domingo, 15 de novembro de 2015

CPAP - 10 Perguntas e Respostas - Ronco e Apnéia do Sono

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Atenção: O uso do CPAP possui indicações e contra-indicações específicas, que devem ser individualmente avaliadas por um médico especialista. O seu uso inadvertido pode envolver sérios riscos à saúde.

1. O que é o CPAP?

CPAP é uma sigla que vem do inglês Continuous Positive Airway Pressure, ou seja, pressão positiva contínua em vias aéreas.  Atualmente é considerado o tratamento mais eficaz e mais utilizado para o tratamento da apnéia obstrutiva do sono.
O CPAP consiste em um pequeno aparelho compressor de ar muito silencioso de alta tecnologia que se conecta, através de um circuito flexível, a uma máscara ajustada ao nariz ou nariz e boca do paciente. Este aparelho previne a obstrução da garganta durante o sono e reestabelece o sono normal ao indivíduo.

2. O CPAP também corrige o ronco?

Sim. O CPAP gera uma espécie de “colchão” de ar na garganta que impede que as estruturas daquela região se aproximem umas das outras, impedindo o seu estreitamento ou obstrução. Dessa forma, o CPAP impede o ronco desde o primeiro momento de uso, mesmo nos casos mais graves ou durante o sono profundo, desde que seja bem calibrado por médico ou equipe especializada.

3. Como é feita a calibragem do CPAP?

A escolha da pressão ideal do CPAP é geralmente realizada através de uma polissonografia com titulação de CPAP, ou seja, um exame em que o paciente dorme com o CPAP e é observado qual a pressão ideal, ou seja, a menor pressão de CPAP suficiente para acabar com o ronco e as apnéias. Atualmente existem CPAPs automáticos, ou seja, que conseguem "perceber" os roncos ou apnéias e aumentam ou diminuem a pressão automaticamente até a correção do problema. O CPAP automático pode substituir o exame de titulação em casos selecionados. Mas atenção: em muitos casos o CPAP automático não é suficiente para substituir a polissonografia de titulação. O médico especialista indicará a melhor forma de calibrar o aparelho para cada caso.

4. O CPAP faz barulho?

Não. Os aparelhos CPAP modernos são extremamente silenciosos. Caso ocorra algum barulho é sinal de que está ocorrendo vazamento ou algo está errado. Procure o seu médico ou equipe especializada nesta situação.

5. O CPAP utiliza oxigênio?

Não. O CPAP utiliza o ar ambiente, ou seja, o mesmo ar que respiramos, pois sua única finalidade é manter a garganta aberta para permitir a adequada passagem do ar durante o sono. Agindo assim, não haverá mais quedas da oxigenação porque não haverá mais dificuldades respiratórias enquanto se dorme. Em alguns poucos casos de portadores de outras doenças respiratórias pode ser acrescentado oxigênio ao uso do CPAP.

6. O CPAP utiliza bateria?

Normalmente não possuem bateria pois não é necessária na grande maioria dos casos. São ligados diretamente na energia elétrica e se houver queda do fornecimento de energia durante a madrugada, não há riscos para o paciente: ele irá respirar como habitualmente fazia antes, só que agora através do aparelho desligado. Alguns poucos modelos de CPAP com preços mais elevados podem oferecer baterias.

7. Quais os efeitos indesejáveis do CPAP?

Os efeitos indesejáveis do CPAP são raros e, na maioria das vezes, são decorrentes da má calibragem ou utilização do equipamento, da escolha de uma máscara inadequada para o tipo do paciente e grau da doença, da falta de orientação ao paciente sobre o uso do aparelho, etc. “É muito frequente observarmos pacientes que não sabem colocar a máscara de forma adequada, que não sabem corrigir os vazamentos que podem surgir eventualmente, ou estão usando o aparelho inadequado para o seu tipo de doença”, explica o Dr. Marcelo Andrade, pneumologista e especialista em medicina do sono pela USP e Associação Brasileira do Sono.
Nestes casos, os pacientes podem relatar ressecamento e obstrução nasal, desconforto, problemas oculares, fobia pela máscara e distensão abdominal por aerofagia (se o paciente deglute o ar). Estudos mostram que uma boa orientação e acompanhamento do médico e equipe especializada em distúrbios respiratórios do sono são os principais determinantes do sucesso na adaptação do paciente ao CPAP. Em alguns casos, quando o uso do CPAP se faz muito necessário, pesquisas mostram algum benefício no uso de doses baixas de um tranquilizante que não cause dependência, e que seja prescrito por um médico especialista, até que ocorra uma familiarização e adaptação ao uso do aparelho, sendo retirada a medicação após alguns dias de uso.

8. O CPAP vicia?

O CPAP pode trazer um sono de melhor qualidade, mais restaurador, com menor número de despertares e maior duração. Por este motivo, alguns pacientes não querem mais dispensar o uso do CPAP, assim como ninguém quer dispensar uma boa cama ou travesseiro. Entretanto, o paciente que interrompe o uso do CPAP não apresentará nenhum tipo de sintoma de abstinência, nem dormirá de uma forma pior do que o fazia antes de usar o CPAP. Ou seja, podemos afirmar que o CPAP NÃO causa dependência ou vicia.

9. Terei que usar o CPAP por toda a vida?

A medicina do sono é uma das áreas da medicina que teve maior evolução nos últimos anos. Se o seu médico lhe indicou o uso do CPAP não pense que será por toda a vida, porque provavelmente não será mesmo. Ou pelo menos, não serão os CPAPs da forma que existem hoje. A cada dia, as máscaras de CPAP estão mais confortáveis e os aparelhos cada vez menores e com recursos de alta tecnologia que tornam mais fácil a adaptação ao seu uso.
A ansiedade provocada pelo pensamento de “ter que” usar um CPAP por toda a vida pode levar ou convencer alguns pacientes a buscarem tratamentos definitivos ou alternativos nem sempre bem indicados e que podem, além de não resolver o problema, trazer prejuízos irreparáveis.
Após uma correta indicação médica para o uso do CPAP o paciente pode encarar o tratamento de 2 formas: a) uma OBRIGAÇÂO ou  b) uma OPORTUNIDADE de tratamento que ele não teria se sofresse deste distúrbio há 30 anos atrás. Por isso, é importante que o médico seja capaz de avaliar, julgar e explicar ao paciente qual é a real necessidade do uso do CPAP e qual impacto teria o tratamento de sua doença ao seu organismo. Ninguém consegue usar o CPAP sem saber exatamente por qual motivo deve usar o CPAP.

10. Qualquer pessoa pode usar o CPAP?

Não. O CPAP é um tratamento sério e o seu uso envolve riscos à saúde, possuindo algumas contra-indicações absolutas. Antes de iniciar o uso do CPAP todo paciente deverá ser avaliado por um médico especialista que irá fazer uma entrevista, exame físico e poderá solicitar alguns exames em busca de possíveis contra-indicações ao seu uso. Algumas complicações podem surgir pelo uso não supervisionado do CPAP, inclusive com risco à vida do paciente como o pneumotórax e pneumoencéfalo. Essas complicações não ocorrem necessariamente no primeiro dia de uso, mas podem ocorrer mesmo após um período longo de uso naqueles pacientes com alterações predisponentes.

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