Mais do que a dor de cabeça em si, a condição pode prejudicar a comunicação entre os neurônios e comprometer a cognição
Não bastasse a sensação de que o crânio vai explodir, seguida de
náuseas e pioras diante de luz ou barulho, a enxaqueca ainda sabota a
capacidade de se focar e se lembrar das coisas. É o que aponta uma
experiência da Universidade Federal de São Paulo com 26 portadores do
problema. Nos testes, 21 participantes apresentaram dificuldades para
processar e memorizar informações — e todos estavam fora do período de
crises e não tinham perda auditiva. "A enxaqueca afeta a transmissão de
estímulos no cérebro, e as funções cognitivas dependem que isso ocorra
direito", arrisca uma hipótese a neurologista Thaís Villa, que orientou o
trabalho.
Prevenir para remediar
Os especialistas acreditam que o tratamento da enxaqueca crônica, que
inclui a prevenção das crises, é o caminho para driblar eventuais
falhas cognitivas. Isso inclui remédios para reequilibrar a conexão
entre os neurônios, prática de atividade física e a fuga dos elementos
que servem de gatilho - e aí entram alguns alimentos, bebidas, excesso
de esforço, aromas mais intensos...
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