domingo, 28 de fevereiro de 2016

APNEIA DO SONO – Causas, Sintomas e Tratamento

http://www.esteticas.com.br/imagens/CPAP-apneia-sono.jpg

A apneia do sono, também conhecida como síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS), é um distúrbio provocado por frequentes obstruções parciais ou completas das vias respiratórias durante o sono, o que leva a episódios repetidos de cessação da respiração enquanto o paciente dorme.

Qualquer pessoa pode desenvolver apneia obstrutiva do sono, embora ela seja muito mais comum em indivíduos com mais de 60 anos, obesos ou fumantes.

-Se você ronca muito, acorda subitamente durante a noite com sensação de estar engasgado e sente-se muito sonolento durante o dia, existe uma grande chance de você estar sendo acometido pela síndrome da apneia obstrutiva do sono.

Neste artigo vamos explicar a apneia obstrutiva do sono, dando ênfase às causas, fatores de risco, diagnóstico, sintomas e opções de tratamento.

Se você procura informações sobre o ronco simples, aquele que ocorre sem que exista a síndrome da apneia obstrutiva do sono, acesse o seguinte artigo: COMO PARAR DE RONCAR.

O que é a apneia obstrutiva do sono

A apneia obstrutiva do sono é um distúrbio caracterizado por interrupções curtas e repetidas da respiração durante o sono. Ela ocorre quando os músculos das vias respiratória alta relaxam enquanto dormimos, fazendo com que os tecido moles na parte de trás da garganta colapsem, bloqueando a passagem do ar em direção aos pulmões (veja a ilustração abaixo).

Apneia-do-sono 

O relaxamento e o consequente colapso dos músculos da faringe podem provocar reduções parciais ou totais da respiração, eventos que recebem, respectivamente, os nomes de hipopneia e apneia. Os episódios de obstrução respiratória costumam durar entre 10 e 30 segundos, mas alguns podem persistir por mais de um minuto, provocando importantes reduções na saturação de oxigênio no sangue.
A queda abrupta na taxa de oxigenação do sangue alerta o cérebro, que responde provocando uma súbita interrupção do sono para que o indivíduo possa voltar a respirar. Esse padrão de obstrução das vias aéreas seguida de interrupção do sono pode ocorrer centenas de vezes em uma noite.
O paciente pode acordar subitamente, com sensação de estar sufocado ou engasgado, contudo, em casos menos severos, a superficialização do sono pode ser tão efêmera, que o indivíduo volta a dormir imediatamente e depois não se recorda de ter acordado.

O resultado da apneia do sono é um padrão sono fragmentado, não restaurador, que muitas vezes resulta em um excessivo nível de sonolência durante o dia. E o mais curioso é que muitos dos pacientes nem sequer desconfiam que a causa do seu sono excessivo seja o fato de dormirem mal, já que eles não se lembram de acordar várias vezes durante a noite.

Causas da síndrome da apneia obstrutiva do sono
A síndrome apneia obstrutiva do sono é um distúrbio extremamente comum. Estima-se que cerca de 20 a 30% da população adulta masculina e 10 a 15% da população adulta feminina sofram desse mal. Apenas uma minoria desses indivíduos, porém, tem o diagnóstico corretamente estabelecido por um médico.

O relaxamento da musculatura respiratória é comum durante o sono, e na maioria das pessoas ele não é intenso o suficiente para causar obstrução ao fluxo aéreo. Para que a síndrome da apneia obstrutiva do sono ocorra, alguns outros fatores precisam estar presentes. A obesidade, a idade avançada, o tabagismo, a história familiar e alterações da anatomia das vias respiratória costumam ser os fatores de risco mais importantes. Mas eles não são os únicos.

A seguir, vamos descrever os fatores de risco mais comuns para a SAOS.
Idade → a apneia do sono é rara em crianças e vai ficando cada vez mais comum conforme envelhecemos. A partir dos 50 anos, ela se torna bastante prevalente.
  • Obesidade → provavelmente o fator de risco mais importante é excesso de peso. Apenas 10% dos homens com IMC normal têm SAOS, enquanto entre os homens com IMC maior que 30 kg/m² essa taxa é superior a 60% (leia: IMC | Como calcular o índice de massa corporal).
  • Gênero → a SAOS é 2 a 3 vezes mais comum em homens. Porém, a partir da menopausa, essa diferença reduz-se bastante.
  • Anormalidades anatômicas → alterações nos ossos do crânio, principalmente uma mandíbula ou maxilar curtos, hipertrofia das amígdalas, hipertrofia das adenoides, desvio de septo, pólipos nasais ou ter um pescoço pequeno e largo são fatores que favorecem o aparecimento da apneia obstrutiva do sono.
  • Congestão nasal → indivíduos que apresentam o rinite frequente também estão sob maior risco .
  • Cigarro → a SAOS é 3 vezes mais comum em fumantes do que em não-fumantes (leia: DOENÇAS DO CIGARRO | Como parar de fumar).
  • Álcool → O consumo de álcool aumenta o relaxamento da musculatura da faringe durante o sono, favorecendo o aparecimento da obstrução das vias aéreas.
  • Dormir de barriga para cima → a posição que mais favorece a obstrução das vias áreas é a chamada posição supina, que é a posição de barriga para cima. Desta forma, além do colapso da musculatura da faringe, há também grande risco de queda da língua em direção à garganta.

Sintomas da apneia obstrutiva do sono

A sonolência diurna é um dos sintomas mais comuns da SAOS, sendo frequentemente o motivo pelo qual o paciente procura ajuda médica. É importante saber distinguir a sonolência da fadiga (cansaço). A primeira é uma incapacidade de permanecer completamente desperto ou alerta durante o dia, enquanto a fadiga é uma queixa subjetiva de falta de energia física ou mental.
Inicialmente, a sonolência diurna pode passar despercebida ou ser subestimada, pois o quadro costuma evoluir muito lentamente ao longo de meses ou anos. O paciente pode não descrever o sintoma como sonolência, utilizando outros termos, tais como fadiga, cansaço, desânimo ou falta de energia. Contudo, se o paciente for questionado de forma cuidadosa, geralmente revela-se um padrão de sonolência excessiva, com adormecimento frequente durante situações passivas ou monótonas, como leituras, aulas, missas, assistir televisão, ir ao cinema ou até mesmo durante a condução de um carro. O consumo desmedido de café durante o dia também pode ser um sinal de sonolência diurna excessiva.
Alguns pacientes queixam-se mais de insônia do que da sonolência diurna. Geralmente isso ocorre nos indivíduos com episódios repetidos de apneia durante o sono, o que impossibilita a entrada do paciente no estágio de sono profundo. Este tipo de queixa é mais comum nas mulheres.
O ronco durante o sono é a outra característica típica da apneia obstrutiva do sono. Cabe aqui um esclarecimento, nem todo paciente que ronca tem SAOS, porém mais de 90% dos pacientes com

SAOS roncam. Portanto, dito de outra forma, a existência de ronco não é suficiente para fechar o diagnóstico da apneia do sono, mas a sua ausência torna a SAOS uma hipótese pouco provável.

A síndrome da apneia obstrutiva do sono não deve ser a primeira hipótese diagnóstica em indivíduos magros com ronco leve, mas é um cenário bastante provável no caso de pessoas obesas que roncam alto.
A presença do parceiro(a) ou de algum familiar que durma na mesma casa costuma ser importante durante a consulta médica, pois eles habitualmente têm um conhecimento sobre o padrão do sono melhor que o próprio paciente. Eventos associados ao sono, tais como roncos, períodos de interrupção da respiração,agitação noturna, engasgos ou episódios súbitos de despertar sobressaltado são mais facilmente constatados por quem está ao lado.
Além de sonolência diurna e dos roncos, há outros sinais e sintomas frequentemente associados à síndrome da apneia obstrutiva do sono. São eles:
  • Despertar subitamente com uma sensação de asfixia, engasgo ou sufocamento.
  • Despertar frequentemente com a boca seca ou com dor na garganta.
  • Períodos de interrupção da respiração durante o sono, que duram pelo menos 10 segundos.
  • Mau humor ou irritabilidade frequentes.
  • Falta de concentração.
  • Lapsos de memória.
  • Dor de cabeça matinal.
  • Diminuição da libido ou impotência
  • Despertar com dor no peito 
  • Pesadelos frequentes.
  • Necessidade frequente de urinar durante a madrugada.
  • Sintomas da fibromialgia 

Complicações da apneia obstrutiva do sono

Pacientes com apneia obstrutiva do sono apresentam um maior risco de acidentes ou de desenvolvimento de doenças clínicas.

Acidentes – Acidentes de trânsito são duas a três vezes mais comuns entre pacientes com SAOS do que na população em geral. Indivíduos com apneia do sono não devem conduzir veículos, operar máquinas pesadas nem receber responsabilidades que exijam atenta vigilância.

Doenças cardiovasculares –
Pacientes com SAOS, particularmente nos casos moderados a grave, estão sob risco aumentado de desenvolverem uma ampla gama de complicações cardiovasculares, incluindo hipertensão arterial, hipertensão pulmonar, doença coronariana, arritmias cardíacas, insuficiência cardíaca e AVC.

Diabetes e síndrome metabólica – Pacientes com apneia obstrutiva do sono apresentam uma maior prevalência de pré-diabetes, diabetes e síndrome metabólica. Embora estas doenças estejam nitidamente relacionadas à obesidade, a existência da SAOS é um fator de risco adicional.

Depressão – Vários estudos têm mostrado que os pacientes com SAOS apresentam uma incidência aproximadamente duas vezes maior de depressão do que o resto da população (leia O QUE É DEPRESSÃO?)

Complicações operatórias – Pacientes com apneia obstrutiva do sono, que precisam ser operados por qualquer motivo, estão sob maior risco de complicações cirúrgicas, tais como insuficiência respiratória aguda, eventos cardíacos no pós-operatório ou necessidade de condução do pós-operatório em unidades de terapia intensiva.

Mortalidade – Pacientes com SAOS grave e não tratada têm duas a três vezes maior risco de mortalidade, por qualquer causa, quando em comparação com indivíduos sem esse distúrbio.

Diagnóstico da apneia obstrutiva do sono

Pacientes com história clínica que levante a suspeita de apneia do sono devem ser avaliados com um exame de polissonografia, que costuma ser realizado em centros especializados em tratamento dos distúrbios do sono.
A polissonografia é um exame não invasivo, no qual o paciente dorme enquanto a equipe médica faz um registro completo da atividade do organismo, incluindo a atividade elétrica cerebral, ritmo respiratório e cardíaco, tônus muscular, movimentos oculares e taxa de oxigenação do sangue.
Nos adultos, o diagnóstico da SAOS costuma ser confirmado se pelo menos uma das duas situações a seguir existir durante a polissonagrafia:
1- Cinco ou mais eventos respiratórios obstrutivos, tipo apneias, hipopneias ou despertar súbito com falta de ar, a cada hora de sono, associados a pelo menos um sintoma típico de SAOS descrito no tópico anterior.
2- Quinze ou mais eventos respiratórios obstrutivos por hora de sono, independentemente da presença de outros sintomas de SAOS.

Gravidade da apneia do sono

Os pacientes que satisfazem os critérios para o diagnóstico de SAOS são tradicionalmente classificados como portadores de doença leve, moderada ou grave, com base nos seus sintomas e nos resultados da polissonografia.
Apneia obstrutiva do sono leve – Pacientes com 5 a 15 eventos respiratórios por hora de sono. Esses pacientes costumam ter poucos sintomas e a sonolência diurna é branda, não sendo capaz de afetar a qualidade de vida. Complicações cardiovasculares não costumam ocorrer.
Apneia obstrutiva do sono moderada – Pacientes 15 a 30 eventos respiratórios por hora de sono. Esses pacientes costumam notar relevante sonolência diurna, que é capaz de interferir nas atividades diárias. Neste grupo, já há um aumento da incidência de acidentes automobilísticos, e complicações, como a hipertensão arterial, já podem existir.
Apneia obstrutiva do sono grave – Pacientes com mais de 30 eventos respiratórios por hora de sono ou que apresentam à polissonografia quedas importantes na taxa de saturação de oxigênio no sangue (oximetria abaixo de 90%) em pelo menos 1/5 do tempo do exame. Esses pacientes têm grande sonolência diurna e tendem a cair no sono muitas vezes durante o dia, mesmo sentados. Pacientes com SAOS grave têm um risco aumentado de mortalidade por complicações cardiovasculares ou acidentes.

Tratamento da Apneia obstrutiva do sono

O tratamento da SAOS visa acabar ou amenizar os episódios de apneia ou hipopneia e melhorar a saturação de sanguínea de oxigênio no sangue durante o sono. Nos casos leves, medidas simples podem ser efetivas. Na formas mais graves, aparelhos respiratórios podem ser necessários.

1- Mudanças de estilo de vida
A atitude mais importante é emagrecer, caso o paciente tenha uma IMC acima de 25 kg/m². A prática de exercício físico regularmente também ajuda. Diminuir o consumo de bebidas alcoólicas e suspender o cigarro são essenciais.
Evitar dormir de barriga para cima pode ajudar a reduzir o número de eventos respiratórios  durante o sono.
Medicamentos para dormir, como os ansiolíticos, não devem ser usados sem orientação médica, pois estes podem aumentar o risco de apneia do sono.

2- CPAP
O CPAP é uma sigla em inglês que significa Continuous Positive Airway Pressure (pressão positiva contínua nas vias aéreas). É um método bastante eficaz para as formas moderadas e graves da apneia do sono.
O CPAP é um tratamento que consiste no uso de uma máquina ventilatória que fornece ar sob pressão através de uma máscara que deve ser acoplada ao paciente antes de dormir. O CPAP reduz o número de eventos respiratórios à noite, reduz a sonolência diurna e melhora a qualidade de vida do paciente.
Embora o CPAP seja o método mais bem sucedido e mais comumente utilizado para o tratamento de apneia obstrutiva do sono, algumas pessoas acham que a máscara é desconfortável ou máquina barulhenta. As máquinas mais recentes, no entanto, são menores e produzem bem menos ruídos que máquinas mais antiga.

3- Aparelhos orais
Para os pacientes com SAOS leve ou moderada que não toleram ou não querem tratamento com CPAP, um aparelho oral que acerta o posicionamento da mandíbula e da língua é uma alternativa possível. A pressão positiva de vias aéreas é geralmente mais eficaz, mas a maioria dos pacientes acabam se adaptando melhor aparelho oral. Como a adesão ao tratamento é um aspecto essencial de sucesso, o uso de aparelhos orais acaba sendo uma alternativa aceitável.
Nos casos de SAOS grave, porém, somente o CPAP é uma opção eficaz.

4- Cirurgia
Se nenhum dos tratamentos funcionar, a cirurgia para correção de alterações anatômicas pode ser a solução. A cirurgia, porém, fica reservada para casos específicos e só é indicada após cuidadosa avaliação médica.

Metade dos diabéticos não sabem que têm diabetes

O diabetes está na lista de patologias que atuam silenciosamente no organismo até comprometê-lo definitivamente, permitindo apenas a convivência com a doença. Assim, damos início ao texto que mostra que metade dos diabéticos não sabem que têm diabetes.

Metade dos diabéticos não sabem que têm diabetes
Metade dos diabéticos não sabem que têm diabetes

O diabetes é uma doença crônica caracterizada por uma deficiência parcial ou total na produção de insulina, hormônio responsável pela redução da glicemia (taxa de glicose no sangue), por promover o ingresso de glicose nas células e pela síntese de proteínas e armazenamento de lipídios.

Metade dos diabéticos não sabem que têm a doença


Segundo a Federação Internacional de Diabetes, existe no mundo cerca de 285 milhões de diabéticos, o que equivale a 6,4% da população adulta. No Brasil, o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que 7,6% da população entre 30 a 69 anos era diabética, chegando a 17,6% das pessoas entre 60 a 69 anos.


Já no interior de Pernambuco, um estudo realizado em 2010 revelou que a prevalência de diabetes na população local é duas vezes superior a média mundial, chegando a 13,6%.

Existem dois tipos principais de diabetes, o Tipo I e o Tipo II. O diabetes tipo I acomete mais as crianças, adolescentes e adultos jovens. "São pacientes totalmente dependentes de insulina. Por apresentarem uma sintomatologia mais evidente, como poliúria (urinar muito), polidpsia (beber muita água) e perda de peso, o diagnóstico precoce é mais fácil", esclareceu a endocrinologista da Santa Casa de Maceió, Thaís Mendonça (foto).

O diabetes tipo II, mais comum no público adulto, apresenta uma sintomatologia menos específica. Muitas vezes o paciente apresenta poucos sintomas, fazendo com que o diagnóstico seja tardio.

Metade dos diabéticos não sabem que têm diabetes
Dra. Thaís Mendonça - endocrinologista

"Cerca de 50% dos pacientes diabéticos desconhecem ter a doença por não apresentar sintomas. No entanto, alguns fatores de risco fazem o médico suspeitar do diabetes mais precocemente", alertou Thaís Mendonça. São eles: pessoas acima de 45 anos com história familiar de diabetes, obesidade (principalmente abdominal), história prévia de diabetes gestacional, pessoas com dislipidemia e com hipertensão arterial.

"Quando o paciente perde peso apesar de se alimentar bem, apresenta cansaço, vista turva, prurido vaginal e infecção urinária de repetição é importante pensar em diabetes", acrescentou a endocrinologista.

Fonte: Ascom Santa Casa

Alimentação e Tireoide

http://www.ingerindosaude.com.br/wp-content/uploads/dieta-sem-gluten-1024x768.jpg

Alimentar-se de forma equilibrada é importante para a manutenção de peso ideal e da saúde plena. O mesmo se aplica para as pessoas com algum distúrbio na tireoide, seja ele hipotireoidismo ou hipertireoidismo. De acordo com a Dra. Laura Ward, presidente do Departamento de Tireoide da SBEM (Gestão 2011-2012), embora certos alimentos, quando ingeridos em excesso e por longos períodos, possam interferir com o metabolismo da tireoide, sua proibição não é usual para quem tem problemas com a glândula. “Apenas em situações especiais, como antes da realização de alguns exames ou tratamentos específicos, é que uma dieta direcionada é orientada. No geral, o ideal é que se mantenha uma alimentação saudável e balanceada em todos os nutrientes”, afirma.
Segundo a especialista, quem tem problemas na glândula deve ficar atento a excessos de determinados tipos de alimentos. “O ideal é que o paciente não coma sal em grande quantidade, já que o sal é iodado e o excesso de iodo pode piorar um distúrbio de tireoide latente (não manifestado clinicamente ainda) ou já em tratamento. Isso desregula totalmente o metabolismo do indivíduo”, alerta.
A endocrinologista chama atenção ainda para os alimentos que podem causar bócio, os chamados bociogênicos, ou que contenham isoflavonas em grande quantidade. “Alimentos como repolho, nabo, soja e couve podem ser consumidos uma ou duas vezes por semana, mas não todos os dias”, alerta Dra. Laura.
Atenção para a Soja
De acordo com Dra. Tânia Bachega, presidente da Comissão Nacional dos Desreguladores Endócrinos da SBEM, a partir da aprovação da rotulagem de alimentos com soja como protetores para doença coronariana pelo Food and Drug Administration (FDA), em 1999, o consumo destes produtos vem aumentando a cada dia. “Com o aumento no consumo de soja, cresceram as preocupações se este alimento poderia afetar o equilíbrio da função tireoidiana. Estudos in vitro demonstraram que os fitoestrógenos presentes na soja, além de diminuírem a ação periférica dos hormônios tireoidianos, também afetam a sua síntese por inibição da tireoperoxidase, uma enzima chave na síntese dos hormônios tireoidianos. Eles induzem ainda a proliferação dos tireócitos, predispondo ao hipotireoidismo e bócio”, explica. “É muito discutida a hipótese de que a ingestão da soja por indivíduos predispostos ao desenvolvimento de doença tireoidiana poderia desencadear ou acelerar a evolução para franco hipotireoidismo”, alerta.
Segundo dados de uma pesquisa, comentados pela especialista, em uma análise de mulheres com hipotireoidismo subclínico, observou-se que o consumo diário de 16 mg/dia de isoflavona, equivalente ao ingerido pelos vegetarianos, aumentou em três vezes o risco para o desenvolvimento de hipotireoidismo franco. “Este hipotireoidismo não foi reversível com a suspensão da ingestão de soja, sugerindo que as isoflavonas também possam atuar através da modulação do processo autoimune”, explica. “Outro aspecto importante que merece ser enfatizado é que os fitoestrógenos podem diminuir a absorção tanto do hormônio tireoidiano como do iodo, havendo a necessidade de um fino ajuste da dose da terapia com levotiroxina, especialmente nos portadores hipotireoidismo congênito”, reitera.

Em relação ao consumo ideal de soja, Dra. Tânia explica que não é possível determinar qual seria a dose isenta de efeitos nocivos: “Baseando-se no mecanismo de ação dos desreguladores endócrinos, doses pequenas podem alterar o funcionamento da tireoide, especialmente nos indivíduos de maior suscetibilidade: fetos, lactentes e adolescentes”, explica. Os fitoestrógenos podem também ser encontrados em outros alimentos como cevada, centeio, ervilha e algas.

Quais são as causas de hipertireoidismo?

 http://melhorcomsaude.com/wp-content/uploads/2014/01/tireoide.jpg
Conheça, abaixo, as principais caisas do hipertireoidismo.

Doença de Graves: é uma doença autoimune (o organismo produz anticorpos que atacam o próprio organismo), que resulta em aumento do volume da tireoide e do hipertireoidismo. Em alguns pacientes, pode ocorrer edema (inchaço) dos músculos e outros tecidos ao redor dos olhos, causando protrusão do globo ocular, desconforto local e visão dupla. Como outras doenças autoimunes, o hipertireoidismo tende a afetar várias pessoas de uma mesma família. É mais comum em mulheres do que em homens.

Bócio multinodular tóxico: bócio é o aumento do volume da tireoide. Em algumas situações, a presença de vários nódulos na tireoide pode causar aumento do volume e levar a uma produção excessiva de hormônio tireoideano, causando o hipertireoidismo. É mais frequentemente diagnosticado após os 50 anos de idade e pode afetar a frequência cardíaca. Em vários casos, a pessoa pode ter o bócio há vários anos antes dele se tornar hiperfuncionante.

Nódulo tóxico: um único nódulo na tireoide também pode produzir mais hormônio tireoideano que o necessário, causando o hipertireoidismo. Esta doença não tem caráter familiar.

Tireoidite subaguda: esta doença não tem causa conhecida e é caracterizada por inflamação importante da tireoide, que resulta em um aumento doloroso da glândula e na liberação de grandes quantidades de hormônio no sangue. Felizmente, esta situação geralmente se resolve espontaneamente.

Tireoidite pós-parto: Cerca de 5 a 10% das mulheres desenvolvem hipertireoidismo leve a moderado alguns meses após o parto. O hipertireoidismo nesta situação, geralmente, dura 1 a 2 meses, e frequentemente é seguido por vários meses de hipotireoidismo (diminuição da atividade da tireoide), o qual se recupera em grande parte das mulheres. Entretanto, em alguns casos, a glândula não se recupera, e o hipotireoidismo se torna permanente, sendo necessária a reposição hormonal ao longo da vida.

Tireoidite silenciosa: hipertireoidismo transitório pode ser causado por uma tireoidite silenciosa, uma condição que parece semelhante à tireoidite pós-parto, mas não está relacionada à gestação e não é acompanhada de dor na glândula.

Ingestão excessiva de iodo: várias substâncias com altas concentrações de iodo, tais como comprimidos de alga, alguns expectorantes e amiodarona (uma medicação utilizada no tratamento de arritmias cardíacas) podem, ocasionalmente, causar hipertireoidismo.

Superdosagem de hormônio tireoideano: pacientes que recebem doses excessivas de hormônio tireoideano podem desenvolver hipertireoidismo. Esses pacientes devem ter uma avaliação da dosagem do hormônio tireoideano pelo médico no mínimo uma vez ao ano e jamais se automedicarem.

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Apneia do sono, obesidade e diabetes. Que relação?

Distúrbio respiratório grave provoca sonolência diurna excessiva e aumenta risco de acidentes


A Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) é um distúrbio respiratório comum e frequentemente não reconhecido. A sua prevalência varia entre 2% (mulheres) e 4% (homens), mas pode ser superior em indivíduos com obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares.

A SAOS é uma doença respiratória provocada por colapsos intermitentes e repetidos das vias aéreas superiores, durante o sono, que resulta numa respiração irregular e micro-despertares frequentes durante a noite, que na maior parte das vezes os doentes não estão conscientes destes eventos.

Estas situações provocam pausas respiratórias durante o sono, com duração superior a 10 segundos e que se podem repetir mais de 5 vezes por hora. Essas pausas originam diminuição do oxigénio e também o aumento do dióxido de carbono no sangue. É um distúrbio respiratório grave, dado que a sonolência diurna excessiva resultante, influência a capacidade de raciocínio e de avaliação, aumentando o risco de acidentes de viação e de trabalho.

Alguns dos sintomas mais frequentes durante o sono são: as pausas respiratórias que podem estar ou não associadas a um ressonar de intensidade variável, um sono agitado e o acordar com a boca seca. Durante o dia alguns dos sintomas que se podem observar são: a sonolência, dores de cabeça matinais e dificuldades de concentração.

A diabetes e a SAOS são doenças comuns na comunidade que muitas vezes coexistem. Esta relação pode ser explicada pela presença de fatores de risco comuns a ambas as patologias, como por exemplo a obesidade.

Esta constitui o fator de risco mais importante para a SAOS, sendo que aumenta para os índices de massa corporal mais elevados, sendo este fator mais evidente no sexo masculino. Nos indivíduos do sexo feminino a SAOS desenvolve-se em níveis de obesidade mais graves.

A redução de peso é também muito importante no tratamento desta patologia.Também pode haver uma relação mais complexa entre a SAOS e a diabetes, quando existe uma perturbação metabólica que leva a uma predisposição para ambas as patologias, ou quando os distúrbios metabólicos e autonómicos associados à SAOS influenciam o desenvolvimento da diabetes.

Ambas as patologias estão associadas a um aumento da morbilidade e mortalidade cardiovascular, sendo possível que a sua presença possa resultar em riscos para a saúde. Por estas razões, é importante alertar os profissionais de saúde para os sintomas e sinais da SAOS na população diabética.

Em 2012 a USF São João, no Pragal em parceria com a Linde Healthcare, realizou um estudo com o objectivo de avaliar a prevalência da SAOS nos diabéticos do tipo 2, que foi apresentado no Congresso Sleep & Breathing, em abril, em Berlim.

Este estudo sugere uma elevada prevalência da SAOS nesta população, estando de acordo com alguns estudos já realizados anteriormente. Cerca de 38% dos diabéticos do tipo 2 apresentava uma gravidade da SAOS entre moderada a grave na população estudada.

Por outro lado, dado o perfil obeso da população, poderá sugerir um Síndrome de Obesidade e Hipoventilação, mais prevalente em doentes com obesidade mórbida. Estes apresentam uma hipoventilação noturna condicionando a concentração de oxigénio no sangue arterial podendo originar uma sintomatologia semelhante à da SAOS com alterações da estrutura do sono e sonolência diurna.

Os doentes em risco foram todos referenciados ao hospital da sua área de residência para a realização de estudos mais aprofundados e para a confirmação do diagnóstico.

Este estudo enfatiza a importância de utilizar ferramentas de diagnóstico simples para avaliar estes doentes na comunidade, nomeadamente nos Centros de Saúde. A identificação precoce permite melhorias substanciais, não só no controle da diabetes, mas também e nas complicações cardiovasculares que são transversais na SAOS e na diabetes.

Em termos de qualidade de vida, tendo em conta as co-morbilidades existentes, o elevado consumo de recursos hospitalares por parte dos doentes, o uso de medicação crónica e o elevado absentismo laboral que a SAOS condiciona leva a que estes doentes, quando não tratados, apresentem uma qualidade de vida inferior e maiores níveis de depressão quando comparados com a população em geral.

Por João Tiago Pereira, Cardiopneumologista

Síndrome de apneia obstrutiva do sono e as doenças cardiovasculares

Estudos epidemiológicos sugerem que a prevalência de SAOS em doentes hipertensos varia de 22% a 62% 


Estudos recentes sugerem uma forte relação entre a síndrome de apneia obstrutiva do sono (SAOS) e as doenças cardiovasculares, sendo estas complicações da SAOS não tratada.

O risco de mortalidade por doenças cardiovasculares nestes doentes, quando não tratados, é muito elevado, mesmo nas situações em que outros fatores de risco para as doenças cardiovasculares estão controlados, como por exemplo, o tabagismo, as dislipidémias, o colesterol elevado, a pressão arterial alta e a obesidade.

A SAOS consiste numa doença respiratória caracterizada por colapsos intermitentes e repetidos das vias aéreas superiores, durante o sono, que resulta numa respiração irregular e micro-despertares frequentes durante a noite, em que na maior parte das vezes os doentes não estão conscientes destes despertares.

Os eventos obstrutivos provocam pausas respiratórias (apneias) durante o sono, com uma duração superior a 10 segundos e que se podem repetir mais de 5 vezes por hora. Essas pausas originam uma diminuição acentuada do oxigénio e também o aumento do dióxido de carbono no sangue.

Os eventos obstrutivos e a consequente diminuição do oxigénio no sangue estão relacionados com vários mecanismos fisiopatológicos que podem estar na génese das doenças cardiovasculares, nomeadamente: a ativação aumentada do sistema nervoso simpático, a variação acentuada da frequência cardíaca, a libertação de substâncias vasoconstritoras, os processos inflamatórios, o stress oxidativo, as alterações da função endotelial, a resistência à insulina, as alterações da coagulação e as variações da pressão dentro da cavidade torácica.

Estes são os mecanismos que podem explicar as principais doenças cardiovasculares mais frequentes nos doentes com SAOS: hipertensão arterial (HTA), doença arterial coronária (DAC), acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência cardíaca e arritmias cardíacas.

Estudos epidemiológicos sugerem que a prevalência de SAOS em doentes hipertensos varia de 22% a 62% e que a prevalência da hipertensão arterial em doentes com SAOS é de 40% a 90%. As apneias obstrutivas durante o sono provocam alterações na pressão arterial, muitas vezes com aumentos acima dos 30 mmHg da pressão arterial média.

Relativamente à doença arterial coronária, um estudo prospectivo realizado em 2011 no Hospital Distrital de Faro e publicado na Revista Portuguesa de Pneumologia, em doentes que tinham sofrido uma síndrome coronária aguda (SCA) revelou uma prevalência de SAOS de 43,1%. De destacar que em 48% destes doentes, a sintomatologia do SCA iniciou-se no período entre as 22:00 e as 06:00 (período nocturno), sugerindo uma relação entre os eventos obstrutivos da SAOS e o SCA.

Também na doença cerebrovascular tem sido demonstrado que o acidente vascular cerebral (AVC) e o acidente isquémico transitório são mais comuns nos doentes com SAOS, comparativamente com a população em geral. A SAOS relaciona-se com a HTA que, por sua vez, também apresenta uma forte relação com o AVC.

As arritmias cardíacas, principalmente as nocturnas, são frequentes em doentes com SAOS, estando directamente relacionadas com o número de apneias e com a gravidade da descida da saturação de oxigénio no sangue. Durante os estudos do sono é possível observar uma variação da frequência cardíaca, com uma bradicardia (ritmo lento) durante os eventos obstrutivos e uma taquicardia (ritmo rápido) durante os microdespertares. As arritmias mais comuns em doentes com SAOS são: sístoles prematuras ventriculares, taquicardia ventricular não sustida, pausas sinusais e bloqueios aurículo-ventriculares de 2º grau.

O tratamento eficaz da SAOS permite reduzir ou mesmo eliminar o risco destas doenças cardiovasculares.

Por João Tiago Pereira, Cardiopneumologista

Jornada dupla deixa as mulheres suscetíveis às doenças do coração

Saiba como evitar doenças cardíacas, atentando-se aos sinais de baixa qualidade de vida e hábitos de sua rotina.

 Jornada dupla deixa as mulheres suscetíveis às doenças do coração

Nas últimas décadas, as mulheres provaram que são capazes de assumir responsabilidades profissionais e alcançar o sucesso na carreira. De sexo frágil mostraram que não têm nada. Ao contrário, conseguem dar conta de jornada dupla, por vezes tripla, o que engloba dedicação ao trabalho, casa, filhos, marido e, em algumas vezes, até a realização de estudos complementares.
Esse cenário é comprovado pelos dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde. Segundo a OMS, 17 milhões de pessoas morrem por ano vítimas de doenças cardiovasculares. No Brasil, são relatados cerca de 360 mil casos anuais e, aproximadamente, 30% dos casos de infarto têm mulheres como vítimas.
No entanto, a combinação entre estresse no trabalho, rotina doméstica e fatores de risco (sedentarismo, tabagismo e obesidade, por exemplo) comprometem a qualidade de vida delas. A falta de atenção com a saúde e o acúmulo de tarefas vêm deixando as mulheres mais vulneráveis às doenças cardíacas.

Veja três sinais que indicam que você está abrindo mão da qualidade de vida:

1- Celular sempre em mãos
Se o celular tornou-se sua companhia inseparável e, a todo momento você está checando e respondendo e-mails, é hora de prestar atenção. A ansiedade em dar conta do trabalho em períodos que deveriam ser dedicados a família, por exemplo, comprometem o bem-estar do organismo.

2- Alteração no sono e apetite
Fique de olho se você começou a apresentar quadros de insônia e falta (ou excesso) de apetite. Tudo isso pode ser reflexo da sobrecarga diária e contribui para casos de fadiga intensa. Se  você se sente exausta, é importante analisar se esse cansaço vem acompanhado de sintomas como depressão, estresse e alteração de humor e até mesmo de dores no estômago ou pontadas no peito. O acompanhamento médico é muito importante nesses casos.

3- Alimentação em segundo plano
A rotina diária da mulher moderna faz com que ela acumule tarefas ao longo do dia. Como muitos dos compromissos precisam ser resolvidos em horário comercial, ela normalmente se desdobra para dar conta de tudo. Com isso, a hora do almoço, muitas vezes, acaba sendo comprometida, já que aproveita esse tempo para resolver pendências. A má alimentação é responsável por desencadear uma série de problemas de saúde, entre eles a hipertensão arterial, obesidade e diabetes. Fatores que podem desencadear doenças cardiovasculares.
O nervosismo, a ansiedade, o tabagismo, a má alimentação e o histórico familiar são fatores que, em conjunto, podem potencializar o surgimento de sérios problemas de saúde, entre eles: obesidade, hipertensão arterial, diabetes, infarto do miocárdio, angina (dor no peito) e doença arterial coronária (DAC).

3 dicas para evitar o risco de doenças do coração:

1- Alimente-se de forma saudável
É possível unir praticidade com qualidade. Se a correria diária impedir uma refeição em restaurante, opte por um sanduíche natural acompanhado de um suco de frutas. Diminua a ingestão de alimentos gordurosos e de açúcares do seu cardápio. Isso ajuda a diminuir o índice de colesterol e gordura do sangue, fatores que contribuem para o entupimento das artérias coronarianas.

2- Pare de fumar
Por mais difícil que possa ser largar um vício, está mais do que comprovado que o cigarro faz mal à saúde e é um vilão para o coração. Quando associado ao uso de pílula anticoncepcional intensifica as chances de problemas cardíacos, já que os dois juntos incentivam a formação de coágulos nas artérias e veias, interrompendo a irrigação do músculo cardíaco e levando ao infarto. A combinação de cigarro com pílula também pode contribuir para o desenvolvimento de AVC (acidente vascular cerebral), trombose e varizes.

3- Mexa-se
A prática regular de atividade física, em ritmo moderado e com duração de, no mínimo 30 minutos, ajuda a melhorar o funcionamento do organismo, controlar a hipertensão arterial, diabetes e colesterol.
É importante também lembrar que as doenças coronarianas aparecem com frequência nas mulheres por volta dos 50 anos, após a menopausa. Nesse período, ocorre a diminuição da produção do estrogênio, hormônio feminino produzido pelos ovários, aumentando as chances de doenças cardiovasculares. Não deixe de acompanhar essa fase com um ginecologista e endocrinologista.

Obesidade infantil aumenta os riscos de problemas cardíacos

Saiba como o aumento da obesidade infantil contribui para o surgimento de outros problemas de saúde.

 Obesidade infantil aumenta os riscos de doenças cardíacas em crianças

Comer fast food toda semana, devorar pacotes de chocolate, bolachas e balas, beber refrigerante e passar boa parte do dia na frente do computador ou televisão. Quem tem criança em casa precisa de muita atenção e disciplina para não deixar que esse cenário se torne uma realidade. A má alimentação, associada à falta de exercícios físicos, contribui para o aumento do número de crianças com sobrepeso ou obesidade.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 15% das crianças com idade entre 5 e 9 anos são obesas. Uma em cada três estão com peso acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde.
Além da questão estética, o aumento de peso pode contribuir para o surgimento de doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, diabetes e colesterol alto. Dessa forma, problemas que até então eram comuns em adultos estão atingindo o público infantil e impactando diretamente na sua qualidade de vida futura.
Um estudo publicado na revista científica New England Medical Journal, da Inglaterra, apontou que crianças com Índice de Massa Corporal (IMC) considerado acima do normal têm mais chances de desenvolverem doenças coronarianas na idade adulta.

Obesidade infantil aumenta os riscos de doenças cardíacas em crianças

Como saber se seu filho é obeso ou está com sobrepeso?

O primeiro passo para começar a cuidar da saúde da criança é identificar se ela tem alguns quilos a mais ou se é obesa.
“O sobrepeso, quando o indivíduo está acima do peso ideal, gera menos malefícios para a saúde do que a obesidade, que é uma doença caracterizada pelo excesso de gordura corporal. A obesidade pode trazer muitos riscos para a saúde, como doenças do coração, pressão alta e diabetes, por exemplo”, explica o Dr. Roberto Cury, coordenador do Núcleo de Cardiologia do Hospital Samaritano de São Paulo.
Para identificar o quadro, é necessário calcular o índice de massa corporal (IMC). Para isso, basta dividir o peso (em quilos) pelo quadrado de sua altura (em metros).

Exemplo: um indivíduo que pese 132kg e tenha 1,77m de altura terá um IMC de 42,13 kg/m2.  Fórmula: (132)/(1,77)2 = 42,13kg/m2.
Considera-se que o indivíduo está acima do peso se ele apresentar IMC entre 25 e 30. Já o IMC entre 30 e 35 indica obesidade tipo I; entre 35 e 40, obesidade tipo II e quando o IMC ultrapassa 40 trata-se de obesidade mórbida.

O que fazer se seu filho estiver com sobrepeso ou obeso?

– Incentive a prática de atividade física. Os exercícios provocam a queima de calorias e favorecem o emagrecimento.

– Introduza frutas, verduras e legumes na alimentação. Usar a criatividade para atrair o interesse dos filhos pela alimentação saudável faz toda a diferença.

– Amamente. Ainda quando bebê, é indicado que a mãe mantenha amamentação, pelo menos, até os seis meses de vida. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), está comprovado que o aleitamento materno contribui para reduzir as chances de obesidade infantil.

– Dê o exemplo. Os cuidados com a saúde da criança começam dentro de casa. Os filhos são os espelhos dos pais. Por isso, adote hábitos saudáveis e promova uma melhor qualidade de vida para toda a família.

 

Doenças cardiovasculares vão além do infarto

Entender como essas doenças funcionam, além dos sintomas, pode ajudar a salvar vidas.

 20-07 Doenças cardiovasculares vão além do infarto

Ao sinal de uma dor forte no peito imediatamente associamos o sintoma com um possível infarto. No caso de homens, a dor intensa neste local, realmente, é um sintoma que merece atenção e que pode caracterizar um infarto agudo do miocárdio. Nas mulheres, os sintomas do infarto são um pouco diferentes e explicamos mais sobre o assunto no post “conheça os principais sinais de infarto em mulheres e veja como se prevenir”.
Entretanto, existem outras doenças coronárias que também devem ser levadas em consideração pela população. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares são as principais causas mundiais de morte. No Brasil, 300 mil pessoas morrem anualmente, ou seja, um óbito a cada dois minutos é causado por esse tipo de enfermidade.
“Além dos fatores biológicos, hábitos como tabagismo, sedentarismo, má alimentação e alto índice de gordura abdominal também influenciam no desenvolvimento das doenças cardiovasculares”, explica o Dr. Roberto Cury, Coordenador do Núcleo de Cardiologia do Hospital Samaritano de São Paulo.
A boa notícia é que ao mudar os hábitos alimentares, evitando alimentos industrializados, gorduras e introduzindo na dieta frutas, vegetais e carnes brancas e, também o estilo de vida, inserindo a prática de pelo menos 30 minutos diários de atividades físicas em ritmo moderado, as chances de desencadeamento desses problemas reduz significativamente.

Conheça tipos de doenças cardiovasculares, que vão além do infarto:

Fibrilação Atrial: pouco conhecida pela população, essa doença é caracterizada pelo ritmo de batimentos cardíacos rápidos e irregulares dos átrios do coração. Ela acomete preferencialmente idosos acima de 70 anos e pessoas com problemas cardíacos. Se o problema não for controlado, pode provocar a formação de coágulos dentro do coração, que são expelidos durante o batimento cardíaco. Com isso, ocorre o entupimento das artérias que levam sangue para o cérebro, impedindo a circulação sanguínea. Esse quadro pode ocasionar um AVC. Controlar a pressão arterial, o diabetes e realizar atividade física moderada regularmente ajudam a prevenir o acidente vascular cerebral e outras complicações.

Sopro: é caracterizado como uma alteração no som que o sangue faz ao passar pelo coração e ou sistema vascular. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, cerca de 80% das crianças tem algum tipo de sopro ao longo da vida. Nem sempre o problema está relacionado a um problema cardíaco, mas deve ser investigado.

Doença vascular periférica: é ocasionada pelo depósito de gordura com obstrução das artérias periféricas do corpo. Normalmente, os portadores desta doença, sentem dificuldade para caminhar associada com dormência nos membros inferiores e queda de temperatura local.

Angina: quando falta oxigênio no coração ocorre uma dor intensa no peito, braço ou nuca. Essa dor surge, geralmente, após ter sido feito algum esforço físico. É uma manifestação da doença arterial coronária, que é a formação de placas de gordura nas artérias do coração. A evolução do caso da angina pode causar um infarto. Os sintomas são muito parecidos.

Insuficiência cardíaca: Falta de ar, cansaço extremo, tosse seca em posição deitada, taquicardia em repouso e falta de apetite são os principais sintomas deste problema, que ocorre quando o coração não consegue bombear com eficiência todo o sangue pelo sistema circulatório.
Em sinal de qualquer sintoma que possa vir a ser uma doença cardiovascular, procure acompanhamento médico. A realização de exames preventivos também é indispensável. Entre os métodos de diagnósticos mais comuns utilizados para esses casos estão ecocardiograma, eletrocardiograma, teste ergométrico, cateterismo cardíaco, holter 24 horas e monitor cardíaco portátil.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Adeus sedentarismo: como praticar esportes sem comprometer o coração

Adicione mais esportes em sua rotina para evitar o sedentarismo e cuidar do coração. 

 sedentarismo_como_praticar_esportes_sem_comprometer_o_coracao

Para quem ainda não aderiu à prática de exercícios físicos pode parecer uma grande bobagem a insistência dos médicos para deixar de lado a preguiça e começar a exercitar o corpo. Mas de bobagem essa recomendação não tem nada. O sedentarismo, atualmente, é um dos principais responsáveis por problemas no coração, como doenças coronarianas, acidentes vasculares cerebrais (AVC) e hipertensão sistêmica, por exemplo.
Uma atividade física regular com duração de 30 minutos diários é capaz de auxiliar no controle da hipertensão, melhorar a taxa glicêmica do sangue, aumentar o colesterol bom (HDL) e reduzir o ruim (LDL), além de controlar o peso do indivíduo. “Esses fatores, quando em níveis adequados, melhoram a condição cardiovascular das pessoas e diminuem os riscos de infartos e derrames. Praticar esportes ainda diminui o estresse e a ansiedade”, explica o médico Roberto Cury, cardiologista chefe do Núcleo de Cardiologia do Hospital Samaritano.
Embora signifique qualidade de vida, os exercícios diários nunca devem ser praticados em excesso. Lesões nos joelhos, nos pés, nos ombros, em articulações e até mesmo no coração podem ocorrer, caso a pessoa não esteja atenta aos exageros.
Segundo o Dr. Cury, os treinos devem começar de forma leve e evoluírem gradativamente, conforme o corpo responde ao esforço. “A recomendação internacional é de que as atividades físicas sejam aliadas aos trabalhos de resistência muscular localizada (musculação)”, afirma.
O médico diz ainda que não é recomendado que, logo no início, seja feito esforço além da capacidade do iniciante. Ele explica que são em momentos como este que a pessoa pode se sentir mal, ter arritmia, dores no peito e, em casos mais sérios, até sofrer um infarto.
Nunca se esqueça: antes de começar a praticar qualquer modalidade esportiva, é imprescindível que seja feito um check up rigoroso para que todo o sistema cardiovascular seja examinado. Só com essa análise é possível ter certeza de que o corpo da pessoa está apto ao esforço ao qual será submetido durante o esporte.

7 hábitos para manter a saúde do coração

Se você já chegou ou passou dos 40 anos, saiba o que é preciso mudar em sua vida para cuidar da saúde do coração.

 7-habitos-para-manter-a-saude-do-coracao

Se você já chegou ou passou dos 40 anos, já deve ter percebido que muitas mudanças ocorrem no organismo e que é preciso ter mais cuidado com a saúde. Quando falamos da saúde do coração, torna-se ainda mais necessário controlar os fatores de riscos e mudar alguns hábitos de vida e alimentares. A partir desta faixa etária aumentam as chances de desenvolvimento de problemas cardíacos, principalmente o infarto agudo do miocárdio.
No post sobre ‘hereditariedade pode ser a causa de doenças cardiovasculares?’, falamos sobre a influência dos fatores biológicos no desencadeamento deste problema. Além deste fator, sedentarismo, tabagismo, má alimentação e o elevado índice de gordura abdominal também influenciam no desenvolvimento de doenças do coração.
De acordo com o recente estudo realizado pelo King’s College London e publicado no American Journal of Clinical Nutrition, homens e mulheres, com 40 anos ou mais, que adotam uma alimentação mais saudável reduzem o risco de um ataque cardíaco ou de um AVC (Acidente Vascular Cerebral) em até um terço.
A boa notícia é que ainda dá tempo de salvar seu coração! Ao adotar algumas mudanças no estilo de vida e na rotina, é possível viver com mais qualidade nos próximos anos e manter seu coração saudável.

Veja o que deve ser feito:

  • Evite o cigarro: além de causar problemas respiratórios e oncológicos, o cigarro também é um dos responsáveis por potencializar os riscos de doenças no coração. Ao deixar de fumar, a pessoa reduz imediatamente pela metade o risco de morrer do coração e, em cinco anos, zera.
  • Diminua o peso: quando estamos acima do peso, o coração fica mais espesso e precisa de mais força para bombear o sangue. Além disso, o acúmulo de gorduras provoca a obstrução das artérias, o que dificulta a passagem do sangue. O sobrepeso também dificulta o controle do colesterol e da pressão arterial.
Dica: o corpo no formato ‘maçã’, ou seja, quando a gordura se deposita no meio do corpo, é mais prejudicial para a saúde do coração. Por isso, é importante controlar o tamanho da circunferência da cintura. Nas mulheres, esta medida não deve ultrapassar 80 cm e nos homens, 94 cm.
  • Pratique exercícios regularmente: a prática de atividades físicas melhora a saúde do coração e os vasos sanguíneos. Também ajuda na diminuição da glicose, risco de trombose e reduze a inflamação no sangue. O ideal é destinar cerca de 30 a 40 minutos por dia para a realização de atividades físicas, em ritmo moderado.
  • Controle pressão arterial: a hipertensão arterial é uma doença cardiovascular crônica que atinge principalmente vasos sanguíneos, coração, cérebro e rins. Consulte sempre o médico para medir a pressão sanguínea. Acima de 140 por 90 mmHg (ou 14/9) ela já pode ser considerada alta.
  • Evite estresse e tensão: nem sempre é fácil controlar as situações de nervosismo e tensão. Mas, quando esfriamos a cabeça, percebemos que ficar nervoso não resolve nenhum problema. Ao contrário, contribui para danificar o sistema nervoso.
  • Reduza o consumo do açúcar: evite alimentos com alto teor de açúcar refinado, como bolos e outros doces. Fique também atento ao conteúdo de açúcar das bebidas. O açúcar aumenta o índice de glicose no organismo.
  • Controle o colesterol: a alteração no nível do colesterol faz com se formem placas de gorduras nas artérias, o que pode provocar o endurecimento dos vasos (aterosclerose). Para mantê-lo sob controle é importante incluir na dieta o consumo de alimentos ricos em ácidos graxos e ômega 3, como castanhas e salmão, por exemplo, e também praticar exercícios físicos.
Converse com seu cardiologista, realize os exames preventivos e não se esqueça: só as mudanças em suas atitudes podem contribuir para uma melhor qualidade de vida e saúde.

Xô colesterol: descubra o que fazer para se livrar desse mal

Mudar alguns hábitos é o primeiro passo para evitar o colesterol prejudicial (LDL) à saúde.

 xo-colesterol-descubra-o-que-fazer-para-se-livrar-desse-mal

Fundamental para a produção de hormônios e até da vitamina D, o colesterol é um tipo de gordura vital produzida pelo nosso organismo. Contribui para a produção do cortisol e de hormônios sexuais, além de auxiliar na regeneração celular. Além da produção natural pelo corpo, ele também pode ser obtido por meio do consumo de carnes, ovos e leite (alimentos de origem animal).
Mas então por que tanta preocupação quando falamos sobre o assunto? O problema aparece quando o colesterol está presente em excesso no nosso organismo. Ele é considerado um mal silencioso e responsável por potencializar o desenvolvimento de uma série de problemas à saúde, principalmente, as doenças cardiovasculares.
Isso acontece porque quem sofre de colesterol alto não costuma apresentar sintomas. “Os sinais aparecem quando já ocorreram a formação das placas de gordura nas artérias, e a situação já pode estar avançada, aumentando risco de infarto e de derrame. Nesse caso, a pessoa passa a sentir sintomas cardíacos como dor, queimação e pontada no peito, além de falta de ar, sudorese, palpitações e fadiga ou sintomas neurológicos como dormência no corpo, paralisia ou perda da consciência. Quadros que, se não tratados, pode provocar um infarto ou acidente vascular cerebral”, explica o Dr. Roberto Cury, Chefe do Núcleo de Cardiologia do Hospital Samaritano de São Paulo.

Para explicar melhor, ele é classificado em dois tipos:

  • LDL colesterol: conhecido como “ruim”, ele pode se depositar nas artérias e provocar o seu entupimento.
  • HDL colesterol: conhecido como “bom”, retira o excesso de colesterol para fora das artérias, impedindo o seu depósito e diminuindo a formação da placa de gordura.
“O que influencia se o colesterol é saudável ou prejudicial é o tipo da lipoproteína (pequena estrutura formada por lipídios e proteínas) que o envolve”, explica Dr Cury.

Para evitar o LDL, o mais indicado é:

  • Cuidar da alimentação, evitando o consumo de gordura saturada e açúcar;
  • Manter o peso dentro da normalidade;
  • Evitar o consumo de bebida alcoólica em excesso (mais de duas doses por dia);
  • Realizar exames preventivos com frequência.

 

Infarto e AVC: doenças que mais causam morte no país

Observar os sintomas dessas doenças pode ajudar a preveni-las, diminuindo as chances de possíveis sequelas. 

 0107_infarto-e-avc-doencas-que-mais-causam-morte-no-pais-cardiologia

O número é alarmante. Em 2011, foram registradas mais de 17 milhões de pessoas que morreram em decorrência de infarto e AVC, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). As causas desses problemas estão relacionadas, na maioria das vezes, a fatores de risco como hipertensão, diabetes, tabagismo, sedentarismo, além de fatores hereditários.
Sabe-se também que nas estações mais frias do ano aumenta o risco de complicações cardiovasculares. Por isso, entenda mas sobre estas doenças e veja como preveni-las:
Infarto: alguns ataques cardíacos são tão súbitos e intensos que os sintomas são muitas vezes facilmente reconhecidos pela dor intensa no peito e sensação de aperto no coração. Outros são fulminantes, não deixando muitas vezes chances de atitude. Porém, alguns se instalam lentamente, com dor leve ou apenas desconforto que podem ir piorando gradativamente. Frequentemente, essas pessoas demoram a perceber o que está acontecendo. Em alguns casos, há sintomas que podem ser confundidos com de outras doenças.

Abaixo seguem os principais sintomas:

  • Dor no peito: a maioria dos casos apresenta dor no peito que dura alguns minutos ou vai e vem. Pode ser como uma pressão desconfortável, dor, aperto ou opressão;
  • Dor, desconforto ou dormência em outros locais, como braços, costas, pescoço, mandíbula ou estômago;
  • Falta de ar mesmo sem dor no peito;
  • Sudorese fria, náuseas, vômitos e visão turva.

Nas mulheres, os sintomas são um pouco diferentes:

  • Forte dor na boca do estômago, acompanhado de náuseas e fadiga intensa;
  • Sensação de mal estar e cansaço;
  • Dores fortes nas costas, acompanhada da dificuldade de respirar.
AVC: em alguns casos, os sintomas acontecem por um curto período de tempo e desaparecem. Isto pode estar relacionado a um ataque isquêmico transitório. Esses ataques são muito importantes, pois sinalizam um risco grande de AVC e devem ser considerados também emergência médica.
  • Dormência súbita ou fraqueza da face, braço ou perna, especialmente de um dos lados do corpo;
  • Confusão súbita, fala ou compreensão difíceis;
  • Perda súbita de visão em um ou ambos os olhos;
  • Dificuldade súbita de andar, tonturas, perda de equilíbrio e coordenação;
  • Dor de cabeça súbita e intensa, sem causa aparente.
O coordenador do Núcleo de Cardiologia do Hospital Samaritano de São Paulo, Roberto Cury, lembra que fatores externos também colaboram com este aumento da incidência de infarto no inverno. Um deles é diminuição na atividade física durante este período do ano. Vale lembrar também que o consumo de gorduras saturadas e comidas calóricas é maior, descompensando os níveis de colesterol. “É normal as pessoas reduzirem a prática de exercícios e o sedentarismo é um dos principais fatores de risco para o infarto. A orientação é que mantenham atividade física regular e uma dieta saudável, evitando alimentos gordurosos”, afirma.
Ao notar qualquer sintoma de infarto ou AVC, a orientação é sempre procurar atendimento médico, chamando uma ambulância de serviço de emergência médica ou dirigindo-se a uma emergência hospitalar. O reconhecimento dos sintomas e atendimento médico rápido pode propiciar a diminuição de sequelas.

Apneia do sono ganha tratamento com Eletroestimulador

Entenda como a apneia do sono grave aumenta riscos de infarto do miocárdio, AVC e Síndrome Metabólica.

Apneia do sono ganha tratamento com Eletroestimulador

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), aproximadamente 40% da população dorme mal. Entre os principais fatores está a apneia obstrutiva do sono, eventos de pausas de sono com mais de dez segundos. Como consequência do problema, a pessoa que sofre de SAOS (Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono) tem alto grau de risco da ocorrência de infarto agudo do miocárdio e AVC (Acidente Vascular Cerebral). Também pode favorecer o desenvolvimento de síndrome metabólica, com o acúmulo de gordura, alteração do açúcar no sangue e hipertensão arterial.
Pela primeira vez no Brasil, realizamos um procedimento de colocação de eletroestimulador (marca-passo) para tratamento da apneia obstrutiva do sono, que utiliza um dispositivo desenvolvido nos Estados Unidos, com estudo clínico realizado na Bélgica, Itália, Alemanha, Austrália e EUA desde 2009 e que demonstrou eficácia em 77% dos casos.
Dr. Eric Thuler, coordenador do Centro de Tecnologia em Otorrinolaringologia do Hospital Samaritano de São Paulo, em conjunto com sua equipe e auxiliado pelo Dr. Ofer Jacobowitz (EUA), foi o responsável pela realização do procedimento. O especialista explica que há uma relação direta da perda da capacidade de sustentação da musculatura da faringe e da língua na causa da apneia obstrutiva do sono.
“Esse dispositivo, através da eletroestimulação do nervo hipogloso, que inerva esta região, é capaz de manter o tônus da musculatura. O conceito é o mesmo adotado para o tratamento de outras doenças neuromusculares como Parkinson e bexiga neurgênica”.
O dispositivo foi colocado em caráter de exceção como uso compassivo (produto importado pelo paciente, fabricado pela americana ImThera Medical e importado pela Ciclomed) e ainda não é comercializado no Brasil, mas está disponível na Europa, Ásia e América Latina. “É indicado em casos de falha na adaptação ao tratamento com o CPAP (Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas)”, completa o especialista.
A realização do procedimento e o teste de ativação dão início ao tratamento que ocorreu 30 dias após a realização para aguardar a cicatrização dos tecidos, sendo feita durante um exame de polissonografia. Na sequência, o eletroestimulador é acionado diariamente pelo próprio paciente, por controle remoto, antes de dormir. “O dispositivo não exige manutenção periódica, exceto a bateria que deve ser trocada a cada 15 anos”, explica Dr. Thuler.
Segundo o especialista, acredita-se que o tratamento da apneia do sono por meio da eletroestimulação seja o futuro para o controle desse tipo de doença. “Estamos honrados em realizar a colocação do implante pela primeira vez no Brasil. Acreditamos no benefício que ele trará aos pacientes tanto na qualidade de vida quanto na prevenção de outras doenças relacionadas, como infarto e AVC”.

Sobre a apneia obstrutiva do sono

A apneia obstrutiva do sono caracteriza-se pela obstrução da via aérea na região da faringe. Ocorre durante o sono e ocasiona uma pausa na respiração com duração superior a 10 segundos.
Cada episódio de pausa respiratória é seguido de um microdespertar, podendo ser acompanhado de queda na oxigenação, elevação da pressão arterial e da frequência cardíaca. Inicialmente, leva à sonolência diurna com aumento do risco de acidentes no trânsito e no trabalho.
Vários episódios podem ocorrer durante a noite, sendo considerado grave o quadro com mais de 30 pausas por hora de sono, elevando o risco da ocorrência de infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC), além de favorecer o desenvolvimento de síndrome metabólica.

 

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Conheça os riscos que o Carnaval oferece a sua saúde

 O carnaval apresenta um verdadeiro composto de bem-estar temporário, onde fantasias, músicas, festas de arromba, desfiles, pessoas bonitas, todos os tipos de drogas licitas e ilícitas e curtição sem limites se unem na maior festa popular brasileira.
Muitas pessoas se preparam fisicamente, frequentando academias e realizando rigorosas dietas; financeiramente, poupando para os dias de carnaval e mentalmente, massageando seu ego, dia após dia, para que ele governe durante os dias de carnaval, dias esses, onde muitas pessoas assumem o status de relacionamento: “eu sou de todo mundo”.
Tudo isso tem suas consequências, e por mais que a mídia publique, o facebook compartilhe ou o pai e a mãe aconselhe, ainda assim, existem aquelas pessoas que preferem não ouvir, afinal, carnaval é carnaval e acontece apenas uma vez no ano.
Pesquisas recentes, divulgadas pelo Ministério da Saúde e também pela USP mostraram que nós dias seguintes após o carnaval, a procura pelo serviço de saúde aumenta em 40%. Esse número leva no mínimo duas semanas para se estabilizar.
Atualmente, não só as doenças sexualmente transmissíveis e a gravidez assombram os foliões, além dessas, temos ainda doenças de contaminação em massa, como a hepatite, meningite, tuberculose, conjuntivite e outras, associadas a microrganismos presentes no ar, nas mucosas e líquidos corporais.
Durante o carnaval, pequenos surtos de gripe também são registrados, muitos casos de herpes, principalmente a labial, além da mononucleose, faringite, amigdalite e outras.
Por isso, o simples fato de utilizar preservativos não faz com que você esteja protegida(o), afinal, o sexo não é a única fonte de entrada para que microrganismos tenham acesso privilegiado a todo seu organismo.
Associadas ou não com doenças físicas, ainda existem outras de aspecto emocional que podem surgir, provocadas pelo uso excessivo de álcool e drogas dos mais diversos tipos e também relacionadas a ações imprudentes realizadas durante a festividade, cuja reação venha a se estabelecer depois, como por exemplo, uma gravidez indesejada, uma relação sexual sem proteção com um potencial portador de SIDA/AIDS, ou mesmo uma rotatividade de parceiros(as) grande o suficiente para lhe causar arrependimento e fazer-lhe duvidar de sua própria integridade física e moral.
No final, a melhor maneira para aproveitar o carnaval e não sofrer nem durante e nem depois, continua sendo a prevenção!
Durante a festa, beba bastante água para não se desidratar, utilize roupas frescas e se alimente preferencialmente com frutas, verduras e legumes (sempre checando a fonte destes), não abuse no consumo de bebidas alcoólicas - lembre-se que existe um limite para o nosso organismo processar o álcool ingerido, ultrapassá-lo significa drásticas reduções nos níveis de glicose (o que pode culminar em um coma alcoólico), ou pior, o folião pode perder a consciência ou ainda entrar em um quadro de hepatite aguda, sinônimo de morte certa em 90% dos casos.
Cuidado com os locais que irá se aventurar, tente observar no mínimo, se a estrutura é segura e se em casos de incêndio ou situações de pânico, existem locais de fácil acesso para se proteger, evitando assim que você faça parte de um incidente desagradável.
Tenha sempre em mãos preservativo e não tenha vergonha de exigir que seu parceiro faça uso dele. Por fim, se depois da festa você perceber qualquer anormalidade no seu corpo, procure o serviço de saúde ou seu médico de confiança o mais breve possível.
Aproveite o carnaval com intensidade, seja feliz e procure sempre elevar seus níveis de bem-estar com responsabilidade, consciência e lembrando-se sempre que um ato impensado pode repercutir por toda a sua vida, seja de maneira positiva ou negativa.

O que se sabe (e o que falta saber) sobre o zika vírus e a microcefalia


O Brasil está enfrentando uma epidemia de zika, doença "prima da dengue", desde o meio do ano.

No final do ano passado, foi confirmada pela Ministério da Saúde a relação entre o vírus zika e a microcefalia, uma má-formação do cérebro de bebês.
A doença, também transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, provoca sintomas parecidos, porém mais brandos do que os da dengue: febre, dor de cabeça e no corpo e manchas avermelhadas.
A região Nordeste é a mais afetada pelo surto de microcefalia - no Brasil ao todo estão sendo investigados 3.448 casos suspeitos da doença. Outros 270 casos de microcefalia foram confirmados pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira, e 462 foram descartados.
O avanço do zika e os casos de microcefalia pegaram o país de surpresa e suscitaram várias dúvidas. Veja abaixo as respostas a algumas dessas questões:

País tem quase 4 mil casos de microcefalia notificados

Qual a relação entre o zika e a microcefalia?

A partir de exames realizados em uma bebê nascida no Ceará, e que acabou morrendo com microcefalia e outras malformações congênitas, identificou-se a presença do vírus.
A confirmação foi possível a partir da descoberta, pelo Instituto Evandro Chagas, da presença do vírus em amostras de sangue e tecidos da recém-nascida, que morreu.

A confirmação da relação entre o vírus e a microcefalia é inédita na pesquisa científica mundial.
A microcefalia é uma má-formação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Ela pode ter diferentes origens, como substâncias químicas, radiação e agentes biológicos (infecciosos), como bactérias e vírus.
Segundo o governo, na epidemia atual, os bebês nascem com perímetro cefálico menor que o normal (ou seja, igual ou inferior a 32 cm), que habitualmente é superior a 33 cm.

AP
Zika é transmitida pelo mesmo mosquito que transmite a dengue

O que ainda não sabemos sobre a ligação entre o zika e a má-formação fetal?

O Ministério da Saúde deixou claro, no entanto, que ainda há muitas questões a serem respondidas. Uma delas é como ocorre exatamente a atuação do zika no organismo humano e a infecção do feto.
Uma pesquisa do Instituto Carlos Chagas (Fiocruz Paraná) e da PUC-PR confirmou que o vírus da zika consegue atravessar a placenta durante a gestação.
Mas também não se sabe ao certo qual o período de maior vulnerabilidade para a gestante. Em análise inicial do governo, o risco está associado aos primeiros quatro meses de gravidez.

O que é o zika?

É um arbovírus (do gênero flavivírus), ou seja, costuma ser transmitido por um artrópode, que pode ser um carrapato, mas normalmente é um tipo de mosquito.

Ministério da Saúde confirmou relação entre vírus zika e microcefalia, uma má-formação no cérebro de bebês
O zika é transmitido por um mosquito do gênero Aedes, como o Aedes aegypti, que também transmite a dengue e a febre chikungunya.
Além disso, ele também está relacionado com a febre amarela, a febre do Nilo e a encefalite japonesa.

Qual a origem do zika?

O vírus foi identificado pela primeira vez em 1947 em Uganda, na floresta de Zika.
Ele foi descoberto em um macaco rhesus durante um estudo sobre a transmissão da febre amarela no local.
Exames confirmaram a infecção em seres humanos em Uganda e Tanzânia em 1952, mas somente em 1968 foi possível isolar o vírus, com amostras coletadas em nigerianos.
Diversas análises genéticas demonstraram que existem duas grandes linhagens do vírus: a africana e a asiática.


Quantas pessoas já morreram no Brasil vítimas do zika?

Segundo o Ministério da Saúde, já foram notificados 68 casos de morte por má-formação congênita após o parto (natimorto) ou durante a gestação (aborto espontâneo).
Desses, foi confirmado que 12 tinham a infecção congênita, todos na região Nordeste. Ainda estão sendo investigadas 51 mortes, e outras cinco já foram descartadas.
Também foi confirmada pelo governo a morte de pelo menos outras duas pessoas.

AP
Bebê com microcefalia em Pernambuco; Estado tem maior número de casos absolutos de zika
O primeiro caso foi o de um homem com histórico de lúpus e de uso crônico de medicamentos corticoides, morador de São Luís (MA). Exames específicos mostraram a presença do genoma do zika no sangue e em órgãos como o cérebro, fígado, baço, rim, pulmão e coração.
O segundo é o de uma menina de 16 anos, do município de Benevides, no Pará, que acabou morrendo no final de outubro. Com suspeita inicial de dengue, ela apresentou dor de cabeça, náuseas e manchas vermelhas na pele e mucosas. Testes deram positivo para o zika.

Houve surtos anteriores de zika?

Sim, mas não no atual grau. Em 2007, por exemplo, foram registrados casos de infecção do vírus na ilha de Yap, que integra a Micronésia, no oceano Pacífico.
Foi a primeira vez que se detectou o vírus fora de sua área geográfica original, a África.
Também houve casos nas Ilhas Cook e Nova Caledônia, também no Pacífico, e no final de 2013 houve um surto na Polinésia Francesa. Mais de 10 mil casos foram diagnosticados.

No final de 2013, mais de 10 mil casos foram diagnosticados na Polinésia Francesa
Desse total, cerca de 70 evoluíram para um estado grave. Esses pacientes desenvolveram complicações neurológicas, como meningoencefalite, e doenças autoimunes, como leucopenia (redução do nível de leucócitos no sangue).
No dia 26 de novembro, um relatório divulgado por autoridades locais mostrou que pelo menos 17 casos de má-formação do sistema nervoso central foram registrados entre 2014 e este ano, de acordo com o Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês).
Na América, o vírus foi detectado pela primeira vez em fevereiro de 2014 por autoridades chilenas, que confirmaram um caso na Ilha de Páscoa. A transmissão se deu de maneira autóctone (ocorrida dentro do território nacional e não em pessoas que viajaram para o exterior).
Em maio de 2015, o Brasil confirmou seu primeiro caso desse tipo de transmissão, em um paciente da região Nordeste.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, há casos autóctones em Barbados, Bolívia, Colômbia, República Dominicana, Equador, El Salvador, Guiana Francesa, Guadalupe, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Martinica, México, Panamá, Paraguai, Porto Rico, Saint Martin, Suriname, Ilhas Virgens Americanas e Venezuela.
Também houve casos diagnosticados, entre outros, nos EUA, Inglaterra, Espanha, Itália, Portugal e Dinamarca. Mas os pacientes haviam viajado e contraíram o vírus em outros países.


Se uma pessoa contrai zika, ela fica imune?

De acordo com o Ministério da Saúde, isso ainda está sendo investigado. O ministro da pasta, Marcelo Castro, chegou a dizer que era preciso "torcer para que as pessoas em período fértil peguem o zika antes", declaração que causou polêmica.
Segundo o ministério e especialistas ouvidos pela BBC Brasil, a princípio uma pessoa que já contraiu o vírus fica imune a novas infecções pela doença.
Porém, ainda não se sabe se o zika pode ter mais de um subtipo, como a dengue (que tem quatro, o que faz com que uma pessoa possa ser infectada várias vezes). Se o zika tiver mais de um subtipo, uma pessoa infectada no passado poderia contrair o vírus novamente.

Qual o tempo de incubação do vírus?

O tempo de incubação tende a oscilar entre 3 e 12 dias. Após esse período surgem os primeiros sintomas. No entanto, a infecção também pode ocorrer sem o surgimento de sintomas (leia mais abaixo).
Segundo um estudo publicado na revista médica The New England Journal of Medicine, uma em cada quatro pessoas desenvolve os sintomas.
A maioria dos pacientes se recupera, sendo que a taxa de hospitalização costuma ser baixa.

 E os sintomas?


O vírus provoca sintomas parecidos com os da dengue, contudo mais brandos: febre alta, dor de cabeça e no corpo, manchas avermelhadas, dores musculares e nas articulações. Também pode causar inflamações nos pés e nas mãos, conjuntivite e edemas nos membros inferiores. Os sintomas costumam durar entre 4 e 7 dias.
Há outros sintomas menos frequentes, como vômitos, diarreia, dor abdominal e falta de apetite.
No entanto, é bom lembrar que cerca de 80% dos casos são assintomáticos, ou seja, a pessoa não percebe que está doente, segundo a OMS.
Análises recentes no Brasil indicam que o zika pode contribuir para agravamento de quadros clínicos e levar à morte.

A infecção por zika pode se confundir com a dengue, pois os sintomas são parecidos, embora mais brandos

Qual o tratamento para o zika?

Não há uma vacina nem um tratamento específico para o zika vírus, apenas medidas para aliviar os sintomas, como descansar e tomar remédios como paracetamol para controlar a febre. O uso de aspirina não é recomendado por causa do risco de sangramento.
Também se aconselha beber muito líquido para amenizar os sintomas.

Há prevenção?

Como a transmissão ocorre pela picada do mosquito, recomenda-se o uso de mosquiteiros com inseticidas, além da instalação de telas.
Também são indicados repelentes com um composto chamado icaridina e roupas que cubram braços e pernas, para reduzir as chances de se levar uma picada.

Repelentes e mosquiteiros são recomendados para evitar a picada do Aedes Aegypti, transmissor do vírus zika

O que o governo está fazendo para lidar com a epidemia de zika e a microcefalia?

O Ministério da Saúde fez um apelo para uma mobilização nacional no combate ao mosquito Aedes aegypti.
O governo também anunciou que, no dia 13 de fevereiro, cerca de 220 mil homens das Forças Armadas irão às ruas orientar moradores sobre a prevenção ao Aedes aegypiti. E prometeu fornecer repelentes para 400 mil grávidas beneficiárias do Bolsa Família.
O ministério também afirma que distribuirá 500 mil testes para realizar o diagnóstico do vírus.
No dia 13 de novembro, Cláudio Maierovitch, diretor do departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis, recomendou que as mulheres não engravidassem.
"Não engravidem agora. Esse é o conselho mais sóbrio que pode ser dado", disse.
Depois, o Ministério da Saúde mudou o tom e hoje recomenda cautela a mulheres que pretendem engravidar.
Também recomenda que grávidas usem roupas de manga comprida, calças e repelentes apropriados para gestantes.
É importante que as gestantes mantenham o acompanhamento e as consultas de pré-natal, com a realização de todos os exames recomendados pelo médico.
A Presidência também determinou a convocação do chamado Grupo Estratégico Interministerial de Emergência em saúde Pública de Importância Nacional e Internacional (GEI-ESPII), que envolve 19 órgãos e entidades, para a formulação de plano nacional do combate ao mosquito.
Fontes: Ministério da Saúde, Organização Panamericana de Saúde, Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês), Biblioteca Nacional de Medicina e Institutos de Saúde dos Estados Unidos e WebMD.