Quem nunca teve uma noite de sono mal dormida e, no
dia seguinte, acordou irritado, indisposto, com dor de cabeça e
sonolência excessiva? É claro que muitas pessoas já experimentaram
dessas sensações alguma vez na vida. No entanto, privar-se do sono,
independentemente do motivo, é algo que merece atenção, uma vez que a
falta de repouso adequado pode trazer sérias consequências à saúde.
A apneia é definida como a interrupção da respiração,
podendo levar à queda de oxigênio no sangue e a despertares. Ela pode
ser provocada por alterações anatômicas e pela diminuição de atividade
dos músculos dilatadores da faringe. A obesidade é um dos fatores que
agrava o quadro do distúrbio, levando ao estreitamento das vias
respiratórias superiores. Entre os sintomas frequentes da apneia estão o
ronco e a sonolência diurna.
De acordo com o otorrinolaringologista Marcelo Miguel
Hueb, o diagnóstico envolve a coleta minuciosa de dados clínicos e da
história do paciente, sendo ainda muito importantes as informações
fornecidas pelo cônjuge ou pelos responsáveis, no caso de crianças. “O
exame físico dessas pessoas envolve a avaliação completa da via aérea
superior, inclusive com o auxílio de exames endoscópicos ambulatoriais
e, eventualmente, com a realização de exames complementares de
laboratório e de imagem. O principal para esse diagnóstico é a
polissonografia, que consiste na avaliação de vários parâmetros durante o
sono do paciente. O exame pode ser realizado em clínicas ou, mais
confortavelmente e com resultados confiáveis, em nível domiciliar”,
esclarece.
Em relação à prevenção, o especialista ressalta que bons
resultados são obtidos com orientações simples. “A prevenção deve ser
iniciada já na infância, criando-se o hábito de dormir em horários mais
regulares, com pleno relaxamento físico e mental, sem a ingestão de
bebidas alcoólicas ou ingestão alimentar excessiva e em melhor
posicionamento, com travesseiro baixo e evitando deitar de barriga para
baixo. Apesar disso, muitas pessoas necessitam de outras medidas, como o
tratamento das obstruções respiratórias, ideal ainda na infância para
que não se desenvolvam alterações estruturais futuras”, afirma Hueb. Ele
lembra que também o controle de disfunções hormonais e metabólicas,
além do peso, e a realização de atividades físicas regulares servem de
prevenção.
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