domingo, 21 de dezembro de 2014

Feliz Natal


Alimentação e Tireoide

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Alimentar-se de forma equilibrada é importante para a manutenção de peso ideal e da saúde plena. O mesmo se aplica para as pessoas com algum distúrbio na tireoide, seja ele hipotireoidismo ou hipertireoidismo. De acordo com a Dra. Laura Ward, presidente do Departamento de Tireoide da SBEM (Gestão 2011-2012), embora certos alimentos, quando ingeridos em excesso e por longos períodos, possam interferir com o metabolismo da tireoide, sua proibição não é usual para quem tem problemas com a glândula. “Apenas em situações especiais, como antes da realização de alguns exames ou tratamentos específicos, é que uma dieta direcionada é orientada. No geral, o ideal é que se mantenha uma alimentação saudável e balanceada em todos os nutrientes”, afirma.
Segundo a especialista, quem tem problemas na glândula deve ficar atento a excessos de determinados tipos de alimentos. “O ideal é que o paciente não coma sal em grande quantidade, já que o sal é iodado e o excesso de iodo pode piorar um distúrbio de tireoide latente (não manifestado clinicamente ainda) ou já em tratamento. Isso desregula totalmente o metabolismo do indivíduo”, alerta.
A endocrinologista chama atenção ainda para os alimentos que podem causar bócio, os chamados bociogênicos, ou que contenham isoflavonas em grande quantidade. “Alimentos como repolho, nabo, soja e couve podem ser consumidos uma ou duas vezes por semana, mas não todos os dias”, alerta Dra. Laura.
Atenção para a Soja
De acordo com Dra. Tânia Bachega, presidente da Comissão Nacional dos Desreguladores Endócrinos da SBEM, a partir da aprovação da rotulagem de alimentos com soja como protetores para doença coronariana pelo Food and Drug Administration (FDA), em 1999, o consumo destes produtos vem aumentando a cada dia. “Com o aumento no consumo de soja, cresceram as preocupações se este alimento poderia afetar o equilíbrio da função tireoidiana. Estudos in vitro demonstraram que os fitoestrógenos presentes na soja, além de diminuírem a ação periférica dos hormônios tireoidianos, também afetam a sua síntese por inibição da tireoperoxidase, uma enzima chave na síntese dos hormônios tireoidianos. Eles induzem ainda a proliferação dos tireócitos, predispondo ao hipotireoidismo e bócio”, explica. “É muito discutida a hipótese de que a ingestão da soja por indivíduos predispostos ao desenvolvimento de doença tireoidiana poderia desencadear ou acelerar a evolução para franco hipotireoidismo”, alerta.
Segundo dados de uma pesquisa, comentados pela especialista, em uma análise de mulheres com hipotireoidismo subclínico, observou-se que o consumo diário de 16 mg/dia de isoflavona, equivalente ao ingerido pelos vegetarianos, aumentou em três vezes o risco para o desenvolvimento de hipotireoidismo franco. “Este hipotireoidismo não foi reversível com a suspensão da ingestão de soja, sugerindo que as isoflavonas também possam atuar através da modulação do processo autoimune”, explica. “Outro aspecto importante que merece ser enfatizado é que os fitoestrógenos podem diminuir a absorção tanto do hormônio tireoidiano como do iodo, havendo a necessidade de um fino ajuste da dose da terapia com levotiroxina, especialmente nos portadores hipotireoidismo congênito”, reitera.

Em relação ao consumo ideal de soja, Dra. Tânia explica que não é possível determinar qual seria a dose isenta de efeitos nocivos: “Baseando-se no mecanismo de ação dos desreguladores endócrinos, doses pequenas podem alterar o funcionamento da tireoide, especialmente nos indivíduos de maior suscetibilidade: fetos, lactentes e adolescentes”, explica. Os fitoestrógenos podem também ser encontrados em outros alimentos como cevada, centeio, ervilha e algas.

domingo, 14 de dezembro de 2014

Apneia do Sono Riscos


Cirurgia para correção da apnéia do sono


Apneia do sono pode dificultar a prática de atividades aeróbicas

Estudo constatou que quem sofre de apneia tem um menor consumo de oxigênio durante exercícios físicos como a corrida e o ciclismo

cansaço

Sofrer de apneia do sono pode diminuir a capacidade de realizar exercícios aeróbicos. Isso ocorre porque há um menor consumo de oxigênio durante a prática de atividades físicas extenuantes, como a corrida e o ciclismo. Essa foi a constatação de um estudo publicado na edição de novembro do periódico Journal of Clinical Sleep Medicine.
CONHEÇA A PESQUISA

Resultado: A apneia do sono diminui em 16% a capacidade do organismo de consumir oxigênio durante atividades físicas aeróbicas.
A apneia do sono ocorre quando uma via respiratória é bloqueada subitamente e interrompe a respiração durante o sono — o que pode acontecer diversas vezes em uma noite.
“Nós acreditamos que a própria apneia do sono provoca alterações estruturais nos músculos que contribuem para que os pacientes tenham dificuldade em realizar exercícios físicos aeróbicos”, explica Jeremy Beitler, coautor do estudo e professor na Faculdade de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos.
Testes — Participaram da pesquisa 140 pessoas, das quais 50 tinham apneia moderada a severa. Os estudiosos mediram a taxa de metabolismo basal e o VO2 máximo de cada participante. O primeiro índice determina a quantidade de energia que o corpo necessita para desempenhar suas funções básicas. O segundo mostra o limite de oxigênio que o organismo consome durante um exercício físico extenuante.
Os pesquisadores constataram que as pessoas que tinham apneia apresentavam um VO2 máximo 16% menor do que os que não sofriam do distúrbio. De acordo com os cientistas, os resultados podem estimular o tratamento para a apneia do sono, um distúrbio negligenciado.

Pesquisas sobre apneia do sono

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Teste cardíaco para prever risco de vida

Quem fez: Equipe de médicos da Clínica Cleveland, nos Estados Unidos, coordenada pelo pesquisador Omar Minai
 
A pesquisa: Os autores do estudo analisaram os prontuários de 1.533 pacientes com apneia do sono que foram submetidos a um teste ergométrico (ou de esforço). Esse teste mede a capacidade cardiorrespiratória de uma pessoa, avaliando a quantidade de stress que seu coração consegue suportar sem que desenvolva uma arritmia cardíaca ou uma cardiopatia isquêmica (quando o fluxo sanguíneo que chega ao músculo cardíaco é insuficiente). No exame, o paciente geralmente é orientado a se exercitar em uma bicicleta ergométrica ou em uma esteira, e seu coração é monitorado por eletrocardiograma. Depois, os pesquisadores compararam o risco de vida entre os pacientes com e sem capacidade funcional cardíaca prejudicada. Sabe-se que a apneia do sono é um fator de risco para doenças cardíacas.
 
Conclusão: Pacientes com apneia do sono que apresentavam a capacidade funcional cardíaca prejudicada apresentaram um risco cinco vezes maior de morrer do que pessoas com apneia do sono, mas com uma capacidade cardíaca normal. Para os autores do estudo, essas informações são importantes por mostrarem que o teste ergométrico pode ser fundamental para ajudar os médicos a identificar, entre pacientes com apneia do sono, quais são aqueles que correm maior risco de vida.
 

Asma como fator de risco para apneia do sono

Quem fez: Pesquisadores da Universidade de Wisconsin, Estados Unidos
 
A pesquisa: Foram analisados os dados de um estudo iniciado em 1998 com cerca de 1.500 pessoas. Os pesquisadores analisaram o risco de esses indivíduos desenvolverem apneia do sono em um período de oito anos.
 
Conclusão: Pessoas com asma apresentaram um risco 70% maior de ter apneia do sono em um período de oito anos em comparação com indivíduos que não eram asmáticos. Esse risco foi ainda maior entre pessoas que desenvolveram asma na infância: nesse caso, a chance de ter apneia do sono foi mais do que o dobro do que a de não asmáticos. Além disso, a duração da asma pode interferir no risco: segundo o estudo, para cada cinco anos em que uma pessoa sofre de asma, as chances de desenvolver apneia do sono aumentam em 10% em um período de oito anos. Essas conclusões foram obtidas após os pesquisadores ajustarem os dados para outros fatores que contribuem com a apneia do sono – como índice de massa corporal (IMC) elevado, consumo de álcool e idade. Os resultados, no entanto, ainda não são suficientes para que o histórico de asma já seja tratado como um forte fator de risco para a apneia do sono. Para tanto, serão necessárias pesquisas mais amplas, segundo Paul Peppard, coordenador do estudo.
 

Associação entre apneia do sono e Alzheimer

Quem fez: Equipe de pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Nova York, Estados Unidos.
 
A pesquisa: Os autores do estudo avaliaram 68 idosos com uma idade média de 71 anos. Os participantes foram submetidos a duas noites de testes de sono e também a exames que indicam a presença de algum marcador biológico (substâncias medidas para detectar alguma doença ou desequilíbrio no organismo) para a doença de Alzheimer.
 
Conclusão: De acordo com a pesquisa, participantes com algum distúrbio respiratório do sono, como a apneia, são mais propensos a ter algum marcador biológico que indica um estágio inicial da doença de Alzheimer. A pesquisa não conseguiu, porém, explicar de que forma essa relação é estabelecida: se o distúrbio do sono causa Alzheimer, ou é o Alzheimer que desencadeia o distúrbio. "A prevalência de apneia do sono dispara entre idosos, e esse fato não tem recebido a atenção devida", diz Ricardo Osorio, coordenador do estudo. De acordo com ele, a prevalência de apneia do sono na população em geral é de 10% a 20%. Entre pessoas acima dos 65 anos, a incidência vai de 30% a 60%. "Não sabemos por que o problema se torna tão comum entre pessoas mais velhas, mas pode ser que seja porque esses indivíduos são mais propensos a se encontrarem em um estágio pré-clínico (antes do surgimento dos sintomas) do Alzheimer."
 
 

domingo, 7 de dezembro de 2014

Apneia do Sono e Ronco

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Roncar não é normal!
Já reclamaram do seu ronco? Você passa o dia muito cansado? Após dormir o número habitual de horas, você sente que não aproveitou o sono?
Preste atenção! Esses podem ser sinais de que você sofre de apneia do sono.

Como o sono funciona?

Durante o sono, o corpo exige menos esforço da respiração, que se torna mais lenta e pausada (hipoventilação), isto leva à diminuição da atividade metabólica e da produção do CO2 (gás carbonico). Logo após deitar, o corpo entra em um estado de sono sincronizado, chamado assim por não apresentar nenhum tipo de movimento ocular e nem agitações corporais.
Depois de aproximadamente 45 minutos de sono ininterrupto, você passa pelo sono tipo REM, que dura geralmente, de cinco a dez minutos. Nessa fase, o sono torna-se dessincronizado, apresentando movimentos oculares rápidos. Durante o REM, ocorre também a ativação do sistema simpático e a oscilação da pressão e da frequência cardíaca. Essa é uma característica habitual do sono, que se alterna entre as duas fases e, assim, acaba proporcionando ao corpo um maior repouso da atividade cerebral e muscular.

O que é apneia do sono?

O termo “apneia” deriva do grego e significa “falta de respiração”. A pessoa que sofre com essas crises, que podem ser obstrutivas, centrais ou mistas, tem sua respiração paralisada por cerca de 10 segundos durante o sono.
A parada obstrutiva da respiração caracteriza-se por um fluxo aéreo impedido pelo colapso das vias aéreas superiores. Já em relação à parada central da respiração, o sistema nervoso é incapaz de ativar a função do diafragma (músculo do tórax responsável pela respiração). As apneias mistas referem-se a uma pausa do centro respiratório e um consequente aumento de esforço sobre uma via obstruída.


A apneia acontece durante o sono, por meio de um achatamento das vias respiratórias. Com isso, o corpo fica com menos ar à disposição dos órgãos, portanto, diminui a concentração de oxigênio e aumenta a quantidade de gás carbônico, ambos no sangue arterial. A obstrução da via respiratória, que impede a respiração e a vibração dos tecidos da garganta, que acontece quando o ar passa, dão origem ao ronco.

Os homens são mais atingidos pelas apneia do que as mulheres e o pico de incidência da doença acontece entre 40 e 50 anos de idade. Existem alguns fatores de risco, como a obesidade. Estima-se que 70% dos obesos apresentam a apneia. A doença também está ligada a fatores genéticos e doenças como a síndrome de Down.
Pesquisas afirmam que mais de 10% da população acima de 65 anos têm apneia obstrutiva do sono. O maior desafio é o descaso com a situação. O consenso de que “roncar é normal” faz com que muitas situações se agravem. Cerca de 90% das pessoas que roncam não procuram descobrir o que ocasiona o problema.

Ronco e apneia do sono

Entre 30 e 35 anos, cerca de 20% dos homens e 5% das mulheres roncam. Na faixa acima dos 60 anos, esses índices sobem para 60 e 40% respectivamente. Roncar, geralmente, acontece em decorrência da posição de dormir. A posição decúbito dorsal, na qual a pessoa dorme com a barriga virada para cima da cama, pode influenciar na ocorrência de roncos.
No entanto, roncar não é normal. O ronco alto e frequente é um sinal claro de que a pessoa tem uma forte tendência em ter apneia do sono. Apesar disso, o sintoma de emitir ruídos altos durante a noite é constantemente negligenciado. Com a apneia, o ronco é emitido assim que a pessoa consegue respirar. O som vem da vibração muscular. Interromper rapidamente esse ruído é um indicio de apneia do sono e, também, um sinal de que roncos mais fortes e altos virão a fim de forçar a abertura aérea para reiniciar a respiração.

Falta de sono

 
Quem tem apneia, geralmente, apesar de dormir por tempo adequado, ao acordar não se sente relaxada, uma vez que seu sono é mais agitado e mal aproveitado para o descanso do corpo. Por isso, uma das consequências mais claras da apneia, além do ronco, é o excesso de sonolência diurna, que está relacionada, também, à perda dos estágios de sono-REM.

A apneia do sono ainda pode causar: depressão, alteração de personalidade e problemas com as funções cognitivas (atenção), além de dificuldades com a memória e aprendizado. Algumas pesquisas relacionam a apneia com o desenvolvimento de doenças cardiovasculares como hipertensão arterial sistêmica, insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio e arritmia.

A hipertensão também é um dos fatores de risco para desenvolver a apneia. Estima-se que mais de 50% dos pacientes com apneia são hipertensos e cerca de 40% dos pacientes hipertensos podem ter apneia não diagnosticada.

Sintomas

Os sintomas da apneia decorrem, em maioria, da falta de sono, entre eles estão: fadiga, excesso de sono durante o dia, irritabilidade, diminuição da libido, impotência e dores de cabeça matutinas. Os episódios de acordar durante a noite, dificilmente, são relatados pelos pacientes.
Por isso é importante à realização do processo de anamnese, que é uma espécie de entrevista realizada pelo médico com o paciente a fim de descobrir fatos importantes relacionados à doença.
Outras características também podem sinalizar pessoas que sofrem de apneia do sono. As mais comuns são: obesidade, hipertensão arterial e desvio de septo nasal.

Quais são os sintomas mais comuns?

• Sonolência excessiva durante o dia;
• Ronco alto e perturbador;
• Sono inquieto;
• Dificuldade de concentração;
• Depressão ou instabilidade;
• Dor de cabeça matinal;
• Pressão alta.

Como eu sei se tenho apneia?

Para diagnosticar a apneia do sono, o método mais eficiente é o estudo nos laboratórios do sono. Por meio da polissonografia, a pessoa é monitorada durante uma noite de sono, a fim de perceber variáveis como: movimentos oculares e abdominais, além de controlar o fluxo de ar inspirado.

Com esses dados, são calculados:
• A quantidade de vezes que acontece a apneia durante o período de sono;
• Média do tempo de duração dessas crises;
• Quantidade de oxigênio presente no sangue arterial.
Posteriormente, a chamada nasofibrolaringoscopia, exame feito por meio de um aparelho flexível, é eficaz para avaliar e entender as complexidades da via aérea da pessoa.


Como tratar?

Os tratamentos indicados para a apneia do sono procuram incentivar uma respiração noturna adequada, reduzir a recorrência dos roncos e diminuir a quantidade de vezes que o paciente desperta durante a noite. Para casos de apneia diagnosticados, existem três tipos de tratamentos: comportamental, clínico e cirúrgico. A escolha do tratamento depende do grau de apneia que a pessoa apresenta.
Há uma série de medidas associadas ao tratamento clínico. O tratamento é baseado no exame físico, história e resultados da polissonografia do paciente. Medicamentos geralmente não são efetivos no tratamento a apneia. Oxigênio e ventilação mecânica somente são necessários nos casos raros de apneia central.
O CPAP (aparelho de pressão positiva contínua nas vias aéreas superiores) é o tratamento mais efetivo para apneia. O aparelho geralmente tem o tamanho aproximado de um telefone fixo e é conectado a uma máscara que é ajustada ao nariz do paciente. Em casos mais raros, onde ocorre muito vazamento pela boca, uma máscara que cobre a boca e o nariz é necessária. O aparelho aumenta a pressão do ar, gerando uma coluna de ar na via aérea superior, forçando sua abertura contínua. A pressão do ar é ajustada para cada paciente de modo a ser suficiente para prevenir o fechamento da via aérea durante o sono. O CPAP fornece então uma pressão constante que previne o fechamento da via aérea. Ele costuma ser bem tolerado, entretanto muitas vezes requer que o paciente se acostume.
O tratamento cirúrgico, como o nome já afirma, é à base de procedimentos mais invasivos. Dentre eles, três se destacam:
•    Traqueostomia: utilizada, geralmente, com pacientes obesos para garantir a permeabilidade das vias aéreas;
•    Cirurgia para a correção de anomalias nasais, entre elas: desvio de septo e extração de pólipos;
•    Uvulopalatofaringoplastia: o nome grande revela a cirurgia mais popular. Ela funciona ao remover o excesso de tecido na parte posterior da garganta.
No entanto, o tratamento mais simples talvez seja o de cunho comportamental. Ele baseia-se no cuidado com outras doenças de base da apneia, como é o caso do hipotireoidismo e da rinite. Além disso, é aconselhável uma mudança de hábitos, como fazer exercícios para melhorar a qualidade do sono.
Para manter-se longe da apneia também é importante promover uma higiene do sono, veja como:


Procurando ajuda médica

Se você está muito sonolento, acha que está roncando muito, tendo pausas respiratórias durante o sono ou mesmo tendo outras dificuldades para dormir bem, agende uma consulta com um médico.
Os distúrbios do sono têm tratamento. Seu médico pode sugerir um especialista na área. Muitos desses especialistas têm acesso a um laboratório do sono para referi-lo ao exame de polissonografia, que determinará com certeza o seu grau de apneia do sono ou de outro distúrbio do sono.

Cirurgias para ronco e apnéia do sono: dúvidas mais frequentes

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1) Estou roncando. Existe alguma cirurgia que possa me ajudar?
Sim e não. Sim, porque existem diversas modalidades cirúrgicas que podem ser direcionadas ao tratamento do ronco e apnéia do sono. E, não, até que você seja avaliado por um médico especialista, o qual identificará se você é um “bom candidato” a algum procedimento cirúrgico com esse objetivo.
2) E o que é ser um “bom candidato” para uma cirurgia de ronco ou apnéia do sono?
O “bom candidato” é aquele paciente que possui alterações estruturais significativas das vias aéreas superiores (em nariz, faringe, base de língua ou na estrutura óssea facial) que, quando corrigidas, possam de fato melhorar ou normalizar o fluxo de ar por esse trajeto, principalmente durante o sono. Traduzindo: se seu nariz, garganta ou ossos da face são “normais”, não há (na grande maioria das vezes) motivos para você ser operado, independente da intensidade de seu ronco ou gravidade de sua apnéia. Nesse caso, deve ser optada por uma opção dentre os diversos tratamentos clínicos disponíveis.
Entretanto, para toda e qualquer cirurgia para ronco e apnéia do sono, melhores resultados geralmente são obtidos em pacientes mais jovens e mais magros, o que por exemplo não exclui definitivamente a possibilidade de bons resultados em um idoso com sobrepeso, desde que bem indicado pelo especialista que o acompanha.
3) E quais as cirurgias mais comuns que geralmente são indicadas com esse propósito?
- cirurgias nasais: para desvios de septo nasal (septoplastia), aumento de volume de conchas nasais (turbinectomia, turbinolpastia ou radiofrequência em conchas nasais), aumento de volume de adenóides (adenoidectomia), presença de pólipos ou lesões nasais (polipectomia ou exérese de lesões nasais ou nasossinusais).
- cirurgias de garganta: para aumento de volume amígdalas (amigdalectomia) ou excesso/flacidez de tecido mucoso ou muscular na região da úvula ou próximo às amígdalas (uvulopalatofaringoplastia, redução volumétrica de palato mole por radiofreqüência, injeção roncoplástica, implantes de pilares palatais, faringoplastia lateral).
- cirurgias de base de língua: para aumento de volume lingual ou para línguas proporcionalmente grandes para o tamanho da cavidade oral (glossectomia, ablação lingual por radiofreqüência, avanço do músculo genioglosso, miotomia e suspensão do hióide).
- cirurgias ósseas faciais: para correção de defeitos de posicionamento ou de dimensões de maxila e/ou mandíbula (avanço maxilo-mandibular, distração osteogênica da mandíbula e/ou maxila e expansão maxilar rápida).
Interessante ressaltar que, em muitos casos, o paciente possui alterações em mais de um ponto das vias aéreas superiores, podendo ser indicados em uma mesma cirurgia dois ou três procedimentos concomitantes, como por exemplo uma septoplastia, associada a uvulopalatofaringoplastia e ablação lingual por radiofreqüência. Nesses casos, os resultados certamente serão otimizados, pois foram corrigidas diversas alterações em um único tempo cirúrgico.
4) Meu vizinho ronca e tem apnéia do sono, assim como eu. Fizemos o exame do sono e, por coincidência, tivemos o mesmo resultado (apnéia do sono grave). Marcamos consulta com o mesmo especialista em sono e, curiosamente, para meu vizinho foi indicada uma cirurgia de garganta e, para mim, um aparelho chamado CPAP. Por que essa diferença de tratamento, se temos a mesma doença?
Esse é, sem dúvida, o ponto mais delicado do tratamento do ronco e da apnéia do sono – a adequação do tratamento a cada perfil de paciente. Essas diferenças de conduta entre pacientes semelhantes, mesmo que possuam quadro clínico e resultados de exames idênticos, existem devido a diferenças interpessoais de idade, peso, sexo, grau e localização de alterações de vias aéreas superiores e presença de outras doenças associadas (diabetes, pressão alta, arritmias cardíacas, doenças pulmonares, neurológicas ou neuromusculares, etc.). A avaliação global desses fatores é determinante para a indicação de qualquer cirurgia.
Ou seja: o tratamento cirúrgico do ronco e apnéia do sono é sempre individualizado, e depende em parte de resultado de exames e, em sua maior parte, das particularidades físicas de cada paciente. Um bom tratamento para seu vizinho pode ser péssimo para você, ou vice-versa, mesmo que possuam quadros clínicos semelhantes.
E esse julgamento deve ser criteriosamente feito por um médico especialista na área, para minimizar erros ou resultados insatisfatórios (infelizmente bastante comuns no cenário atual).
5) E como saber se meu problema será melhor resolvido com, sem ou também com cirurgia?
A avaliação por um especialista é sempre o caminho mais seguro, sem dúvida. Uma cirurgia não é um “corte de cabelo”, sendo que devem ser considerados em conjunto com o paciente os riscos, prós e contras de todo e qualquer procedimento, mas que quando bem indicados podem trazer resultados muito satisfatórios e duradouros. Além disso, a “pílula mágica” para a cura do ronco e apnéia do sono ainda não foi descoberta, sendo que a cirurgia, quando indicada, faz parte de um “processo de tratamento”, e não deve ser encarada como “o” tratamento. Idade, sexo, peso e outras doenças concomitantes influenciam no grau e duração dos resultados cirúrgicos, o que deve sempre ser de conhecimento do paciente.
Dr. Murilo Lima