domingo, 22 de novembro de 2015

Tratar a apnéia do sono ajuda a emagrecer? Entenda por que isso acontece.

A apnéia do sono engorda! Desde 11 de junho de 2009, um estudo publicado na revista Sleep demonstrou que há uma maior probabilidade de pessoas que sofrem de apnéia do sono terem um ganho adicional de peso ou maior dificuldade em perder peso quando comparados às pessoas que não sofrem de apnéia do sono. Ou seja, a apnéia do sono dificulta a perda de peso. Os resultados indicaram que pessoas com índice de apnéia e hipopnéia (IAH – taxa média de apnéias e hipopnéias por hora de sono) maior que 15 tiveram um aumento no índice de massa corporal (IMC) de 0,52 kg/m2 em comparação com aqueles com IAH entre 5 e 15, que tiveram um aumento de 0,22 kg/m2.
De acordo com o autor Mark Brown, MD, do Departamento de Psiquiatria da Universidade do Arizona-EUA, as pessoas que sofrem de apnéia grave são mais propensos à ganhar mais peso do que aqueles com OSA menos grave ao longo do tempo.

O estudo incluiu pelo menos 5 anos de acompanhamento de 3.001 homens e mulheres do Sleep Heart Health Study com uma idade média de 62 anos. Da amostra, 55% dos participantes eram do sexo feminino e 76%  eram da raça branca. O modelo final foi ajustado para idade, sexo, raça, IMC inicial e as mudanças no IAH ao longo de 5 anos.

Como a apnéia do sono pode causar aumento do peso?

A apnéia do sono causa vários fatores que contribuem para o aumento do peso:

  1. Menor “disposição” para atividades físicas. O sono de má qualidade devido à apnéia do sono pode levar a um estado de baixa energia, fadiga, sonolência e “preguiça” que desmotivam a realização de atividades físicas.

  2. Aumento dos hormônios do estresse (cortisol, adrenalina, etc) decorrente da fragmentação do sono causada pelas apnéias. O resultado é um favorecimento ao acúmulo de gorduras no organismo. Além disso, ocorre redução do hormônio do crescimento e menor crescimento dos músculos.

  3. Aumento da resistência à insulina. A insulina é o hormônio produzido pelo pâncreas que permite a passagem do carboidrato (glicose) para o interior dos tecidos onde ocorre a “queima“ e produção de energia para o corpo. Com a maior resistência à ação da insulina, o carboidrato não é queimado, permanece na circulação sanguínea (podendo levar ao diabetes), e o organismo “entende” como se houvesse excesso de carboidrato e passa a transformar este  em gordura que é levada, em seguida,  aos depósitos de gordura do corpo (barriga, nádegas, etc).

  4. Aumento da resistência à leptina. A leptina é um hormônio que regula a fome e o apetite. A maior resistência em sua ação leva a uma dificuldade em controlar o apetite, principalmente por coisas doces.

  5. Aumento dos níveis de grelina. Este hormônio aumenta o apetite.

  6. Ansiedade e depressão. A má qualidade do sono causada pelas apneias pode contribuir para a ansiedade e depressão e, assim, favorecer o ganho de peso.

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