Explicação: a atividade sexual é um exercício de baixíssima intensidade. A conclusão é de um estudo brasileiro publicado no periódico científico Canadian Journal of Cardiology
A atividade sexual é um exercício de baixíssima intensidade, por isso, o risco de sofrer um infarto fulminante durante a ocasião é um caso muito raro, mesmo para pessoas com problemas cardíacos(Thinkstock/VEJA)
O risco de sofrer um infarto durante o ato sexual é praticamente
inexistente. É o que diz um estudo realizado por pesquisadores da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Federal
do Rio Grande do Sul (UFRGS), publicado recentemente no periódico
científico Canadian Journal of Cardiology.
Os autores revisaram 130 estudos sobre sexualidade, em especial o
risco de morte súbita durante a atividade sexual e concluíram que sofrer
um infarto durante o sexo é muito raro, mesmo para pessoas com
problemas cardíacos. Explicação: a atividade sexual se configura como um
exercício de baixíssima intensidade, ao contrário do que muitos pensam.
"O gasto energético do sexo é baixíssimo. Em qualquer relação sexual,
a etapa mais intensa não dura muito mais do que cinco minutos. Em
geral, menos. E o orgasmo, que é o clímax, leva em média de dez a 30
segundos. Isso é muito pouco tempo para matar alguém", afirmou Claudio
Gil Araújo, professor visitante sênior do Instituto do Coração da UFRJ e
um dos autores do estudo, ao jornal O Globo.
De acordo com os autores, a pesquisa foi feita para embasar as
orientações médicas destinadas a pacientes cardíacos. "Muitos
cardiopatas são erroneamente orientados a não fazer sexo. Na verdade,
apenas pacientes de altíssimo risco cardíaco deveriam se preocupar, mas,
mesmo assim, apenas por algum tempo" disse Araújo. Os pesquisadores
recomendam que sempre se procure um médico frente a qualquer dúvida. Em
especial, os portadores de pontes de safena e stents.
Outros mitos - Na revisão, os pesquisadores também
esclareceram outros mitos em relação à atividade sexual. Eles afirmam
que, embora um indivíduo bem condicionado fisicamente faça sexo melhor
no que diz respeito à resistência, força e flexibilidade, não se
conquista um condicionamento físico melhor simplesmente por fazer sexo
todos os dias.
Além disso, de acordo com os autores, dizer que a atividade sexual
equivale a subir três lances de escada também não é verdade. "Uma
relação sexual, no que diz respeito a gasto de energia, está mais para
uma caminhada. E isso não tem muito a ver com a criatividade das
posições adotadas", afirmou Araújo, ao jornal
O Globo.
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