
Para manter a pressão sanguínea normal e o coração sempre saudável é
necessário que se tenha boas noites de sono. Há muito tempo já se sabe
que o ronco e a apnéia do sono afetam a mente e causam déficit de
memória, do humor, cansaço e falta de energia. Mas o que estudos mais
recentes têm demonstrado é que estes distúrbios estão, nos dias atuais,
entre os mais comuns “ladrões” do tempo de vida das pessoas,
principalmente por afetarem diretamente o coração bem como os vasos
sanguíneos.
Como a Apnéia do Sono pode causar hipertensão arterial e aterosclerose?

As
frequentes apnéias do sono levam à queda da oxigenação sanguínea e
fragmentação do sono. Por consequência, ocorre maior liberação de
adrenalina e outros hormônios do estresse como o cortisol, além de
maior produção de radicais livres e substâncias inflamatórias. A
adrenalina produzida permanece na circulação mesmo durante o dia
provocando o aumento da pressão sanguínea e possíveis arritmias
cardíacas. Os radicais livres e substâncias inflamatórias causam uma
maior deposição de gordura nas paredes dos vasos, que é chamada de
aterosclerose, e é o grande fator responsável por infartos do miocárdio
e AVC (“derrames” cerebrais).
Além disso, a redução da energia e
disposição durante o dia devido às noites mal dormidas contribui com o
sedentarismo e a obesidade, outros grandes vilões para o coração.
"O sono é um período de relativo repouso para o sistema
cardiovascular. Em uma boa noite sono, deve haver uma queda da pressão e
da freqüência cardíaca de, pelo menos, 10% em relação ao período de
vigília (quando se está acordado). No caso de pacientes que sofrem com a
apnéia do sono não há a diminuição da pressão arterial e isso faz com
que o músculo cardíaco trabalhe enquanto deveria descansar. O mais
preocupante é o risco de se manter uma pressão alta por muito tempo",
explica o Dr. Sérgio do Carmo Jorge, cardiologista do Hospital Sírio
Libanês.
Qual a relação entre a Apnéia do Sono e arritmias cardíacas?

A
apnéia do sono aumenta também a frequencia de arritmias cardíacas. A
arritmia mais comum nestes casos é a fibrilação atrial. Atualmente, é um
consenso que as pessoas que apresentaram ou apresentam este tipo de
arritmia devem ser investigadas quanto à possibilidade de sofrerem de
apnéia do sono. O tratamento eficaz da apnéia pode ajudar no controle da
arritmia e prevenir novas "recaídas" da arritmia mesmo após a sua
reversão para o ritmo cardíaco normal, com ou sem uso de medicações.
A apnéia do sono pode causar AVC ou "derrames" cerebrais?

Em
um estudo, realizado nos EUA, foi constatado também que a apnéia do
sono aumenta em até três vezes os riscos de AVC. Um outro estudo
revelou que a apnéia do sono estava presente em 80% dos casos de
pacientes que tinham AVC dormindo, ou seja, que acordavam com os
sintomas, enquanto que nos pacientes que tiveram AVC durante o dia e
acordados, a prevalência de apnéia do sono encontrada foi de 20%.
A apnéia do sono é um distúrbio do sono, comum entre as
pessoas que roncam, onde ocorre frequêntes paradas respiratórias de
curto período durante o sono. Essas apneias ocorrem devido à obstrução
da passagem do ar através da garganta pelo relaxamento dos músculos
enquanto dormimos. Ocorre em até 16% da população acima dos 30 anos de
idade e a grande maioria dos sofrem deste distúrbio desconhece a doença
não sabe do seu diagnóstico.
O maior perigo da apnéia do sono para o coração é a forma
silenciosa que tudo acontece. Os pacientes não apresentam sintomas e,
na maioria dos casos, nem sabem que podem sofrer deste distúrbio.
Assim, cuidar bem do sono é cuidar bem do coração.
Nenhum comentário:
Postar um comentário