quarta-feira, 23 de abril de 2014

Síndrome da apnéia obstrutiva do sono

http://3.bp.blogspot.com/-4empYAYDAPo/UhBZlRLAY2I/AAAAAAAAByo/gGlUw2kj_7Q/s1600/Roncando.jpg
A  apnéia obstrutiva do sono, melhor chamada de síndrome (conjunto de sinais e sintomas) da apnéia obstrutiva do sono (SAOS), é caracterizada por um estreitamento recorrente , completo ou parcial, das vias aéreas respiratórias superiores durante o período do sono. 
O resultando deste processo são períodos de apnéia (falta total da respiração) durante a noite, queda dos níveis de oxigênio no sangue, despertares frequentes e, como consequencia, sonolência e fadiga durante o dia.Durante o sono, as alterações da respiração devem durar pelo menos dez segundos, podendo  ser de três tipos :  apnéias obstrutivas (ocorre uma completa obstrução das vias aéreas superiores e o fluxo de ar é interrompido , mesmo com um esforço respiratório contínuo), apnéias centrais (falta um estímulo do sistema nervoso central para que a respiração ocorra) e as hipopnéias (ocorre uma redução transitória e incompleta do fluxo de ar em pelo menos 50%, em relação ao fluxo aéreo normal, podendo ser de causa central ou obstrutiva).
Causas: 
A apnéia obstrutiva do sono,  têm sido associada aos seguintes fatores:  história familiar, obesidade, aumento da circunferência do pescoço , anormalidades das estruturas da garganta , aumento da relação cintura-quadril (depósito de gordura na região central do corpo, ou seja , acima da cintura), hipotireoidismo (falta de hormônio da tireóide), diabete melito, acromegalia (excesso do hormônio de crescimento), insuficiência renal crônica, gravidez, roncos, entre outros. 
A presença da apnéia obstrutiva do sono é  muito maior em pacientes com hipertensão arterial, pois há uma série de fatores de risco comuns, como a obesidade, sexo masculino e roncos . Estudos recentes sugerem que 40% dos indivíduos com hipertensão arterial  apresentam apnéia obstrutiva do sono.
Diagnóstico: 
Apesar de alguns estudos indicarem que a apnéia obstrutiva do sono seja uma doença relativamente comum, é freqüentemente não diagnósticada pelos médicos. O não reconhecimento da apnéia obstrutiva do sono é preocupante, devido as complicações associadas e ao risco de morte súbita nos pacientes com a doença.
A  apnéia obstrutiva do sono pode ser suspeitada em um paciente , quando  sua companheira (o) ou familiar, relata que  este ronca e para de respirar à noite  além, da menção de sonolência durante o dia. Este diagnóstico clínico isolado é capaz de detectar a doença em apenas 50-60% dos casos. A confirmação definitiva da apnéia obstrutiva do sono (95% de sensibilidade) é feita através do estudo do sono ou  polissonografia. 
Este exame é uma monitorização do sono do paciente em ambiente calmo e apropriado, sendo monitorizados o eletroencefalograma, eletromiograma, eletrocardiograma , concentração de oxigênio no sangue, fluxo de ar, esforço respiratório , freqüência cardíaca e a pressão arterial. A polissonografia avalia o número e a duração das apnéias e hipopnéias , classificando a SAOS em três graus: leve, moderado e severo.
Complicações:
Os portadores  da apnéia obstrutiva do sono  , apresentam um significativo prejuízo em sua qualidade de vida. Sonolência diurna, fadiga, dor de cabeça e indisposição geral, são queixas comuns nesses pacientes. Nos últimos anos, o interesse no estudo da apnéia obstrutiva do sono  tem se voltado para sua identificação como um fator de risco  para o surgimento de outras doenças.
A doença que tem sido mais estudada e correlacionada com aapnéia obstrutiva do sono é a hipertensão arterial. Hoje a apnéia obstrutiva do sono é considerada como uma causa curável de hipertensão arterial. Doenças como o  infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca , arritmias cardíacas, derrame cerebral, acidentes automobilísticos  entre outras, têm sido associadas a apnéia obstrutiva do sono, porém sem o mesmo nível de evidência que os estudos com hipertensão arterial.Têm sido descritos casos de morte súbita em portadores da apnéia obstrutiva do sono
Tratamento:
O tratamento da apnéia obstrutiva do sono , visa melhorar a qualidade de vida do paciente , bem como evitar o aparecimento de complicações associadas à doença.Em portadores de hipertensão arterial, o tratamento da SAOS pode diminuir a pressão arterial ou até mesmo normalizá-la. O risco de um infarto do miocárdio ou derrame cerebral também diminui com o tratamento dessa enfermidade. 
Além de medidas gerais , como a redução do peso e evitar a ingesta de álcool e tranqüilizantes, o tratamento da apnéia obstrutiva do sono depende de sua gravidade. Casos leves e moderados podem ser tratados através de uma prótese dentária , moldada e ajustada de acordo com o paciente , facilitando a respiração à noite. Em casos graves a opção inicial é por uma máscara que injeta ar durante à noite , através de uma pressão positiva contínua (CPAP). A cirurgia (uvalopalatoplastia) está em desuso , pois seus resultados são inferiores ao do CPAP.

Nenhum comentário:

Postar um comentário