Apneia do sono pode ser fator de risco para outras doenças crônicas.
Ronco frequente e alto à noite, sonolência excessiva durante o dia,
isso já pode ser sinal, em 90% dos casos, de Síndrome de Apneia
Obstrutiva do Sono (SAOS), doença crônica, evolutiva e com alto grau de
mortalidade.
Existem dois tipos de apneia do sono, a Central – causada por uma
disfunção do sistema nervoso central, e que é mais rara – e a Obstrutiva
– mais comum e que pode ter uma das causas na obesidade.
A apneia obstrutiva é marcada pelo fechamento da via aérea por alguns
períodos durante o sono, em função de vários fatores (por exemplo,
flacidez dos tecidos da garganta), fazendo com que a pessoa pare de
respirar por um período de, no mínimo, 10 segundos.
Sintomas
Alguns sinais são típicos deste tipo de síndrome – roncos, paradas visíveis da respiração durante o sono e sonolência excessiva durante o dia. Outros sintomas podem estar presentes como:- acordar com sensação de sufocamento
- despertar frequente durante a noite
- refluxo gastroesofágico
- boca seca ao acordar
- sono não reparador, o que provoca a sensação de fadiga diurna
- perda progressiva da memória e dificuldade de concentração
- sudorese noturna
- diminuição da libido
- impotência sexual
- dor de cabeça matutina
- depressão
- irritabilidade
Como diagnosticar?
Fique atento se pessoas que dormem ao seu lado começam a reclamar
frequentemente do seu ronco; se você for obeso, isso é mais um sinal de
alerta: procure logo um especialista para o diagnóstico correto.
O exame que determina a doença é chamado de polissonografia, que
consiste no registro de diversos parâmetros fisiológicos durante o sono –
atividades cerebral e muscular, movimentos oculares, respiração, teor
de oxigênio, eletrocardiograma, registro de ronco e posição corporal,
entre outros.
Estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) detectou, por
meio da polissonografia, que 38% da população de São Paulo possuem este
tipo de distúrbio.
Um problema de saúde pública
O que vem sendo percebido pela classe médica é que a apneia do sono
já pode ser considerada um problema de saúde pública, pois é uma doença
frequente e com alta taxa de mortalidade, devido ao aumento do risco de
hipertensão arterial (pressão alta), acidente vascular cerebral (AVC),
infarto do miocárdio, acidentes de trânsito (em razão da sonolência
excessiva provocada pelas noites mal dormidas), entre outros problemas.
Segundo a Federação Internacional de Diabetes, 40% dos portadores de
apneia são diabéticos. Contudo, quando a SAOS é tratada desde o início,
pode diminuir a glicemia de jejum e facilitar o controle do diabetes no
longo prazo.
Outra doença que pode vir associada à apneia é a obesidade, já que a
qualidade do sono é fator determinante tanto para o stress quanto para a
depressão, já que pessoas que não dormem bem não conseguem se
exercitar. Logo, ficam obesas com mais facilidade.
Tipos de tratamento
O objetivo de tratar a apneia do sono é fazer com que as vias
respiratórias sejam desobstruídas. Em muitos casos, o simples
emagrecimento faz com que a doença desapareça.
"Considerado o tratamento "ouro" para a apneia grave, a utilização de
uma máscara conectada a um compressor de ar (CPAP), provoca pressão
positiva que força a passagem de ar por meio da via aérea superior
durante à noite. Para tipos de apneia leve ou moderada, existem
aparelhos intraorais (que posicionam a mandíbula mais para frente,
desobstruindo a passagem do ar)", explica a neurofisiologista do
Einstein, Dra. Stella Tavares.
Para pacientes que não tiveram bons resultados com o uso de CPAP ou
que possuem alguma anormalidade anatômica, pode se feito um tratamento
cirúrgico para remover obstáculos e corrigir esses distúrbios.
Dicas para amenizar os sintomas
- perder peso
- evitar bebidas alcoólicas no mínimo quatro horas antes de dormir
- evitar dormir de costas (barriga para cima)
- não fazer refeições pesadas antes de dormir
- evitar bebidas cafeinadas, no mínimo quatro horas antes de dormir
- parar de fumar
- não comer no meio da noite
- procurar manter um horário relativamente constante para dormir e acordar
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