domingo, 7 de dezembro de 2014

Apneia do Sono e Ronco

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Roncar não é normal!
Já reclamaram do seu ronco? Você passa o dia muito cansado? Após dormir o número habitual de horas, você sente que não aproveitou o sono?
Preste atenção! Esses podem ser sinais de que você sofre de apneia do sono.

Como o sono funciona?

Durante o sono, o corpo exige menos esforço da respiração, que se torna mais lenta e pausada (hipoventilação), isto leva à diminuição da atividade metabólica e da produção do CO2 (gás carbonico). Logo após deitar, o corpo entra em um estado de sono sincronizado, chamado assim por não apresentar nenhum tipo de movimento ocular e nem agitações corporais.
Depois de aproximadamente 45 minutos de sono ininterrupto, você passa pelo sono tipo REM, que dura geralmente, de cinco a dez minutos. Nessa fase, o sono torna-se dessincronizado, apresentando movimentos oculares rápidos. Durante o REM, ocorre também a ativação do sistema simpático e a oscilação da pressão e da frequência cardíaca. Essa é uma característica habitual do sono, que se alterna entre as duas fases e, assim, acaba proporcionando ao corpo um maior repouso da atividade cerebral e muscular.

O que é apneia do sono?

O termo “apneia” deriva do grego e significa “falta de respiração”. A pessoa que sofre com essas crises, que podem ser obstrutivas, centrais ou mistas, tem sua respiração paralisada por cerca de 10 segundos durante o sono.
A parada obstrutiva da respiração caracteriza-se por um fluxo aéreo impedido pelo colapso das vias aéreas superiores. Já em relação à parada central da respiração, o sistema nervoso é incapaz de ativar a função do diafragma (músculo do tórax responsável pela respiração). As apneias mistas referem-se a uma pausa do centro respiratório e um consequente aumento de esforço sobre uma via obstruída.


A apneia acontece durante o sono, por meio de um achatamento das vias respiratórias. Com isso, o corpo fica com menos ar à disposição dos órgãos, portanto, diminui a concentração de oxigênio e aumenta a quantidade de gás carbônico, ambos no sangue arterial. A obstrução da via respiratória, que impede a respiração e a vibração dos tecidos da garganta, que acontece quando o ar passa, dão origem ao ronco.

Os homens são mais atingidos pelas apneia do que as mulheres e o pico de incidência da doença acontece entre 40 e 50 anos de idade. Existem alguns fatores de risco, como a obesidade. Estima-se que 70% dos obesos apresentam a apneia. A doença também está ligada a fatores genéticos e doenças como a síndrome de Down.
Pesquisas afirmam que mais de 10% da população acima de 65 anos têm apneia obstrutiva do sono. O maior desafio é o descaso com a situação. O consenso de que “roncar é normal” faz com que muitas situações se agravem. Cerca de 90% das pessoas que roncam não procuram descobrir o que ocasiona o problema.

Ronco e apneia do sono

Entre 30 e 35 anos, cerca de 20% dos homens e 5% das mulheres roncam. Na faixa acima dos 60 anos, esses índices sobem para 60 e 40% respectivamente. Roncar, geralmente, acontece em decorrência da posição de dormir. A posição decúbito dorsal, na qual a pessoa dorme com a barriga virada para cima da cama, pode influenciar na ocorrência de roncos.
No entanto, roncar não é normal. O ronco alto e frequente é um sinal claro de que a pessoa tem uma forte tendência em ter apneia do sono. Apesar disso, o sintoma de emitir ruídos altos durante a noite é constantemente negligenciado. Com a apneia, o ronco é emitido assim que a pessoa consegue respirar. O som vem da vibração muscular. Interromper rapidamente esse ruído é um indicio de apneia do sono e, também, um sinal de que roncos mais fortes e altos virão a fim de forçar a abertura aérea para reiniciar a respiração.

Falta de sono

 
Quem tem apneia, geralmente, apesar de dormir por tempo adequado, ao acordar não se sente relaxada, uma vez que seu sono é mais agitado e mal aproveitado para o descanso do corpo. Por isso, uma das consequências mais claras da apneia, além do ronco, é o excesso de sonolência diurna, que está relacionada, também, à perda dos estágios de sono-REM.

A apneia do sono ainda pode causar: depressão, alteração de personalidade e problemas com as funções cognitivas (atenção), além de dificuldades com a memória e aprendizado. Algumas pesquisas relacionam a apneia com o desenvolvimento de doenças cardiovasculares como hipertensão arterial sistêmica, insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio e arritmia.

A hipertensão também é um dos fatores de risco para desenvolver a apneia. Estima-se que mais de 50% dos pacientes com apneia são hipertensos e cerca de 40% dos pacientes hipertensos podem ter apneia não diagnosticada.

Sintomas

Os sintomas da apneia decorrem, em maioria, da falta de sono, entre eles estão: fadiga, excesso de sono durante o dia, irritabilidade, diminuição da libido, impotência e dores de cabeça matutinas. Os episódios de acordar durante a noite, dificilmente, são relatados pelos pacientes.
Por isso é importante à realização do processo de anamnese, que é uma espécie de entrevista realizada pelo médico com o paciente a fim de descobrir fatos importantes relacionados à doença.
Outras características também podem sinalizar pessoas que sofrem de apneia do sono. As mais comuns são: obesidade, hipertensão arterial e desvio de septo nasal.

Quais são os sintomas mais comuns?

• Sonolência excessiva durante o dia;
• Ronco alto e perturbador;
• Sono inquieto;
• Dificuldade de concentração;
• Depressão ou instabilidade;
• Dor de cabeça matinal;
• Pressão alta.

Como eu sei se tenho apneia?

Para diagnosticar a apneia do sono, o método mais eficiente é o estudo nos laboratórios do sono. Por meio da polissonografia, a pessoa é monitorada durante uma noite de sono, a fim de perceber variáveis como: movimentos oculares e abdominais, além de controlar o fluxo de ar inspirado.

Com esses dados, são calculados:
• A quantidade de vezes que acontece a apneia durante o período de sono;
• Média do tempo de duração dessas crises;
• Quantidade de oxigênio presente no sangue arterial.
Posteriormente, a chamada nasofibrolaringoscopia, exame feito por meio de um aparelho flexível, é eficaz para avaliar e entender as complexidades da via aérea da pessoa.


Como tratar?

Os tratamentos indicados para a apneia do sono procuram incentivar uma respiração noturna adequada, reduzir a recorrência dos roncos e diminuir a quantidade de vezes que o paciente desperta durante a noite. Para casos de apneia diagnosticados, existem três tipos de tratamentos: comportamental, clínico e cirúrgico. A escolha do tratamento depende do grau de apneia que a pessoa apresenta.
Há uma série de medidas associadas ao tratamento clínico. O tratamento é baseado no exame físico, história e resultados da polissonografia do paciente. Medicamentos geralmente não são efetivos no tratamento a apneia. Oxigênio e ventilação mecânica somente são necessários nos casos raros de apneia central.
O CPAP (aparelho de pressão positiva contínua nas vias aéreas superiores) é o tratamento mais efetivo para apneia. O aparelho geralmente tem o tamanho aproximado de um telefone fixo e é conectado a uma máscara que é ajustada ao nariz do paciente. Em casos mais raros, onde ocorre muito vazamento pela boca, uma máscara que cobre a boca e o nariz é necessária. O aparelho aumenta a pressão do ar, gerando uma coluna de ar na via aérea superior, forçando sua abertura contínua. A pressão do ar é ajustada para cada paciente de modo a ser suficiente para prevenir o fechamento da via aérea durante o sono. O CPAP fornece então uma pressão constante que previne o fechamento da via aérea. Ele costuma ser bem tolerado, entretanto muitas vezes requer que o paciente se acostume.
O tratamento cirúrgico, como o nome já afirma, é à base de procedimentos mais invasivos. Dentre eles, três se destacam:
•    Traqueostomia: utilizada, geralmente, com pacientes obesos para garantir a permeabilidade das vias aéreas;
•    Cirurgia para a correção de anomalias nasais, entre elas: desvio de septo e extração de pólipos;
•    Uvulopalatofaringoplastia: o nome grande revela a cirurgia mais popular. Ela funciona ao remover o excesso de tecido na parte posterior da garganta.
No entanto, o tratamento mais simples talvez seja o de cunho comportamental. Ele baseia-se no cuidado com outras doenças de base da apneia, como é o caso do hipotireoidismo e da rinite. Além disso, é aconselhável uma mudança de hábitos, como fazer exercícios para melhorar a qualidade do sono.
Para manter-se longe da apneia também é importante promover uma higiene do sono, veja como:


Procurando ajuda médica

Se você está muito sonolento, acha que está roncando muito, tendo pausas respiratórias durante o sono ou mesmo tendo outras dificuldades para dormir bem, agende uma consulta com um médico.
Os distúrbios do sono têm tratamento. Seu médico pode sugerir um especialista na área. Muitos desses especialistas têm acesso a um laboratório do sono para referi-lo ao exame de polissonografia, que determinará com certeza o seu grau de apneia do sono ou de outro distúrbio do sono.

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