ressalta.
Surto no Brasil
O vírus zika é semelhante filogeneticamente aos da dengue e da febre amarela. Ele foi descoberto pela primeira vez na floresta de Zika, em Uganda, em 1947, em macacos usados como sentinelas da febre amarela (animais usados para que se monitore o aparecimento de uma doença). Mas, até 2007, ele era relativamente desconhecido, até que surgiu um grande surto em ilhas próximas aos Estados Federados da Micronésia (acima da Austrália). Entre outubro de 2013 e fevereiro de 2014, um novo surto atingiu a Polinésia Francesa, com 8.264 casos suspeitos. Nesta ocasião, foram identificados 38 casos de pessoas que haviam sido infectadas pelo zika e que desenvolveram a síndrome de Guillain-Barré, uma doença caracterizada por uma inflamação aguda do sistema nervoso. Isso seria um indicativo de que o zika tem uma atração pelo sistema nervoso, o que ajuda a explicar a existência da microcefalia como uma das consequências da doença.
Em fevereiro de 2015, começaram a surgir no Brasil casos que depois foram atribuídos à doença. Segundo um boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, eles se concentravam na região Nordeste do país e, na maioria, atingiam pessoas de 20 a 40 anos. Uma das suspeitas iniciais era de que a entrada do vírus no país tivesse relação com a Copa do Mundo, ocorrida sete meses antes. Agora também se acredita que o vírus possa ter chegado com atletas de um campeonato de canoagem ocorrido em agosto passado no Rio de Janeiro, que tinha forte presença de atletas dessa região da Oceania afetada pelo vírus.
De acordo com o boletim, já foram registrados casos de zika vírus em 18 Estados, entre eles Rio de Janeiro e São Paulo. Segundo um relatório da coordenação do Programa Nacional do Controle da Dengue, também do Ministério da Saúde, haviam sido notificados no Brasil até o mês passado 84.931 casos de zika por algum dos sistemas de vigilância do país -esses dados, entretanto, não são finais e podem estar bastante subestimados, já que a doença não era de notificação compulsória.
Em Pernambuco, onde estão concentrados os maiores casos de microcefalia, só há registros de dois casos de zika neste relatório. Para Gessyanne Vale Paulino, secretária municipal de Saúde de Jaboatão dos Guararapes (Grande Recife) e presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde de Pernambuco, uma das explicações possíveis para isso é que muitos serviços de saúde desconheciam a existência do zika e, por isso, podem ter notificado casos da doença como sendo dengue. Segundo o mesmo relatório do ministério, o Estado notificou 80.338 casos suspeitos de dengue do início de 2015 a 19 de outubro  – número muito superior ao do mesmo período do ano passado (8.762). Isso pode ter se repetido em diversos Estados, já que a notificação de casos de dengue disparou neste ano: foram 1,4 milhão de casos prováveis até a mesma semana de outubro, diante de 538.050 casos no mesmo período de 2014. Outro vírus novo transmitido pelo mesmo mosquito vetor, o chikungunya, pode ter contribuído também para o estouro de casos, já que possui os mesmos sintomas da dengue.
Os dados de contágio por zika no país inteiro estão, provavelmente, bastante subestimados, já que a doença, por ser nova e ter sintomas parecidos e mais brandos que os da dengue, não foi colocada pelo Ministério da Saúde no grupo de doenças de notificação compulsória  -aquelas que os hospitais são obrigados a avisar para as secretarias de saúde. Além disso, o ministério estima que em 82% dos contaminados ela se desenvolva silenciosamente, sem apresentar qualquer sintoma.
Mas, para o infectologista Celso Granato, do Fleury, ainda existem perguntas sem resposta em meio ao aumento dos casos de microcefalia. "É surpreendente esse relato, já que houve epidemias grandes na Polinésia que não tiveram esse mesmo resultado. Por que aqui houve tantos casos e não lá? Por que houve mais casos em Pernambuco do que em qualquer outro lugar do Brasil?", questiona ele. Entre as explicações possíveis para isso estão a questão genética (diferente entre Brasil e Oceania) e a interação com outro fator externo, como um medicamento, por exemplo. Há a possibilidade até de que os casos não sejam, de fato, causados pelo zika -apesar de o ministério apontar que a correlação é de 90%. "Parece ter uma peça faltando", ressalta Granato.
De qualquer maneira, para especialistas o caso já demonstra a incapacidade do Brasil de conseguir controlar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor de quatro tipos de dengue, do chikungunya e do zika. “A única ferramenta efetiva para combater a doença é controlar o vetor. A gente tem sido derrotado constantemente. O mosquito tem ganhado a batalha há muitos anos”, destaca Safadi.
Paulino, secretária de Saúde de Jaboatão dos Guararapes, afirma ainda que neste ano, mesmo depois de ter sido registrado um pico enorme de notificações de casos de dengue no país, o Ministério da Saúde atrasou o repasse dos larvicidas usados pelos agentes para matar as larvas do mosquito. "Teve uma insuficiência da quantidade solicitada. Nos últimos três meses recebemos larvicida pela metade", disse ela. O Ministério da Saúde confirmou em coletiva que houve um atraso, mas disse que o sistema de logística já está normalizado.
O ministro da Saúde afirmou ainda que existem algumas tecnologias possíveis para ajudar no combate ao mosquito, como a implementação de mosquitos trangênicos que impedem a continuidade do ciclo biológico do Aedes aegypti, o desenvolvimento de uma bactéria que contamina o mosquito, distribuir telas em casas de pessoas e a distribuição de repelentes. "São tecnologias nunca usadas em nenhum lugar do mundo. O que nos resta no momento é atacar de maneira mais efetiva o mosquito", disse Castro. "Vamos ter que mobilizar toda a sociedade nesse combate. Estamos enfrentando um problemão muito grande para resolver."

10 perguntas sobre a microcefalia


O Ministério da Saúde divulgou que até último dia 20 de novembro, 739 bebês nasceram no país com microcefalia, uma malformação congênita que pode matar ou deixar graves sequelas de desenvolvimento. No último sábado, dia 28, o órgão confirmou que os casos tem relação com a infecção de zika vírus, que chegou ao Brasil neste anos. Abaixo, um guia com dez respostas sobre o que se sabe, até o momento, sobre o problema.

1. O que é microcefalia?

É uma malformação congênita em que a criança nasce com o perímetro cefálico menor do que o convencional, que é de 33 centímetros. Na prática, isso significa que o cérebro não se desenvolveu corretamente e, como consequência, o recém-nascido pode morrer ou apresentar sequelas graves, como dificuldade de visão, de audição e retardo mental. Geralmente, essa condição se desenvolve no primeiro trimestre da gestação.

2. É algo novo?

Não. A microcefalia é registrada há bastante tempo, mas neste ano os casos aumentaram muito, por isso chamaram a atenção dos sistemas de saúde locais, que notificaram o Ministério da Saúde. Para possibilitar a comparação: neste ano, já são 739 casos, segundo boletim divulgado pelo ministério em 24 de novembro, enquanto em 2014 foram 147, em 2013, 167, e em 2012, 175.

3. O que causa?

Existem várias causas. O uso de substâncias químicas e a exposição à radiação na gestação são alguns exemplos. A microcefalia também pode ser causada por agentes biológicos, como vírus e bactérias (entram aqui doenças como sífilis, toxoplasmose e rubéola). A suspeita agora é que o aumento brusco de casos tenha sido causado pela chegada de um vírus novo no Brasil, o zika.

4. Já se tem certeza absoluta de que o vírus é a causa?

O Ministério da Saúde confirmou que há ligação entre o vírus e a doença neste sábado. A partir da análise de sangue e tecidos de um bebê morto no Ceará, os pesquisadores chegaram ao que o Governo brasileiro chamou de "uma situação inédita na pesquisa científica mundial". Em nota, o ministério informou que "as investigações sobre o tema devem continuar para esclarecer questões como a transmissão desse agente, a sua atuação no organismo humano, a infecção do feto e período de maior vulnerabilidade para a gestante". Em análise inicial, de acordo com as autoridades sanitárias, o risco está associado aos primeiros três meses de gravidez.

5. Quantos casos de zika o país teve?

Os primeiros registros surgiram no Brasil em fevereiro de 2015 e hoje, segundo dados do Ministério da Saúde, 18 Estados já têm casos confirmados. De acordo com um relatório da coordenação do Programa Nacional do Controle da Dengue do ministério, de 3 de novembro deste ano, 84.931 casos suspeitos da doença foram notificados no país até o momento. No entanto, o número de afetados pode ser muito maior, já que o vírus não foi colocado na lista de notificação compulsória de doenças –aquelas que os hospitais são obrigados a informar para as secretarias de saúde de suas regiões. Isso gera algumas disparidades grandes: na Bahia, por exemplo, foram notificados 56.318 casos neste boletim (o Estado já atualizou este número para 62.635) e, em Pernambuco, onde há mais casos de microcefalia, só dois casos de suspeita de zika aparecem no relatório. Há ainda outros fatores que contribuem para a subnotificação: a semelhança de sintomas com a dengue (que pode ter feito muitos hospitais identificarem casos de zika como dengue oficialmente), a manifestação mais branda de sintomas (que pode fazer com que as pessoas não procurem um hospital) e o fato de o zika não apresentar qualquer sintoma em mais de 80% dos casos (as pessoas se infectam e não sabem).

6. O que é o zika, exatamente?

É um vírus semelhante filogeneticamente aos da dengue e da febre amarela. Ele foi descoberto pela primeira vez na floresta de Zika, em Uganda, em 1947, em macacos monitorados cientificamente para o controle da febre amarela. Até 2007, entretanto, ele era relativamente desconhecido, até que surgiu um grande surto na ilha de Yap e em outras ilhas próximas aos Estados Federados da Micronésia (acima da Austrália), com 8.187 afetados. Entre outubro de 2013 e fevereiro de 2014, um novo surto atingiu a Polinésia Francesa, com 8.264 casos suspeitos.

7. Como ele é transmitido?

O principal modo de transmissão é por meio do mesmo vetor da dengue, o Aedes aegypti. Mas há relatos de transmissão sexual (ele se mantêm no esperma por mais tempo), perinatal (da mãe para o feto) e sanguínea, o que traz um grande desafio na prevenção, já que grande parte das pessoas que contraem a doença não apresentam sintomas.

8. Se já houve surtos de zika em outros locais da Oceania, esses locais também registraram um aumento de casos de microcefalia?


Não. Essa é a primeira vez no mundo em que há uma suspeita tão grande da correlação dos casos de microcefalia com o zika vírus. Esse é um fator, inclusive, que impõe um enorme desafio para o país, já que não existe nenhum estudo ou experiência anterior que possa orientar na resolução do problema. Não há uma explicação clara para essa diferença de comportamento entre o Brasil e outros lugares. O que se sabe é que o vírus que circula aqui é o mesmo. Uma das explicações pode ser a diferença genética. Outra, o fato de que as epidemias de zika fora do país ocorreram em nações muito pequenas e, por isso, foram muito menores (menos de 10.000 casos) o que pode ter mantido a incidência de casos de microcefalia abaixo do radar desses locais. Uma terceira explicação pode ser o fato de que pela primeira vez o zika chegou a um país com um sistema de vigilância em saúde mais organizado, que conseguiu detectar a correlação.

9. Por que o número de casos de microcefalia é muito maior em Pernambuco?

O Ministério da Saúde ainda investiga os motivos dessa alta concentração no Estado, que registrou 65% dos casos até agora. O fato levanta dúvidas: estaria a maior incidência de casos de microcefalia relacionada com uma interação do vírus zika com outro fator externo, como um medicamento, por exemplo? Ainda não há uma resposta.

10. O que eu posso fazer?

Como até o momento o grande suspeito de causar o problema é o zika vírus, o ideal é evitar a propagação do Aedes aegypti, mosquito que também transmite quatro tipos de dengue e o chikungunya, uma doença que ataca as articulações e provoca dores bastante intensas. O mosquito se prolifera em água limpa parada, por isso é importante evitar que ela se acumule em pneus, vasos de plantas e qualquer outro recipiente aberto. Para evitar picadas, use repelentes e telas nas janelas e portas.

Entenda o que é Microcefalia

A microcefalia é uma doença em que a cabeça e o cérebro das crianças são menores que o normal para a sua idade, influenciando o seu desenvolvimento mental.
Geralmente, a microcefalia está presente quando o tamanho da cabeça de uma criança com um ano e três meses é menor que 42 centímetros. Isto ocorre porque os ossos da cabeça, que ao nascimento estão separados, se unem muito cedo, impedindo que o cérebro cresça normalmente.
A microcefalia é uma doença grave, que não tem cura, e a criança que a possui pode precisar de cuidados por toda a vida, sendo dependente para comer, se mover e fazer suas necessidades, dependendo da gravidade da microcefalia que possui e se ela possui outras síndromes além da microcefalia. Veja detalhes sobre como é a vida da criança com microcefalia.


Criança com microcefalia
Criança com microcefalia

Consequências da microcefalia

As crianças com microcefalia podem ter graves consequências como:
  • Atraso mental;
  • Déficit intelectual;
  • Paralisia;
  • Convulsões;
  • Epilepsia;
  • Autismo;
  • Rigidez dos músculos.
Apesar de não haver tratamento específico para a microcefalia, podem ser tomadas algumas medidas para reduzir os sintomas da doença. Normalmente a criança precisa de fisioterapia por toda a vida para se desenvolver melhor, prevenindo complicações respiratórias e até mesmo úlceras que podem surgir por ficarem muito tempo acamadas ou numa cadeira de rodas.
Todas estas alterações podem acontecer porque o cérebro precisa de espaço para que possa atingir o seu desenvolvimento máximo, mas como o crânio não permite o crescimento do cérebro, suas funções ficam comprometidas, afetando todo o corpo.
A microcefalia pode ser classificada como sendo primária quando os ossos do crânio se fecham durante a gestação, até os 7 meses de gravidez, o que ocasiona mais complicações durante a vida, ou secundária, quando os ossos se fecham na fase final da gravidez ou após o nascimento do bebê.

O que pode causar microcefalia?

As causas da microcefalia podem incluir doenças genéticas ou infecciosas, exposição a substâncias tóxicas ou desnutrição. Algumas situações que podem provocar microcefalia podem ser:
  • Consumo de cigarro, álcool ou drogas como cocaína e heroína durante a gravidez;
  • Síndrome de Rett;
  • Envenenamento por mercúrio ou cobre;
  • Meningite;
  • Desnutrição;
  • HIV materno;
  • Doenças metabólicas na mãe como fenilcetonúria;
  • Exposição à radiação durante a gestação;
  • Uso de medicamentos contra epilepsia, hepatite ou câncer, nos primeiros 3 meses de gravidez.
Infecções como rubéola, citomegalovírus e toxoplasmose durante a gravidez também aumentam o risco do bebê ter microcefalia. Além destas, existe suspeita de que doenças como dengue, Zika vírus ou febre chikungunya durante a gestação também estejam ligadas à microcefalia. Veja como o Zika pode causar microcefalia.
A microcefalia também pode ser genética e acontece em crianças que possuem outras doenças como Síndrome de West, Síndrome de Down e Síndrome de Edwards, por exemplo. Por isso, a criança com microcefalia que também possui uma outra síndrome pode ter outras características físicas, incapacidades e ainda mais complicações do que as crianças que possuem somente microcefalia.

Diagnóstico da microcefalia

O diagnóstico da microcefalia pode ser feito durante a gestação, com os exames do pré-natal, e pode ser confirmado logo após o parto através da medição do tamanho da cabeça do bebê. Exames como tomografia computadorizada ou ressonância magnética cerebral também ajudam a medir a gravidade da microcefalia e quais serão suas possíveis consequências para o desenvolvimento do bebê.

Microcefalia tem cura?

A microcefalia não tem cura porque o fator que impede o desenvolvimento cerebral, que é a união precoce dos ossos que forma o crânio, não pode ser retirado. Se esta união precoce dos ossos acontecer ainda durante a gestação, as consequências podem ser mais graves porque o cérebro pouco se desenvolve, mas existem casos em que a união destes ossos ocorre no final da gestação ou após o nascimento, e neste caso a criança pode ter consequências menos graves.

Tratamento para microcefalia

O tratamento da microcefalia não cura a doença, porém ajuda a reduzir as consequências no desenvolvimento mental da criança.
Uma das possibilidade de tratamento é fazer uma cirurgia para separar ligeiramente os ossos do crânio, nos 2 primeiros meses de vida, para evitar a compressão do cérebro que impede seu crescimento. Quando além da microcefalia a criança possui hidrocefalia, que é a presença de líquido dentro do cérebro, também existe a possibilidade de colocar um dreno para controlar esse líquido. Entenda o que é hidrocefalia.
Além disso, pode ser necessário usar medicamentos que ajudam o dia a dia da criança, que atuam diminuindo os espasmos musculares e melhoram a tensão dos músculos. A fisioterapia é indicada e pode ajudar no desenvolvimento físico e mental e por isso quanto mais estímulo dentro da fisioterapia a criança tiver, melhores serão os resultados. Assim, é recomendado fazer o maior número de sessões de fisioterapia por semana.
O médico que acompanha os portadores de microcefalia são o pediatra e o neurologista, mas outros profissionais da saúde também são necessários como psicólogo, dentista, terapeuta ocupacional e fonoaudiólogo.

Conheça as 3 doenças que o Zika Vírus pode provocar

Apesar da Zika ser uma doença que gera sintomas mais brandos que a dengue e com rápida recuperação, a infecção pelo Zika vírus pode causar algumas complicações como desenvolvimento de microcefalia em bebês, e outras alterações como a Síndrome de Guillain-Barré, que é uma doença neurológica, e o aumento da gravidade do Lúpus, uma doença autoimune.
No entanto, estas doenças são raras e não afetam todas as pessoas infectadas com o Zika vírus.

Entenda porque o Zika pode ser grave

O Zika vírus pode ser grave porque não é eliminado do organismo depois da contaminação, e afeta no sistema imune provocando doenças que podem surgir meses após a infecção. As principais doenças relacionadas ao Zika são:

Micocefalia

Acredita-se que a microcefalia possa acontecer devido a uma alteração no sistema imune que faz com que o vírus possa atravessar a placenta e chegar até o bebê causando má formação cerebral.
Por isso, as grávidas que tiveram Zika no início da gravidez, 3 primeiros meses, podem ter bebês com microcefalia, uma condição que impede o crescimento do cérebro dos bebês, deixando-os gravemente afetados.

Síndrome de ​Guillain- Barré

A Síndrome de Guillain-Barré pode acontecer porque após a infecção pelo vírus, o sistema imune engana-se e começa a atacar as células sadias do corpo. Neste caso, as células afetadas são as do sistema nervoso, que deixam de possuir a bainha de mielina, que é responsável por transmitir informações ao sistema nervoso, sendo a principal característica do Guillain- Barré.
Após os Sintomas do Zika vírus diminuírem e serem controlados, podem surgir sensação de formigamento em algumas áreas do corpo e fraqueza nos braços e nas pernas, que indicam a Síndrome de guillain-barré.

Lúpus

Apesar de aparentemente não causar Lúpus, já foi registrada a morte de um paciente diagnosticado com Lúpus há vários anos, após a infecção com o Zika vírus. Por isso, embora não se saiba exatamente qual é a ligação entre esta doença e o lúpus, o que se sabe é que o lúpus, sendo uma doença autoimune, onde as células de defesa atacam o próprio corpo, a infecção que o mosquito provoca enfraquecer ainda mais o organismo, sendo potencialmente fatal.
Existe também a suspeita de que o Zika vírus possa ser transmitido pelo sangue, durante o trabalho de parto e também através da relação sexual sem camisinha, mas não existem casos confirmados.
Assim, a melhor forma de evitar a Zika e as doenças que ela pode provocar, é evitar a picada do mosquito, combatendo a sua proliferação e adotando medidas como usar repelente, além de tomar suplemento de vitaminas do complexo B, que podem atuar como repelente natural, espantando o Aedes Aegypt.



O que fazer para evitar o Zika vírus

Como o Zika vírus está relacionado ao aumento dos casos de microcefalia, sua prevenção é ainda mais importante para as mulheres que estão tentando engravidar e para as que já estão grávidas.
Assim, para evitar esse vírus é preciso tomar medidas que impeçam a proliferação do mosquito Aedes aegypt, que são as mesmas utilizadas para prevenir a dengue.
O Zika vírus é semelhante à dengue, e provoca sintomas como febre, dor de cabeça, dor nos músculos e manchas vermelhas na pele e nos olhos. O seu tratamento é feito com remédios analgésicos, anti-inflamatórios e colírios, sendo proibido o uso de medicamentos com ácido acetil salicílico, assim como acontece na dengue.

5 dicas para evitar a Zika

Veja o que pode fazer para prevenir o Zika vírus.

1. Usar repelente

Usar repelente ajuda a manter o mosquito longe, evitando picadas, mas é importante lembrar que o produto deve ser reaplicado constantemente para que seu efeito seja mantido. Por isso, é importante olhar no rótulo qual a orientação do fabricante para saber quando é hora de aplicar o repelente novamente e manter-se protegido. Veja como fazer um repelente caseiro contra o Aedes aegypt.

2. Evitar acúmulo de água parada

É essencial evitar o acúmulo de água parada para prevenir a reprodução do mosquito da dengue e do zica vírus, pois ele precisa de água para colocar seu ovos e produzir as larvas.
Assim, deve-se retirar entulhos do quintal ou de terrenos vizinhos abandonados, virar garrafas vazias e baldes para baixo, limpar calhas e canos de 2 a 3 vezes/semana, cobrir caixas d’água e piscinas e varrer a água parada acumulada no quintal ou na rua.

3. Colocar areia nos vasos das plantas

Vasos de plantas acumulam água e são ótimos locais para o mosquito se desenvolver. Assim, deve.se colocar terra nos pratos que ficam embaixo dos vasos, pois ela manterá a umidade para a planta e evitará a reprodução do mosquito.
Além das plantas, também é preciso lavar diariamente os recipientes de comida de animais domésticos, que normalmente ficam no quintal e acumulam água.

Dicas para prevenir o Zika vírus
Dicas para prevenir o Zika vírus

4. Colocar telas em portas e janelas

Colocar telas em portas e janelas é importante para impedir a entrada do mosquito em casa, evitando que ele se multiplique no lixo da cozinha, em vasos de plantas ou em poças de água no banheiro, por exemplo. No entanto, é importante lembrar que essa medida apenas ajuda a lutar contra o mosquito, não servindo como única medida para prevenir o Zika vírus.

5. Cuidado com o lixo

O lixo de casa pode acumular água e favorecer o crescimento do Aedes aegypt, e por isso é importante fechar bem os sacos plásticos e colocar o lixo na rua apenas nos dias de coleta pelo caminhão do lixo. Além disso, deve-se evitar o acúmulo de material de construção, pneus ou outros objetos no quintal, pois eles também podem acumular água e abrigar as larvas do mosquito.

Como saber se está com Zika vírus

Para saber se se está infectado pelo Zika vírus é importante estar atento aos sintomas que, normalmente, surgem 10 dias após a picada de um mosquito e que, inicialmente, incluem febre acima de 38ºC e manchas vermelhas na pele do rosto, mas que, após algumas horas, podem ser acompanhados de:
  • Dor de cabeça constante;
  • Manchas vermelhas em outros locais do corpo, como braços, abdômen e pernas;
  • Vermelhidão e hipersensibilidade nos olhos;
  • Dor nas articulações, especialmente nas mãos e pés;
  • Dor nos músculos;
  • Cansaço excessivo;
  • Dor na barriga e náuseas;
  • Diarreia ou prisão de ventre.
Normalmente, estes sinais duram apenas 7 dias e podem ser confundidos com os sintomas da dengue, sendo, por isso, importante ir ao pronto-socorro quando surgem mais que dois dos sintomas para fazer um exame de sangue e diagnosticar o problema, iniciando o tratamento adequado.
Veja uma lista mais completa dos sintomas em: Sintomas causados pelo Zika vírus.


Manchas vermelhas no rosto

Manchas vermelhas no rosto
Manchas vermelhas no corpo
Manchas vermelhas no corpo


Zika vírus é semelhante ao vírus da dengue e febre amarela e, por isso, é facilmente transmitido pelo mesmo tipo de mosquitos que causam o desenvolvimento da dengue.

Exame para diagnosticar o Zika vírus

Não existe um exame de sangue que possa identificar o vírus na corrente sanguínea, porque o vírus permanece no sangue por apenas 7 a 10 dias, que é quando os sintomas se manifestam. Após este período apenas vestígios do vírus podem ser identificados em alguns tecidos, mas é preciso um outro processo, um pouco mais específico.
Este exame para detectar o Zika vírus é o RT-PCR que está disponível em centros de referência do Ministério da Saúde, não sendo acessível à população, sendo utilizado somente nos casos de investigação de complicações e mortes relacionadas ao Zika.

Tratamento do Zika vírus

O tratamento para o Zika vírus é o mesmo que o tratamento da dengue, e deve ser orientado por um clínico geral. Normalmente é feito apenas com o controle dos sintomas, uma vez que não existe um antiviral específico para combater a infecção.
Assim, o tratamento pode ser feito apenas com repouso em casa durante cerca de 7 dias e o uso de analgésicos e remédios para febre, como Paracetamol ou Dipirona, por exemplo, para aliviar os sintomas e acelerar a recuperação.
Durante o tratamento, deve-se evitar utilizar qualquer remédio com Ácido Acetilsalicílico, como aspirina ou AAS, pois, tal como acontece na dengue, existe risco de desenvolvimento de hemorragias que podem agravar o estado geral do paciente. Veja uma lista completa dos medicamentos que deve evitar: Remédios para dengue.
Em algumas pessoas a infecção pelo Zika Vírus pode ter como complicação o desenvolvimento da Síndrome Guillain-Barré, uma doença grave que quando não é tratada pode deixar e paciente sem andar e respirar, sendo potencialmente fatal. Por isso se apresentar fraqueza progressiva nas pernas e nos braços deve ir rapidamente para o hospital.
Conheça outras doenças que podem estar relacionadas ao Zika.

domingo, 22 de novembro de 2015

Como diagnosticar o ronco e a apnéia do sono?

 O primeiro passo é realizar uma avaliação com um médico especialista. No primeiro momento, o médico examinará atentamente a boca, nariz, faringe, língua, mandíbula, pescoço e arcabouço ósseo da face em busca de alterações que estejam relacionadas ao ronco e/ou apnéia. Deverá ainda avaliar a presença de outros problemas médicos como obesidade, alterações hormonais (tireóide, p ex), hipertensão, diabetes, problemas cardíacos, etc.
O médico realizará o diagnóstico do ronco e apnéia do sono, bem como a medida da gravidade do distúrbio, através de um exame chamado polissonografia. Além desta, outros exames podem ser solicitados como tomografia computadorizada, nasofibro-laringoscopia, prova de função pulmonar, gasometria arterial e outros exames laboratoriais. Estes exames complementares podem ser úteis para a escolha do tratamento ideal.

Como é realizada a polissonografia?

A polissonografia é realizada à noite em um laboratório de sono sob a supervisão de técnico ou enfermeiro capacitado. O paciente deve dormir com sensores fixados no corpo que permitem o registro da passagem do ar pelo nariz/boca, oxigenação sanguínea, frequência cardíaca, movimentos do tórax, posição do corpo na cama, além de outros dados. Os sensores são fixados de maneira a permitir ao paciente movimentar-se durante o exame, não atrapalhando assim o sono. Em casos selecionados, o exame pode ser realizado no próprio domicílio do paciente através de aparelhos portáteis. O laudo do exame deverá ser realizado por médico especialista em medicina do sono.

É possível dispensar a avaliação médica e/ou polissonografia e ir direto ao tratamento?

Buscar o tratamento ideal através da "tentativa e erro" sem ajuda médica pode trazer riscos à saúde, além de ter custo mais elevado à médio e longo prazo. Vários fatores devem ser levados em consideração na escolha do tratamento ideal. Casos de pacientes que são aparentemente "semelhantes" podem merecer tratamentos bem diferentes.
Enquanto o ronco é facilmente notado por todos, as apnéias, hipopnéias (até mais comuns que as apnéias), RERAs (Related Effort Respiratory Arousal), a queda da oxigenação e outros pontos são impossíveis de serem visualizadas e quantificadas adequadamente, durante toda uma noite, sem a realização de uma polissonografia. Até 30% das pessoas que roncam apresentam apnéia do sono e, até 70% das pessoas que recebem este diagnóstico não acreditava ser portador deste distúrbio até a realização de uma polissonografia.

Quais os tratamentos para o ronco e apnéia do sono? Quais o seus benefícios?

A escolha do tratamento ideal deve ser realizada sempre junto ao médico especialista, que avaliará a presença de vários fatores, tais como:
  • a(s) causa(s) do ronco e/ou apnéia.
  • o tipo e intensidade dos sintomas.
  • as alterações anatômicas observadas na garganta, nariz e face.
  • a gravidade da doença.
  • a presença de outros problemas de saúde.
  • possíveis contra-indicações a determinados tratamentos.
  • os dados antropométricos, entre outros.
Em casos de ronco leve, ocasional ou apnéia leve, algumas medidas gerais podem ajudar:
  • dormir de lado
  • perder peso
  • evitar uso de álcool
  • evitar uso de tranquilizantes ou relaxantes musculares.

Além das medidas gerais, quais os tratamentos disponíveis para o ronco e apnéia?

  • CPAP.
  • Dispositivos intra-orais de avanço mandibular.
  • Dilatadores nasais internos (rino-stents) e externos.
  • Fonoterapia (exercícios orais específicos).
  • Tratamentos cirúrgicos:
    • Septoplastia nasal (correção de desvio de septo).
    • Turbinectomia (ressecção das conchas nasais).
    • Faringoplastia lateral.
    • Uvulopalatofaringoplastia convencional.
    • Uvulopalatoplastia por Laser (LAUP).
    • Radiofrequência.
    • Injeção roncoplástica.
Cada um dos tratamentos acima possui indicações e contra-indicações específicas e individualizadas para cada paciente. A decisão quanto ao tratamento ideal para cada caso deverá ser realizada junto ao médico especialista. Abaixo descrevemos um breve resumo de cada tratamento:

a) CPAP

O tratamento mais eficaz e mais utilizado para os casos moderados ou graves consiste no uso do aparelho chamado CPAP (do inglês, Continuous Positive Airway Pressure). O CPAP consiste em um pequeno compressor de ar muito silencioso de alta tecnologia que se conecta a uma máscara ajustada ao nariz do paciente. Esse aparelho previne a obstrução da garganta durante o sono e reestabelece o sono normal ao indivíduo. Apesar de parecer algo muito desconfortável à primeira vista, o aparelho costuma ser bem tolerado pelos pacientes após a primeira semana de uso. As indicações, contra-indicações e boa adaptação deste tratamento ao paciente tem melhores resultados quando realizado com acompanhamento de um médico e equipe de saúde especializada em distúrbios do sono.

b) Dispositivos intra-orais

Como alternativa, em casos selecionados de ronco primário ou apnéia leve, o uso de dispositivos intra-orais de avanço mandibular durante o sono podem estar indicados.

c) Dilatadores nasais internos e externos


d) Fonoterapia

Desde 2009, um estudo realizado por uma fonoaudióloga brasileira revelou que alguns pacientes com ronco sem apnéia ou apnéia do sono leve podem ter uma melhora significativa com a prática diária de exercícios fonoaudiológicos específicos.

e) Tratamentos cirúrgicos

Alguns casos podem ainda se beneficiar de algum tipo de cirurgia aplicada ao nariz e/ou à garganta. Nestes casos, o paciente deve receber cuidadosa avaliação médica especializada para indicar o tipo de cirurgia mais apropriada ou mesmo evitar a realização uma cirurgia desnecessária.

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A apnéia pode causar aumento de pressão, arritmias e "derrames"

Para manter a pressão sanguínea normal e o coração sempre saudável é necessário que se tenha boas noites de sono. Há muito tempo já se sabe que o ronco e a apnéia do sono afetam a mente e causam déficit de memória, do humor, cansaço e falta de energia. Mas o que estudos mais recentes têm demonstrado é que estes distúrbios estão, nos dias atuais, entre os mais comuns “ladrões” do tempo de vida das pessoas, principalmente por afetarem diretamente o coração bem como os vasos sanguíneos.

Como a Apnéia do Sono pode causar hipertensão arterial e aterosclerose?

As frequentes apnéias do sono levam à queda da oxigenação sanguínea e fragmentação do sono. Por consequência, ocorre maior liberação de adrenalina e outros hormônios do estresse como o cortisol, além de maior produção de radicais livres e substâncias inflamatórias. A adrenalina produzida permanece na circulação mesmo durante o dia provocando o aumento da pressão sanguínea e possíveis arritmias cardíacas. Os radicais livres e substâncias inflamatórias causam uma maior deposição de gordura nas paredes dos vasos, que é chamada de aterosclerose, e é o grande fator responsável por infartos do miocárdio e AVC (“derrames” cerebrais).
Além disso, a redução da energia e disposição durante o dia devido às noites mal dormidas contribui com o sedentarismo e a obesidade, outros grandes vilões para o coração.
"O sono é um período de relativo repouso para o sistema cardiovascular. Em uma boa noite sono, deve haver uma queda da pressão e da freqüência cardíaca de, pelo menos, 10% em relação ao período de vigília (quando se está acordado). No caso de pacientes que sofrem com a apnéia do sono não há a diminuição da pressão arterial e isso faz com que o músculo cardíaco trabalhe enquanto deveria descansar. O mais preocupante é o risco de se manter uma pressão alta por muito tempo", explica o Dr. Sérgio do Carmo Jorge, cardiologista do Hospital Sírio Libanês.

Qual a relação entre a Apnéia do Sono e arritmias cardíacas?

A apnéia do sono aumenta também a frequencia de arritmias cardíacas. A arritmia mais comum nestes casos é a fibrilação atrial. Atualmente, é um consenso que as pessoas que apresentaram ou apresentam este tipo de arritmia devem ser investigadas quanto à possibilidade de sofrerem de apnéia do sono. O tratamento eficaz da apnéia pode ajudar no controle da arritmia e prevenir novas "recaídas" da arritmia mesmo após a sua reversão para o ritmo cardíaco normal, com ou sem uso de medicações.

A apnéia do sono pode causar AVC ou "derrames" cerebrais?

Em um estudo, realizado nos EUA, foi constatado também que a apnéia do sono aumenta em até três vezes os riscos de AVC. Um outro estudo revelou que a apnéia do sono estava presente em 80% dos casos de pacientes que tinham AVC dormindo, ou seja, que acordavam com os sintomas, enquanto que nos pacientes que tiveram AVC durante o dia e acordados, a prevalência de apnéia do sono encontrada foi de 20%.
A apnéia do sono é um distúrbio do sono, comum entre as pessoas que roncam, onde ocorre frequêntes paradas respiratórias de curto período durante o sono. Essas apneias ocorrem devido à obstrução da passagem do ar através da garganta pelo relaxamento dos músculos enquanto dormimos. Ocorre em até 16% da população acima dos 30 anos de idade e a grande maioria dos sofrem deste distúrbio desconhece a doença não sabe do seu diagnóstico.
O maior perigo da apnéia do sono para o coração é a forma silenciosa que tudo acontece. Os pacientes não apresentam sintomas e, na maioria dos casos, nem sabem que podem sofrer deste distúrbio. Assim, cuidar bem do sono é cuidar bem do coração.

Tratar a apnéia do sono ajuda a emagrecer? Entenda por que isso acontece.

A apnéia do sono engorda! Desde 11 de junho de 2009, um estudo publicado na revista Sleep demonstrou que há uma maior probabilidade de pessoas que sofrem de apnéia do sono terem um ganho adicional de peso ou maior dificuldade em perder peso quando comparados às pessoas que não sofrem de apnéia do sono. Ou seja, a apnéia do sono dificulta a perda de peso. Os resultados indicaram que pessoas com índice de apnéia e hipopnéia (IAH – taxa média de apnéias e hipopnéias por hora de sono) maior que 15 tiveram um aumento no índice de massa corporal (IMC) de 0,52 kg/m2 em comparação com aqueles com IAH entre 5 e 15, que tiveram um aumento de 0,22 kg/m2.
De acordo com o autor Mark Brown, MD, do Departamento de Psiquiatria da Universidade do Arizona-EUA, as pessoas que sofrem de apnéia grave são mais propensos à ganhar mais peso do que aqueles com OSA menos grave ao longo do tempo.

O estudo incluiu pelo menos 5 anos de acompanhamento de 3.001 homens e mulheres do Sleep Heart Health Study com uma idade média de 62 anos. Da amostra, 55% dos participantes eram do sexo feminino e 76%  eram da raça branca. O modelo final foi ajustado para idade, sexo, raça, IMC inicial e as mudanças no IAH ao longo de 5 anos.

Como a apnéia do sono pode causar aumento do peso?

A apnéia do sono causa vários fatores que contribuem para o aumento do peso:

  1. Menor “disposição” para atividades físicas. O sono de má qualidade devido à apnéia do sono pode levar a um estado de baixa energia, fadiga, sonolência e “preguiça” que desmotivam a realização de atividades físicas.

  2. Aumento dos hormônios do estresse (cortisol, adrenalina, etc) decorrente da fragmentação do sono causada pelas apnéias. O resultado é um favorecimento ao acúmulo de gorduras no organismo. Além disso, ocorre redução do hormônio do crescimento e menor crescimento dos músculos.

  3. Aumento da resistência à insulina. A insulina é o hormônio produzido pelo pâncreas que permite a passagem do carboidrato (glicose) para o interior dos tecidos onde ocorre a “queima“ e produção de energia para o corpo. Com a maior resistência à ação da insulina, o carboidrato não é queimado, permanece na circulação sanguínea (podendo levar ao diabetes), e o organismo “entende” como se houvesse excesso de carboidrato e passa a transformar este  em gordura que é levada, em seguida,  aos depósitos de gordura do corpo (barriga, nádegas, etc).

  4. Aumento da resistência à leptina. A leptina é um hormônio que regula a fome e o apetite. A maior resistência em sua ação leva a uma dificuldade em controlar o apetite, principalmente por coisas doces.

  5. Aumento dos níveis de grelina. Este hormônio aumenta o apetite.

  6. Ansiedade e depressão. A má qualidade do sono causada pelas apneias pode contribuir para a ansiedade e depressão e, assim, favorecer o ganho de peso.

domingo, 15 de novembro de 2015

O ronco pode afetar a qualidade de sono do parceiro e causar divórcios

O tormento dos roncos altos vivido pelo casal é mais comum que se pensa e pode afetar a saúde não só da pessoa que sofre do distúrbio. Uma pesquisa da British Lung Foundation revelou que uma em cada três pessoas perde o equivalente a 23 dias de sono por ano, por conta do ronco barulhento do companheiro ou companheira. O problema atrapalha as noites de 39% dos adultos ouvidos pelo estudo.
Durante a pesquisa foram analisados casais na faixa entre 20 e 50 anos e, em alguns deles, descobriu-se que quem ronca é a mulher. Na maioria dos pares, porém, o problema é apresentado exclusivamente pelo homem. Para evitar conflitos, certas parceiras até se mudam para outro quarto a fim de conseguir descansar. Não raro, o distúrbio imprime um efeito devastador sobre as relações e pode levar maridos e esposas ao divórcio.
Apesar disso, convencer quem ronca a procurar um médico em busca de tratamento, não é tarefa fácil. É comum o roncador não dar ouvidos as reclamações do cônjuge, mas o problema pode deixar a relação estremecia e acarretar até no divorcio.

Mudar de quarto resolve o problema?

Dormir em quartos separados pode resolver o problema durante algumas noites, mas pode ser o primeiro passo para o fim de um casamento. Sem perceber, o casal reduz a intimidade e a atividade sexual que antes acontecia mais casualmente, dividindo uma mesma cama. Geralmente, a esposa se sente culpada e o marido pode ter sua autoestima abalada. Pode começar a surgir questionamentos sobre a intensidade do amor e insegurança mútua.
Por outro lado, as esposas que tentam, insistentemente, conseguir dormir com o marido na mesma cama podem sofrer as consequencias das noites de sono mal dormidas como o estresse, ansiedade e até depressão, que podem ser devastadoras para o relacionamento.
“Recebo diariamente casais à beira do divórcio. Na maioria das vezes, as esposas são as vítimas do ronco. O marido roncador, apesar de poder estar sofrendo de apnéia do sono, geralmente diz que dorme bem a noite inteira e que não ronca tanto", explica o Dr. Marcelo Andrade, especialista em medicina do sono pela Associação Brasileira do Sono.
Atualmente, existem várias opções de tratamento para o ronco e, após uma boa avaliação médica, o ronco pode ser solucionado em praticamente 100% dos casos com a escolha do tratamento ideal. "É uma pena ser ainda tão comum que as pessoas busquem ajuda médica apenas após o divórcio, quando já estão preocupados em preservar os futuros relacionamentos que virão", afirma Andrade.

CPAP - 10 Perguntas e Respostas - Ronco e Apnéia do Sono

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Atenção: O uso do CPAP possui indicações e contra-indicações específicas, que devem ser individualmente avaliadas por um médico especialista. O seu uso inadvertido pode envolver sérios riscos à saúde.

1. O que é o CPAP?

CPAP é uma sigla que vem do inglês Continuous Positive Airway Pressure, ou seja, pressão positiva contínua em vias aéreas.  Atualmente é considerado o tratamento mais eficaz e mais utilizado para o tratamento da apnéia obstrutiva do sono.
O CPAP consiste em um pequeno aparelho compressor de ar muito silencioso de alta tecnologia que se conecta, através de um circuito flexível, a uma máscara ajustada ao nariz ou nariz e boca do paciente. Este aparelho previne a obstrução da garganta durante o sono e reestabelece o sono normal ao indivíduo.

2. O CPAP também corrige o ronco?

Sim. O CPAP gera uma espécie de “colchão” de ar na garganta que impede que as estruturas daquela região se aproximem umas das outras, impedindo o seu estreitamento ou obstrução. Dessa forma, o CPAP impede o ronco desde o primeiro momento de uso, mesmo nos casos mais graves ou durante o sono profundo, desde que seja bem calibrado por médico ou equipe especializada.

3. Como é feita a calibragem do CPAP?

A escolha da pressão ideal do CPAP é geralmente realizada através de uma polissonografia com titulação de CPAP, ou seja, um exame em que o paciente dorme com o CPAP e é observado qual a pressão ideal, ou seja, a menor pressão de CPAP suficiente para acabar com o ronco e as apnéias. Atualmente existem CPAPs automáticos, ou seja, que conseguem "perceber" os roncos ou apnéias e aumentam ou diminuem a pressão automaticamente até a correção do problema. O CPAP automático pode substituir o exame de titulação em casos selecionados. Mas atenção: em muitos casos o CPAP automático não é suficiente para substituir a polissonografia de titulação. O médico especialista indicará a melhor forma de calibrar o aparelho para cada caso.

4. O CPAP faz barulho?

Não. Os aparelhos CPAP modernos são extremamente silenciosos. Caso ocorra algum barulho é sinal de que está ocorrendo vazamento ou algo está errado. Procure o seu médico ou equipe especializada nesta situação.

5. O CPAP utiliza oxigênio?

Não. O CPAP utiliza o ar ambiente, ou seja, o mesmo ar que respiramos, pois sua única finalidade é manter a garganta aberta para permitir a adequada passagem do ar durante o sono. Agindo assim, não haverá mais quedas da oxigenação porque não haverá mais dificuldades respiratórias enquanto se dorme. Em alguns poucos casos de portadores de outras doenças respiratórias pode ser acrescentado oxigênio ao uso do CPAP.

6. O CPAP utiliza bateria?

Normalmente não possuem bateria pois não é necessária na grande maioria dos casos. São ligados diretamente na energia elétrica e se houver queda do fornecimento de energia durante a madrugada, não há riscos para o paciente: ele irá respirar como habitualmente fazia antes, só que agora através do aparelho desligado. Alguns poucos modelos de CPAP com preços mais elevados podem oferecer baterias.

7. Quais os efeitos indesejáveis do CPAP?

Os efeitos indesejáveis do CPAP são raros e, na maioria das vezes, são decorrentes da má calibragem ou utilização do equipamento, da escolha de uma máscara inadequada para o tipo do paciente e grau da doença, da falta de orientação ao paciente sobre o uso do aparelho, etc. “É muito frequente observarmos pacientes que não sabem colocar a máscara de forma adequada, que não sabem corrigir os vazamentos que podem surgir eventualmente, ou estão usando o aparelho inadequado para o seu tipo de doença”, explica o Dr. Marcelo Andrade, pneumologista e especialista em medicina do sono pela USP e Associação Brasileira do Sono.
Nestes casos, os pacientes podem relatar ressecamento e obstrução nasal, desconforto, problemas oculares, fobia pela máscara e distensão abdominal por aerofagia (se o paciente deglute o ar). Estudos mostram que uma boa orientação e acompanhamento do médico e equipe especializada em distúrbios respiratórios do sono são os principais determinantes do sucesso na adaptação do paciente ao CPAP. Em alguns casos, quando o uso do CPAP se faz muito necessário, pesquisas mostram algum benefício no uso de doses baixas de um tranquilizante que não cause dependência, e que seja prescrito por um médico especialista, até que ocorra uma familiarização e adaptação ao uso do aparelho, sendo retirada a medicação após alguns dias de uso.

8. O CPAP vicia?

O CPAP pode trazer um sono de melhor qualidade, mais restaurador, com menor número de despertares e maior duração. Por este motivo, alguns pacientes não querem mais dispensar o uso do CPAP, assim como ninguém quer dispensar uma boa cama ou travesseiro. Entretanto, o paciente que interrompe o uso do CPAP não apresentará nenhum tipo de sintoma de abstinência, nem dormirá de uma forma pior do que o fazia antes de usar o CPAP. Ou seja, podemos afirmar que o CPAP NÃO causa dependência ou vicia.

9. Terei que usar o CPAP por toda a vida?

A medicina do sono é uma das áreas da medicina que teve maior evolução nos últimos anos. Se o seu médico lhe indicou o uso do CPAP não pense que será por toda a vida, porque provavelmente não será mesmo. Ou pelo menos, não serão os CPAPs da forma que existem hoje. A cada dia, as máscaras de CPAP estão mais confortáveis e os aparelhos cada vez menores e com recursos de alta tecnologia que tornam mais fácil a adaptação ao seu uso.
A ansiedade provocada pelo pensamento de “ter que” usar um CPAP por toda a vida pode levar ou convencer alguns pacientes a buscarem tratamentos definitivos ou alternativos nem sempre bem indicados e que podem, além de não resolver o problema, trazer prejuízos irreparáveis.
Após uma correta indicação médica para o uso do CPAP o paciente pode encarar o tratamento de 2 formas: a) uma OBRIGAÇÂO ou  b) uma OPORTUNIDADE de tratamento que ele não teria se sofresse deste distúrbio há 30 anos atrás. Por isso, é importante que o médico seja capaz de avaliar, julgar e explicar ao paciente qual é a real necessidade do uso do CPAP e qual impacto teria o tratamento de sua doença ao seu organismo. Ninguém consegue usar o CPAP sem saber exatamente por qual motivo deve usar o CPAP.

10. Qualquer pessoa pode usar o CPAP?

Não. O CPAP é um tratamento sério e o seu uso envolve riscos à saúde, possuindo algumas contra-indicações absolutas. Antes de iniciar o uso do CPAP todo paciente deverá ser avaliado por um médico especialista que irá fazer uma entrevista, exame físico e poderá solicitar alguns exames em busca de possíveis contra-indicações ao seu uso. Algumas complicações podem surgir pelo uso não supervisionado do CPAP, inclusive com risco à vida do paciente como o pneumotórax e pneumoencéfalo. Essas complicações não ocorrem necessariamente no primeiro dia de uso, mas podem ocorrer mesmo após um período longo de uso naqueles pacientes com alterações predisponentes.

Conheça oito maneiras de parar de roncar

Entenda por que emagrecer ou evitar álcool antes de dormir melhora o problema

 Se você ronca, certamente não foi o primeiro a saber. Mas, ao contrário do que se imagina, o som decorrente da vibração dos tecidos da região da faringe não torna vítimas apenas aqueles obrigados a acostumar com o barulho. "O problema pode ser sintoma de diversos problemas de saúde e ainda causa constrangimento, principalmente, quando se dorme fora de casa", aponta o otorrinolaringologista Fábio Lorenzetti, diretor da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORLCCF). Conheça hábitos e condições que favorecem o ronco:

 http://images.minhavida.com.br/imgHandler.ashx?mid=25351&w=399&h=488 

Perca peso

Embora a parte do corpo que mais evidencie o excesso de peso seja o abdômen, a deposição de gordura também ocorre na região do pescoço. "Isso prejudica a passagem de ar, devido ao estreitamento da faringe", afirma a otorrinolaringologista Fernanda Martinho, da Unifesp e da diretoria da Associação Brasileira do Sono. Por isso, qualquer tratamento do ronco é mais eficiente se for acompanhado de perda de peso. Isso não quer dizer, é claro, que pessoas no peso ideal não ronquem, mas a probabilidade é bem menor.

Homem roncando - Foto Getty Images

 Descubra se tem apneia do sono

O ronco é o principal sintoma da apneia do sono. "Essa doença se caracteriza pela redução da oxigenação do sangue, isso acontece devido a interrupções da respiração causadas pelo estreitamento das vias aéreas", afirma o otorrinolaringologista Fábio. Neste caso, o ronco precisa de tratamento, uma vez que essas oscilações de oxigênio aumentam o risco de complicações cardiovasculares e podem levar a um infarto. Para identificar se você sofre do problema, recomenda-se fazer um exame de polissonografia em que o sono é monitorado e as atividades fisiológicas avaliadas por um especialista.

Mulher tomando cerveja - Foto Getty Images 

"O álcool, assim como alguns tranquilizantes e medicamentos para dormir, relaxa a musculatura do corpo", afirma a especialista Fernanda. De dia, isso não costuma ser problema. De noite, entretanto, o resultado é um afrouxamento exagerado dos músculos, uma vez que eles já ficam naturalmente mais relaxados quando dormimos. Por isso, mesmo quem não ronca habitualmente, pode ter o problema nos dias em que consome bebidas alcoólicas.

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Trate as alergias respiratórias

Pessoas que sofrem de alergias respiratórias, como a rinite alérgica, estão frequentemente com o nariz entupido, o que pode contribuir com o ronco. "O barulho pode ser decorrente do esforço feito para respirar ou da alternativa encontrada para a congestão nasal: respirar pela boca", diz o especialista Fábio. Neste caso, a solução é tratar a alergia.

 Homem dormindo de barriga para cima - Foto Getty Images

Evite dormir de barriga para cima

"A pior posição para quem ronca é dormir de barriga para cima", afirma a otorrinolaringologista Fernanda. Segundo ela, pela ação da gravidade e pela retração da língua para trás, há um estreitamento da passagem de ar, o que aumenta a vibração dos tecidos da faringe. Ela recomenda dormir de lado ou de bruços para evitar a obstrução.

 Criança com aparelho - Foto Getty Images

Alinhe os dentes

"Problemas na arcada dentária ou no alinhamento dos dentes podem favorecer o ronco", afirma o cirurgião-dentista Rodrigo Guerreiro Bueno de Moraes, consultor científico da Associação Brasileira de Odontologia (ABO). Segundo ele, os dentes em posição incorreta também podem ser decorrentes da própria respiração bucal. A solução, neste caso depende não só do dentista, mas também do otorrinolaringologista, que irá tratar a raiz do problema.

 Homem segurando o nariz - Foto Getty Images

Identifique problemas anatômicos

A obstrução da respiração pode ser decorrente de um problema anatômico, como o desvio de septo nasal. "Neste caso, apenas a intervenção cirúrgica é capaz de acabar com o ronco", afirma o otorrinolaringologista Fábio. Outros problemas estruturais comuns que causam o ronco são amígdalas e adenoide aumentadas.


Homem com dilatador nasal - Foto Getty Images

 

Use dilatador nasal

Os especialistas não recomendam o uso do dilatador nasal para evitar o ronco. Segundo eles, o método funciona para um público muito restrito e apenas como paliativo, e não tratamento. "Pessoas com a válvula nasal flácida, por exemplo, podem obter algum benefício, mas a maior parte dos casos de ronco não são decorrentes desse problema", afirma o otorrinolaringologista Fábio.

Tratamentos disponíveis

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Os tratamentos buscam: alívio de sintomas, redução da morbidade (relação entre o número de pessoas sãs e o de doentes), redução da mortalidade e melhora da qualidade de vida do paciente.

Os tratamentos são indicados de acordo com o diagnóstico realizado após consulta médica, odontológica e exames complementares (polissonografia, RX e video-nasofibrolaringoscopia quando necessário).     

POLISSONOGRAFIA:

Exame detalhado para descobrir distúrbios do sono, realizado em laboratório especializado.
Detecta os seguintes distúrbios: ronco, apnéia, insônia, narcolepsia, bruxismo, parassonias e síndrome das pernas inquietas.

TRATAMENTO CLÍNICO: 

Recomendações:

- Redução de peso
- Tratar doenças endócrinas, como hipotireodismo e acromegalia.
- Eliminar substâncias sedativas como álcool e calmantes.
- Evitar o decúbito dorsal (dormir de barriga para cima) na hora do sono.
- Usar corticóides nasais quando necessário (em caso de obstrução nasal).
- Adotar medidas anti-refluxo quando houver necessidade.

O tratamento farmacológico apresenta resultados controversos e ainda não há evidências clínicas sobre sua efetividade.

TERAPIA CPAP / APAP:

A maioria dos casos moderados a graves são tratados com pressão positiva nas vias aéreas superiores (CPAP), pressão automática positiva nas vias aéreas (APAP), ou pressão positiva em dois níveis.
Com o tratamento, as vias aéreas são abertas com ar ambiente pressurizado, criado por um gerador de fluxo, o ar é fornecido por uma máscara facial, nasal ou sistemas de almofadas nasais.

Os dispositivos permitem uma terapia confortável e podem ser adaptados para incluir oxigênio durante a sua utilização.

CPAPTerapia CPAP
Os dispositivos CPAS produzem ar com pressão fixa a noite toda, evitando a obstrução das vias aéreas.

Terapia APAP
Para pacientes sensíveis ao CPAP ou que necessitem de monitoramento adicional.
Estes dispositivos monitoram as vias aéreas superiores automaticamente com base nos eventos respiratórios.

TRATAMENTO CIRÚRGICO:

Reposicionamento dos maxilares
: a operação projeta o maxilar superior para frente e promove um avanço da mandíbula e do queixo até os dentes inferiores se encaixarem nos de cima.
É indicado para pacientes com a mandíbula mais retraída, abaixo dos 60 anos ou que não toleram as terapias tradicionais.

Uvupalatoplastia: esta cirurgia vem sendo cada vez menos realizada por não apresentar resultados satisfatórios em uma porcentagem significativa dos casos e por ser muito agressiva.

APARELHOS INTRAORAIS:

O aparelho intraoral deve ser usado para dormir, encaixando-o nos dentes superiores e inferiores, sendo  feito sob medida, o que o torna confortável. Ele reposiciona a mandíbula, fazendo com que toda a musculatura orofaríngea se reposicione também e assim desobstrua as vias aéreas, deixando o ar passar sem barulho (ronco) e sem apnéia (falta de ar).

O aparelho tem como vantagem a fácil adaptabilidade dos pacientes, É um tratamento conservador, não agressivo e é reversível. Com a ausência dos sintomas a vida do paciente ganha qualidade, além de que o silêncio ao dormir é fundamental para sua vida social e familiar.

Indicações dos aparelhos intraorais:

- para o tratamento somente do ronco;
- para o tratamento do ronco e apnéias leves e moderadas;
- para o tratamento das apnéias graves quando não há aceitação e/ou adaptação do paciente ao CPAP, desde que sob avaliação criteriosa.

Podemos comparar o uso do aparelho intraoral com um óculos, ou seja, quando usado proporciona os resultados desejados; entretanto, se não for utilizado, o ronco e a apnéia voltarão a ocorrer.

O  uso regular do aparelho proporcionará um sono reparador, possibilitando disposição para a prática de exercícios físicos regulares, facilitando o emagrecimento (se o motivo do ronco e apnéia for o excesso de peso). Isso proporcionará beneficios para o sistema circulatório e combaterá a insônia, stress e ansiedade, gerando ainda mais ânimo e disposição, possibilitando uma melhora significativa na qualidade de vida. 

É muito importante consultar um profissional que domine a técnica de trabalhar com diferentes modelos de aparelhos intraorais, para poder selecionar aos pacientes aquele mais indicado a cada caso. Esta é uma área em franco desenvolvimento e um profissional experiente deve ser consultado.

Indicamos o site Dentista do sono para quem quiser encontrar um profissional próximo à sua cidade.

NOVIDADE NO TRATAMENTO:

Está sendo desenvolvida por pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) uma injeção contra o ronco que está sendo testada em 50 pacientes e os resultados e conclusões desta pesquisa devem ser concluídas durante o ano de 2010.

A injeção teria o poder de diminuir o ronco, sendo aplicada no céu da boca e a dor propiciada é similar à de aplicação de uma anestesia.

Entretanto, os pesquisadores alertam que a injeção só funciona para quem tem um ronco mais leve e não tem apneia.

Fonte das imagens: CPAP - Revista Resmed; Cirurgia ortognática: Revista Saúde - Apnéia do Sono

domingo, 8 de novembro de 2015

Risco de infarto durante o sexo é praticamente nulo -- mesmo para cardíacos

Explicação: a atividade sexual é um exercício de baixíssima intensidade. A conclusão é de um estudo brasileiro publicado no periódico científico Canadian Journal of Cardiology

 Sexo: sem anonimato, pesquisas não conseguem obter respostas sinceras 

A atividade sexual é um exercício de baixíssima intensidade, por isso, o risco de sofrer um infarto fulminante durante a ocasião é um caso muito raro, mesmo para pessoas com problemas cardíacos(Thinkstock/VEJA)


O risco de sofrer um infarto durante o ato sexual é praticamente inexistente. É o que diz um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), publicado recentemente no periódico científico Canadian Journal of Cardiology.
Os autores revisaram 130 estudos sobre sexualidade, em especial o risco de morte súbita durante a atividade sexual e concluíram que sofrer um infarto durante o sexo é muito raro, mesmo para pessoas com problemas cardíacos. Explicação: a atividade sexual se configura como um exercício de baixíssima intensidade, ao contrário do que muitos pensam.
"O gasto energético do sexo é baixíssimo. Em qualquer relação sexual, a etapa mais intensa não dura muito mais do que cinco minutos. Em geral, menos. E o orgasmo, que é o clímax, leva em média de dez a 30 segundos. Isso é muito pouco tempo para matar alguém", afirmou Claudio Gil Araújo, professor visitante sênior do Instituto do Coração da UFRJ e um dos autores do estudo, ao jornal O Globo.

De acordo com os autores, a pesquisa foi feita para embasar as orientações médicas destinadas a pacientes cardíacos. "Muitos cardiopatas são erroneamente orientados a não fazer sexo. Na verdade, apenas pacientes de altíssimo risco cardíaco deveriam se preocupar, mas, mesmo assim, apenas por algum tempo" disse Araújo. Os pesquisadores recomendam que sempre se procure um médico frente a qualquer dúvida. Em especial, os portadores de pontes de safena e stents.

Outros mitos - Na revisão, os pesquisadores também esclareceram outros mitos em relação à atividade sexual. Eles afirmam que, embora um indivíduo bem condicionado fisicamente faça sexo melhor no que diz respeito à resistência, força e flexibilidade, não se conquista um condicionamento físico melhor simplesmente por fazer sexo todos os dias.
Além disso, de acordo com os autores, dizer que a atividade sexual equivale a subir três lances de escada também não é verdade. "Uma relação sexual, no que diz respeito a gasto de energia, está mais para uma caminhada. E isso não tem muito a ver com a criatividade das posições adotadas", afirmou Araújo, ao jornal 

O Globo.

 

Por que casar engorda

Um novo estudo mostrou que quando um dos parceiros engorda o outro corre um risco duas vezes maior de ganhar peso

 

Casal cozinhando
Maridos cujas esposas ficaram obesas após o casamento corriam um risco 78% maior de também se tornarem obesos também. Já no caso das mulheres, as chances delas se tornarem obesas devido ao ganho de peso do parceiro era 89% maior(George Doyle/Stockbyte/Getty Images/VEJA)
A obesidade é um problema "contagioso" para casais. Quando um dos dois engorda, o outro corre um risco duas vezes maior de se tornar obeso. Foi o que confirmou um estudo publicado recentemente no periódico cientifico American Journal of Epidemiology.

Os pesquisadores acompanharam 4 000 casais ao longo de 25 anos. Durante esse período foram realizadas cinco avaliações em momentos diferentes das uniões. Na primeira, realizada no início dos casamentos, constatou-se que apenas 23% dos homens e 25% das mulheres eram obesos. Na última, homens que não eram obesos, mas cujas esposas ficaram obesas ao longo do estudo, tinham um risco 78% maior de também se tornar obesos.
Já no caso das mulheres, o risco de obesidade associado ao ganho de peso do parceiro era 89% maior. A explicação para as mulheres engordarem mais pode estar no ritmo do metabolismo feminino, que costuma ser mais lento.

O lado positivo é que o contrário também pode funcionar: se um dos dois faz uma dieta e emagrece, há grande possibilidade de o companheiro seguir o bom exemplo.

 

Médico orienta sobre cuidados com ouvido e garganta no verão

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Praia, igarapé, piscina. brincadeiras na água são os principais causadores de desconfortos com o ouvido e garganta durante as férias, e as crianças são as principais vítimas. É o que explica Francisco Palheta, otorrinolaringologista do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza. O médico indica prevenção como principal ferramenta para evitar agravos na saúde do ouvido e garganta.
Para o especialista os problemas de garganta surgem especialmente devido à variação climática. “Na nossa região é comum termos manhãs ensolaradas e tardes chuvosas, quando o clima esfria um pouco. Essa variação e o excesso de brincadeiras na água podem facilitar infecções na garganta.”
Francisco Palheta conta que as principais queixas são das crianças que sentem dores na garganta, dificuldade para engolir e febres brandas. “No caso, é importante ir ao médico que deve avaliar e, se for o caso, encaminhar a medicação adequada.”

Otites são os principais problemas - Mas são os ouvidos os mais sensíveis às atividades das férias escolares e o tratamento das otites são as principais causas das visitas ao otorrino durante e após as férias. O principal motivo para isso são as brincadeiras na água. “Nos igarapés e piscinas, com a água parada, o risco são as brincadeiras e constantes mergulhos e saltos para a água. Na praia, as ondas são as principais responsáveis pela entrada de líquido e até mesmo de grãos de areia no ouvido. Em agosto, é comum recebermos crianças com grãos no ouvido que causam problemas”, revela o médico.
Ele conta, ainda, que os adultos percebem facilmente incômodos, mas as crianças podem demorar a perceber que algo não está bem. “Até mesmo por estarem se divertindo, por estar entre amigos e não desejar interromper a brincadeira, eles podem não notar alguma diferença e a presença de água ou grãos de areia pode demorar mais a ser notada.”
Entre os sintomas de otites estão a dificuldade de ouvir, o inchaço do conduto externo do ouvido que passa a ter uma aparência avermelhada, a liberação de secreções amareladas e a dor de ouvido em geral. “Em alguns casos pode aparecer febres devido à infecção. No consultório, o tratamento é feito com o uso de medicamento em gotas, aplicadas no local e, por vezes, com medicação via oral.”

Atenção com as brincadeiras é importante - Para crianças que têm predisposição a infecções de ouvido, o uso de protetores de silicone encontrados em farmácias pode ser uma opção. Também há próteses feitas em laboratórios moldadas especificamente para cada paciente.
O otorrinolaringologista conta que a melhor maneira de prevenir problemas com o ouvido é o cuidado e a atenção dos pais com os filhos. “Sabemos o quanto é difícil, mas é preciso observar o comportamento e a forma como as crianças estão brincando na água e na areia e orientá-los sobre como evitar que entrem coisas nos ouvidos. Além de reforçar estas orientações constantemente, já que as crianças, especialmente quando estão entre amigos, têm dificuldade em seguir estas recomendações.”
Ainda segundo Francisco Palheta, limitar o tempo dentro d’água é essencial. “É possível aproveitar as férias e passar duas ou três horas por dia na piscina, igarapé ou praia e não o dia inteiro durante vários dias, sob pena de sofrer com otites e dores de garganta que as impeçam de aproveitar o resto das férias.”
Em relação ao que fazer quando entra água no ouvido, o médico destaca que há várias recomendações originárias na cultura popular e, em geral, elas não causam mal à saúde. “Não temos comprovação científica da eficácia do uso de leite materno, urina, água morna, álcool e outros ‘truques’ para tirar água do ouvido. Também não sabemos se elas realmente funcionam ou se têm efeito de placebo. Apenas em relação ao álcool destaco que seu uso recorrente pode causar irritação no conduto auditivo e, em geral, é preciso evitar introduzir coisas no ouvido. A melhor opção é sempre procurar um médico.”
Texto: Cléo Viana e Glauce Monteiro – Assessoria de Comunicação da UFPA

Foto: Reprodução / Google

Dicas para cuidar da pele e da saúde no verão

Uso de protetor solar e alimentação balanceada são pontos que não podem ser esquecidos nesta estação.


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Na estação mais quente do ano, torna-se necessário um maior cuidado, tanto com a pele quanto com a alimentação. “Em virtude da intensidade e maior exposição ao sol, é preciso usar com mais frequência protetores solares e hidratantes, assim como se alimentar de forma mais leve e saudável”, afirmou o dermatologista Nage Maunzer.
O uso de protetores deve seguir a orientação profissional. “O protetor solar deve ser aplicado na pele no mínimo três vezes ao dia, em um FPS (fator de proteção solar) acima de 30. Cada tipo de pele possui um protetor adequado, e se quem utiliza tomar algum banho, tanto de mar quanto de piscina ou sol, é preciso reaplicar o produto, porque mesmo constando na embalagem que não sai na água, sempre há uma perda”, ressaltou Maunzer.
Em relação ao melhor horário para ficar ao sol, o dermatologista ressalta que o mais adequado seria antes das 10 horas da manhã e após às 15 horas, sendo que neste intervalo de tempo os raios solares são prejudiciais à saúde.
A alimentação interfere diretamente no bem-estar das pessoas. Comer alimentos leves e saudáveis, tais como saladas, frutas, verduras, legumes, grãos e proteínas, é fundamental. Os líquidos devem estar intensamente presentes na dieta, uma vez que por causa da transpiração, a necessidade de hidratação é maior.
Pessoas com pele mais clara, olhos azuis e cabelos ruivos devem tomar ainda mais cuidado por serem mais suscetíveis às consequências da intensidade do sol.

*Matéria publicada originalmente no Portal Satc

domingo, 1 de novembro de 2015

Vacinas contra dengue estão aprovadas para crianças e adultos até 59 anos

Testes em estágio avançado viabilizam a imunização em quase todas as faixas estárias

Duas vacinas para gripe já estão em fase avançada de testes, segundo informações da Agência Estado. As imunizações desenvolvidas pelo Sanofi Pasteur e pelo Instituto Butantã estão indicadas para crianças, adolescentes e adultos de até 59 anos.

Em processo de aprovação na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a vacina da Sanofi foi testada apenas em crianças e adolescentes entre 2 e 16 anos e sua indicação deverá ser voltada principalmente para essa faixa etária, segundo Lúcia Bricks, uma das diretoras médicas do laboratório francês. Testada em 40 mil pessoas em 15 países, o produto da Sanofi Pasteur tem eficácia de 60,8% na redução de notificações de dengue e conseguiu diminuir em 95,5% o número de casos graves.

Já a vacina do Butantã ainda precisa passar pela fase 3 de testes clínicos, última etapa da pesquisa, que será realizada com 17 mil pessoas. Nesse estágio, o instituto vai testar o imunizante em pessoas de 2 a 59 anos. O instituto aguarda a liberação da Anvisa para o início dessa fase. A estimativa de Precioso é de que isso ocorra em agosto. Os resultados da fase 3 e a solicitação de registro na Anvisa ficarão para 2016, se os resultados de eficácia forem o esperado.

Dengue: elimine os principais focos da doença 
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), dengue é a doença tropical que se espalha mais rapidamente pelo mundo, sendo que 50 milhões de pessoas hoje já estão infectadas em todos os continentes. Até maio desse ano, a dengue já matou 290 pessoas. Veja como prevenir a reprodução do mosquito transmissor:
 
garrafas coloridas - Foto: Getty Images

Evite o acúmulo de água em embalagens vazias como garrafas e latas

"O Aedes aegytpi coloca seus ovos em água limpa, mas não necessariamente potável", explica o entomologista Rafael Freitas, do Laboratório de Transmissores de Hematozoários do Instituto Oswaldo Cruz. Por isso, jogue fora pneus velhos, vire garrafas com a boca para baixo e, caso seu quintal seja propenso à formação de poças, realize a drenagem do terreno. Ainda que você tenha guardado esses objetos limpos e secos, é importante deixá-los em lugares cobertos e nas condições descritas. "Deixar depósitos no seu quintal pode fazer com que, em dias de chuva, a água se acumule nesses locais e o mosquito comece a se criar." 

mulher cuidando de um vaso de flor - Foto: Getty Images 

Plantas podem ser inimigas da sua saúde

Evite ter plantas aquáticas, que necessitam de uma quantidade de água muito grande para sobreviverem. Isso faz com que você precise manter um vaso ou aquário cheio de água parada e limpa - local perfeito para a proliferação do mosquito. Além disso, nas plantas normais, o uso de pratos nos vasos pode gerar acúmulo de água. Há três alternativas: eliminar esse prato, lavá-lo regularmente ou colocar areia. "A areia conserva a umidade e ao mesmo tempo evita que e o prato se torne um criadouro de mosquitos", aponta o infectologista Ralcyon Teixeira do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Dessa forma, o uso da areia seria a melhor solução para você, que evitaria um foco da dengue, e para a plantinha, que continuaria recebendo os nutrientes necessários. 

homem limpando calha de casa - Foto: Getty Images 

Desobstrua calhas e cubra a caixa d'água

Tais medidas não exigem uma reforma na sua casa, mas são capazes de evitar a dengue. "Pesquisas realizadas em campo mostram que os grandes reservatórios, como caixas d'água, são os criadouros mais produtivos de dengue", afirma o entomologista Rafael. Por isso mantenha sempre suas caixas d'água cobertas com uma tampa adequada e sólida, evitando o uso de plásticos - uma vez que após a chuva eles também podem acumular água. "Fora os grandes focos, as larvas do mosquito podem ser encontradas em pequenas quantidades de água também", completa. Para evitar até essas pequenas poças, calhas e canos devem ser checados todos os meses, pois um leve entupimento pode criar reservatórios ideais para o desenvolvimento do Aedes aegypti. As calhas são um perigo quase invisível, pois, quando entupidas, são um ótimo criadouro para o mosquito e que sequer podemos ver. Além disso, limpe também marquises e rebaixos de banheiros e cozinhas, para evitar o acúmulo de água. 

homem levando o lixo para a rua - Foto: Getty Images 

Tenha consciência em relação ao lixo

Não despeje lixo em valas, valetas ou margens de córregos e riachos, mantendo-os desobstruídos. Isso permite a passagem de água durante as chuvas de forma adequada, evitando uma enchente ou acúmulos menos expressivos, que também pode se tornar focos do mosquito. "Em casa, deixe as latas de lixo sempre bem tampadas e tente separar o lixo nos dias em que o lixeiro passa, evitando deixá-lo na rua durante muitos dias", aponta o infectologista Ralcyon. 

ralo de banheiro - Foto: Getty Images 

Desinfete os ralos da sua casa

Ralos pequenos de cozinhas e banheiros raramente tornam-se foco de dengue devido ao constante uso de produtos químicos, como xampu, sabão e água sanitária. "Entretanto, alguns ralos são rasos e conservam água estagnada em seu interior", alerta o entomologista Rafael. Na dúvida, jogue desinfetante nos ralos da sua casa e edificações externas a cada 15 dias pelo menos. 

crianças brincando na piscina - Foto: Getty Images 

Cuidados com piscinas e aquários

Assim como as piscinas, a possibilidade de laguinhos caseiros e aquários se tornarem foco de dengue deixou muitas pessoas preocupadas. Mas fique tranquilo. De acordo com o infectologista Ralcyon, peixes são grandes predadores de formas aquáticas de mosquitos. "Pesquisas realizadas no Ceará mostraram que um único exemplar de peixe Betta splendes pode consumir cerca de 500 larvas de mosquito por dia", conta. O cuidado maior deve ser dado, portanto, às piscinas que não são limpas com frequência.

Certifique-se de higienizar a piscina regularmente ou mantê-la coberta no tempo que você não usá-la. Isso evita que a água se torne um grande criadouro do Aedes aegypti

cachorro bebendo água - Foto: Getty Images

Bebedouro dos animais

Qual a última vez que você lavou o pote de água do seu bichinho de estimação? Se você não lembra, melhor aumentar a frequência das limpezas. Isso porque o bebedouro nada mais é do que um pequeno foco de água parada, que pode servir de criadouro para o mosquito. O ideal é higienizar o potinho sempre que trocar a água do bicho, garantindo a higiene.