Veja como cada um deles protege a pele contra a ação do sol e para quem são mais indicados
O primeiro protetor
solar disponibilizado comercialmente surgiu em 1928, nos Estados
Unidos. Porém, durante muito tempo pouca ou nenhuma atenção foi dada aos
agentes fotoprotetores. Apenas em 1943, um filtro químico, o PABA
(ácido para-aminobenzoico) foi patenteado como primeiro filtro solar
estabelecido. No entanto foi na década de 1970 que ocorreu a
popularização dos agentes fotoprotetores, primeiramente do tipo UVB. Os
filtros protetores para UVA surgiram na década de 1980 e 1990, com os
filtros físicos: dióxido de titânio e óxido de zinco, respectivamente.
O protetor solar é um
produto destinado a bloquear o sol e proteger ou abrigar as células da
pele contra os efeitos nocivos da radiação ultravioleta, dentre os mais
importantes deles: a queimadura solar e o câncer de pele. Essas
medicações de uso local apresentam diversas formulações diferentes que
contêm produtos e ingredientes que são capazes de reduzir os efeitos
danosos da radiação solar.
Os mecanismos básicos
através dos quais essas substâncias agem são: reflexão, dispersão e
absorção da luz ultravioleta. Além disso, podem ser classificados em
filtros físicos e químicos.
Entenda a diferença
Os filtros físicos, também
conhecidos como inorgânicos, são partículas derivadas de metais, ou
óxidos metálicos, que atuam através de mecanismos ópticos, refletindo ou
dispersando os raios solares. Os principais filtros físicos são o óxido
de zinco e dióxido de titânio. Atualmente, eles estão disponíveis
também em nanopartículas, o que confere uma coloração mais discreta do
que a das formulações anteriores, que deixavam a pele com aspecto
esbranquiçado ou acobreado. Em geral, eles são associados aos filtros
químicos ou orgânicos para uma melhor cobertura em relação ao espectro
de raios ultravioleta. A vantagem desse tipo de filtro é que são mais
estáveis e pouco penetram a pele, sendo ideais para os pacientes
alérgicos e com sensibilidade cutânea elevada.
Já os filtros químicos são
moléculas que absorvem a radiação ultravioleta, através de reações
químicas, "entrando" na frente dos pigmentos cutâneos em sua avidez por
energia solar. Dessa maneira, eles absorvem essa radiação, impedindo que
ela atinja as células da pele. Dependendo da faixa que cada molécula
atue, ele será considerado um filtro solar de amplo espectro (atua na
faixa do UVA e UVB) ou exclusivo UVA ou UVB. Em geral, os filtros
solares comercializáveis contêm mais de uma molécula para atuarem em uma
faixa mais ampla. No entanto, em relação aos filtros físicos, eles
possuem uma menor estabilidade, visto que "saturam" a sua capacidade de
absorver energia ao longo do tempo, necessitando reaplicações
frequentes, caso a exposição se prolongue. Além disso, esse filtro solar
pode penetrar a pele e reagir com ela, levando a reações alérgicas e
fotoalérgicas (deflagradas pelo próprio sol).
Quem deve usar cada um dos tipos
Pelo exposto acima, fica
claro que os filtros físicos são os mais adequados para gestantes e
crianças, além de os já mencionados pacientes com alergia prévia a
filtros solares e aqueles de pele sensível ou sensibilizada por
procedimentos dermatológicos.
No entanto, para os
pacientes que não tenham esse tipo de restrição ou que apresentem
doenças cutâneas tais como: câncer de pele prévio, urticária solar,
lúpus, manchas de pele e pele muito clara, que sofre com queimaduras
solares, o filtro solar de amplo espectro pode ser mais indicado, e os
filtros químicos, associados ou não aos físicos, são uma alternativa
mais interessante. Pacientes com pele morena, ou extremamente oleosa, se
beneficiam dos filtros químicos, sendo que, nesses últimos, podemos
optar por uma associação dessas substâncias com ingredientes que
absorvem oleosidade, sem comprometimento da ação fotoprotetora.
Fator de proteção solar
Mas não importa o tipo de
protetor, o FPS (fator de proteção solar) segue o mesmo princípio. Ele
quantifica a proteção que um determinado produto é capaz de oferecer, em
termos de tempo de exposição, contra a queimadura solar se comparado à
exposição desprotegida. Assim, se um determinado protetor apresenta o
valor de FPS 30, isso significa, na prática, que é necessária uma
exposição solar 30 vezes maior para produzir vermelhidão na pele, quando
comparada à situação em que este usuário estaria sem o produto.
No entanto, esse tempo
sofre forte influência de fatores pessoais e ambientais, como a resposta
individual à queimadura, na qual o tipo de pele é importante ? peles
mais claras reagirão antes do que peles mais escuras, por exemplo. Ainda
devem ser levados em consideração: o índice ultravioleta (IUV) daquele
dia, o horário da exposição, a região do corpo e o tipo de solo onde
está o indivíduo (areia fina e branca reflete mais o sol do que o piso
da piscina, por exemplo).
Por esse motivo é
fundamental atentar para a orientação médica sobre a necessidade de
reaplicação do filtro solar, que deve ser individualizada de acordo com
os fatores mencionados acima e também de acordo com a presença ou não de
doença ou condição da pele do paciente.
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