domingo, 24 de abril de 2016

Ronco: entenda a apneia do sono e a hipopneia

Posição durante o sono e envelhecimento estão entre as causas

O ronco é um problema comum, principalmente em pessoas com mais de 55 anos. Segundo Eliza Mendes, otorrinolaringologista do Hospital Nossa Senhora das Graças, o som resultante da obstrução parcial da passagem do ar pela via área superior tem três intensidades – leve, moderado ou grave - e pode ser sinal de apneia do sono.

A especialista garante que o ronco não interfere na estrutura e na qualidade do sono. “O problema acontece quando o ronco está acompanhado de episódios de apneias ou hipopnéias”, explica ela.

Apneia e hipopneia

A apneia é a pausa do fluxo aéreo por dez segundos ou mais durante o sono, enquanto a hipopneia consiste na diminuição do fluxo de ar associado à diminuição de oxigenação - a nível maior ou igual a 3% da saturação basal e/ou despertar, com duração maior ou igual há dez segundos.

Sonolência excessiva durante o dia é um dos sintomas / Crédito: Thinkstock

Sintomas

Os sintomas mais comuns de apneia ou hipopneia obstrutiva do sono são sonolência diurna excessiva, engasgos durante o sono, despertares recorrentes, sono não reparador, fadiga diurna e dificuldade de concentração. “Esse fatores acabam diminuindo a qualidade de vida da pessoa”, diz Eliza.

Causas

Segundo a otorrinolaringologista, existem diversos fatores que podem causar o ronco acompanhado de apneias e hipopneias.
Envelhecimento: com o avançar da idade, a ação da musculatura da via aérea superior diminui, o que facilita o ronco.
Fatores anatômicos: situações como micrognatia ou hipoplasia de mandíbula estão associadas ao posicionamento posterior da base da língua, com o estreitamento das vias aéreas superiores.

Dormir de barriga para cima aumenta as chances de a pessoa roncar / Crédito: Thinkstock Dormir de barriga para cima aumenta as chances de a pessoa roncar / Crédito: Thinkstock

Posição durante o sono: ao deitar de barriga para cima, a língua se posiciona na região posterior, reduzindo a área da orofaringe o que dificulta ainda mais a passagem do fluxo de ar.
Síndrome dos ovários policísticos: nesta doença ocorre maior nível de androgênios circulantes, os quais propiciam um maior depósito de gordura e maior relaxamento dos músculos dilatadores da faringe.

Diagnóstico

De acordo com a especialista, o primeiro passo do diagnóstico é verificar se o ronco está ou não associado a apneias ou hipopneia. “É feito um exame físico para buscar as causas possíveis do ronco e um exame criterioso da orofaringe e a avaliação da posição da língua, do tamanho das tonsilas palatinas, da úvula e do palato mole”, esclarece ela.

Tratamento

Segundo a médica, as medidas clínicas simples que podem ser indicadas para evitar o problema são a perda de peso em paciente, orientações para evitar bebidas alcoólicas, cafés, chá preto, verde ou mate, se alimentar e realizar exercícios físicos antes de deitar, assistir televisão, escutar rádio ou usar o computador.
“É indicado uso de aparelho intra-oral que corrige os sintomas de ronco e apneias. Em casos mais, é indicado uma máscara facial de pressão positiva que impulsiona o ar para a via aérea superior”, completa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário