1. Casos em investigação ultrapassam 4 mil
Nesta quarta-feira (27), o Ministério da Saúde divulgou os novos
dados sobre a epidemia de microcefalia no país. Até o dia 23 de janeiro,
foram registrados, no total, 4.180 casos suspeitos. Destes, 270 já
foram confirmados para a malformação cerebral, sendo que seis têm como
causa identificada o vírus zika. Outros 462 foram descartados e 3.448
continuam sob investigação.
"Em relação ao boletim divulgado no dia 20 de janeiro, é possível
constatar a tendência de redução no número de notificações. O aumento
identificado em uma semana de casos notificados foi de 7%. No entanto, a
quantidade de casos descartados cresceu 63%, passando de 282 para os
atuais 462", ressalta Cláudio Maierovitch, diretor do Departamento de
Vigilância das Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde.
Os casos foram registrados em 830 municípios de 24 unidades da
federação. A região Nordeste concentra 86% das notificações, sendo
Pernambuco o estado com maior número de pacientes em investigação - são
1.125. Quanto aos óbitos, 68 se deram por malformação congênita, dos
quais 12 foram causados por algum tipo de infecção.
2. São Paulo registra o primeiro caso autóctone de zika em gestante
A notícia foi divulgada nesta terça-feira (26) pela Secretaria de
Saúde de Bauru. É a primeira vez que um município paulista registra um
caso em gestante originado no próprio estado. A paciente tem 32 anos e
está grávida de 21 semanas. No dia 25 de dezembro de 2015, ela começou a
apresentar manchas vermelhas no rosto e nos braços e, no dia 27,
procurou atendimento na rede municipal de saúde.
Inicialmente, foi feito exame para dengue. Como o resultado deu negativo, foram realizados testes para zika e chikungunya
- e o procedimento atestou positivo para o zika. A gestante está sendo
acompanhada por especialistas e, até o momento, não há nenhuma anomalia
no bebê. Segundo o secretário de Saúde de Bauru, Fernando Monti, outros
dois casos suspeitos de zika em grávidas estão em análise no município.
3. Governo oferece bolsa mensal para famílias com bebês microcéfalos
O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome informou,
nesta quarta, que mães de crianças diagnosticadas com microcefalia
poderão se inscrever no Benefício de Prestação Continuada (BPC). O
programa prevê a concessão de um salário mínimo por mês a famílias com
renda per capita menor do que R$ 220. De acordo com o Ministério do
Desenvolvimento Social, o benefício só é pago a quem for atestado pelo
INSS com algum tipo de deficiência e quando há comprovação de
dificuldades financeiras. No caso dos pequenos microcéfalos, o BPC é
pago ao responsável pela criança. Se o menor não tiver um responsável
legal, o juiz determina para quem o benefício deve ser direcionado.
4. Possível transmissão do zika por via sexual
Durante um encontro que ocorreu na segunda-feira (25), em Genebra, na
Suíça, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que está
investigando um possível caso de transmissão do vírus zika por via
sexual. "O zika já foi isolado em sêmen humano, e um caso de
contaminação de pessoa para pessoa já foi descrito. No entanto, mais
evidências são necessárias para confirmar se o contato sexual pode, de
fato, transmitir o agente infeccioso", diz a entidade. A OMS não deu
detalhes de onde e quando o caso teria ocorrido.
5. Pernilongo: uma nova ameaça?
Pesquisadores do Departamento de Entomologia da Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz) em Pernambuco anunciaram que estão estudando se os vírus zika
e chikungunya também podem ser transmitidos pelo mosquito culex,
popularmente conhecido como pernilongo ou muriçoca. Até agora, sabe-se
que esses dois agentes infecciosos são propagados pelo Aedes aegypti, o mesmo que carrega a dengue.
O objetivo dos cientistas é entender a rapidez com que a epidemia
acontece. A previsão é que o estudo seja concluído em três semanas.
De acordo com a líder da investigação, Constância Ayres, esta é a
primeira vez que essa ligação é apontada. Mas, segundo ela, faz sentido
levantar esse tipo de questionamento. Isso porque a primeira epidemia do
zika surgiu na Micronésia, que não é habitat do mosquito da dengue. "Na
época, analisaram o Aedes e não evidenciaram o zika. O que acontece é
que isolaram a relação do zika com o Aedes no laboratório, mas a
circulação silvestre é totalmente diferente. Ele pode não ser o
principal transmissor", disse Constância ao site de notícias G1.
Sabe-se que o culex transmite vírus que são da mesma família que o
zika. Então, por que ele não poderia propagar também esse agente
infeccioso? É o que esse time de pesquisadores pretende descobrir em
breve.
6. Microcefalia causada pelo zika é severa
Um estudo publicado pelo Centro Nacional de Controle e Prevenção de
Doenças (CDC) dos Estados Unidos concluiu que 71% dos casos de
microcefalia causada pelo vírus zika são graves - o que significa que o
perímetro cefálico (a circunferência do crânio) desses bebês é muito
reduzido. A pesquisa analisou 35 recém-nascidos microcéfalos, que
chegaram ao mundo entre agosto e outubro de 2015 em oito estados
brasileiros. As mães de todas essas crianças viviam ou visitaram áreas
afetadas pelo zika ao longo da gravidez. 74% das gestantes apresentaram
manchas no corpo durante o primeiro ou o segundo trimestres
gestacionais.
Um dos pontos mais intrigantes dessa pesquisa é que 31% dos
recém-nascidos apresentavam um excesso de pele no crânio. Isso significa
que o cérebro do pequeno sofreu algum dano dentro do útero, o que
atrapalhou o crescimento da massa cinzenta. Todos os pacientes foram
testados para sífilis,
toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus e herpes simples, outras
possíveis causas de microcefalia. E os resultados foram negativos.
Segundo os especialistas, mais estudos são necessários para confirmar
a relação entre a malformação cerebral e a infecção por zika na
gravidez. Mesmo assim, é aconselhável que as futuras mamães que estão em áreas de risco se protejam.
7. Outros países registram casos de zika
Na segunda-feira (25), a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas),
vinculada à OMS, alertou para o risco de circulação interna desse
vírus em todos os países do continente americano, com exceção do Chile e
do Canadá, onde o Aedes aegypti não chegou. Sabe-se que, além
do Brasil, o zika já se encontra em Barbados, Bolívia, Colômbia,
República Dominicana, Equador, El Salvador, Guiana Francesa, Guatemala,
Guadalupe, Guiana, Haiti, Honduras, Martinica, México, Panamá, Paraguai,
Porto Rico, San Martin, Suriname e Venezuela
Nesta mesma semana, Grã-Bretanha, Espanha e Estados Unidos (EUA)
confirmaram casos de infecção pelo micro-organismo. Todas as
pacientes haviam viajado para lugares que contam com a presença do
agente infeccioso.
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