 
 
A 
confirmação de que o vírus da zika está relacionado com a microcefalia 
(má-formação do cérebro) em bebês e pode aumentar as chances de doenças 
neurológicas em adultos vem causando preocupação na população. O UOL consultou infectologistas e virologistas e o Ministério da Saúde para responder as principais dúvidas sobre o assunto.
 O vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti,
 o mesmo que transmite também os vírus da dengue e da febre chikungunya,
 e tem também sintomas parecidos com os da dengue, mas intensidades 
diferentes. No entanto, apenas 20% dos infectados apresentam os 
sintomas. 
Diagnóstico
 Por enquanto, o diagnóstico é 
feito normalmente pelos sintomas (clínico). O método, no entanto, é 
impreciso visto que dengue, zika e chikungunya têm sintomas muito 
parecidos. Os pesquisadores estão desenvolvendo testes sorológicos 
eficientes, que possam identificar se a pessoa já teve o vírus da zika 
pelos anticorpos do seu corpo. Até o momento, os que temos são 
imprecisos. 
 É possível realizar um exame genético para 
confirmar a presença do vírus no sangue dos pacientes. Contudo, esse 
exame é caro, demorado e restrito, pois só é capaz de detectar o vírus nos primeiros dias de sintomas.
Saiba mais sobre zika e microcefalia

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O que é o vírus da zika?
 A zika é um vírus do gênero Flavivirus transmitido pela picada no 
mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite os vírus da dengue e do 
chikungunya. Há duas linhagens da zika, uma de origem africana e outra 
de origem asiática, a última predominante no Brasil 

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Quais são os sintomas da zika?
 Apenas um em cada cinco pessoas contaminadas apresentam sintomas: dores
 e manchas pelo corpo, olhos vermelhos e febre. Na zika, a vermelhidão e
 as manchas no corpo são mais acentuadas, na dengue as dores no corpo 
costumam ser mais fortes e no chikungunya há fortes dores articulares 

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A zika é passada pelo sexo?
 A transmissão principal do vírus é pela picada do mosquito Aedes 
aegypti. Mas, houve não só a identificação do vírus no sêmen como os EUA
 registraram um caso de uma possível transmissão por relação sexual por 
uma pessoa que contraiu o vírus em viagem à Venezuela. Estudos estão 
sendo feitos para comprovar esse tipo de transmissão, mas, enquanto não 
há provas cientificas, os EUA pediram o uso de preservativos às pessoas 
que tenham viajado recentemente para regiões com circulação do vírus 

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Zika é transmitida pela urina e saliva?
 Um estudo feito pela Fiocruz detectou a presença do vírus ativo, ou 
seja, com potencial de infecção, na saliva e urina em dois pacientes com
 sintomas compatíveis com a doença. A transmissão, no entanto, ainda não
 foi confirmada. A pesquisa sugere que outras formas de transmissão 
precisam ser investigadas. 

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Tem tratamento para a zika?
 Não. Assim como na dengue, os sintomas são tratados com remédios para 
dor e para diminuir a febre, já que os sintomas somem em sete dias, em 
média 

6
Como prevenir a zika?
 Elimine focos de água parada em casa e no trabalho, onde as larvas do 
"Aedes aegypti" crescem e viram mosquitos. Use mosquiteiros, calças e 
mangas compridas em locais com muitos mosquitos e permita a entrada de 
agentes da vigilância sanitária para destruir focos com inseticidas e 
larvicidas 

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Já tive dengue. Tenho menos chance de ter zika?
 Por serem vírus diferentes, há relatos de pessoas que contraíram tanto a
 dengue como a zika. Até o momento, os cientistas acreditam que o humano
 não fica imune à zika depois de contrair dengue. Ainda não se sabe se a
 pessoa se torna imune ao vírus após contrair zika uma vez 

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Existe uma vacina contra a zika?
 Por enquanto não. O processo para a criação de uma vacina é muito longo
 e pode levar anos. Brasil e Estados Unidos fecharam um acordo para 
acelerar a produção de uma vacina conjunta contra o vírus da zika. Mas, 
no cenário mais otimista, o produto estará no mercado somente em três 
anos. 

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Crianças e adultos com zika podem sofrer sequelas neurológicas?
 Já foi comprovada que a infecção pela zika em gestantes tem associação 
com casos de microcefalia e lesões neurológicas nos fetos. O vírus 
também está associado ao aumento de casos de síndrome de Guillain-Barré,
 uma doença autoimune que provoca paralisia muscular. Cientistas estudam
 a relação do vírus com outras doenças do sistema nervoso, como a 
mielite e a encefalite 

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Há exames que comprovam a zika?
 O exame mais utilizado para diagnosticar a zika é o PCR (Reação de 
cadeia de polimerase), usado para detectar dengue no material genético e
 que pode indicar zika por exclusão. Neste exame, a zika só é detectada 
em até cinco dias após a contaminação. O teste no entanto é caro e 
restrito. A Anvisa liberou em fevereiro o registro de dois exames que 
dizem detectar com apenas um teste os vírus de dengue, chikungunya e 
zika 

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Os casos de microcefalia estão relacionados com vacinas?
 Boato. De acordo com a Sociedade de Pediatria de São Paulo, as vacinas 
de rubéola nunca são aplicadas em gestantes. Nenhuma vacina aplicada em 
gestantes contém vírus ou agentes vivos, segundo o Ministério da Saúde 

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O vírus da zika é responsável pelo aumento de casos de microcefalia?
 O Ministério da Saúde confirmou a associação entre o vírus da zika e o 
surto de microcefalia na região Nordeste, após resultado de exame de um 
bebê cearense, que nasceu com microcefalia e outras más-formações 
congênitas, ter apresentado o vírus em amostras de sangue e tecidos. A 
situação é inédita na pesquisa científica mundial e ainda é estudado se 
outros fatores influenciam para a má-formação 

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O que é a microcefalia?
 A microcefalia é uma má-formação congênita, em que o cérebro não se 
desenvolve de maneira adequada. Neste caso, os bebês nascem com o 
tamanho da cabeça menor que o normal, que habitualmente é superior a 32 
cm. Nos casos estudados, ela geralmente vêm associada a lesões 
cerebrais, que acarretam problemas no desenvolvimento, com limitações 
para falar, andar, escutar, e ainda algum grau de deficiência 
intelectual 

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Quais as causas da microcefalia?
 A má-formação congênita pode ser efeito de uma série de fatores de 
diferentes origens, como uso de substâncias químicas e agentes 
biológicos (infecciosos), como bactérias, vírus e radiação durante a 
gravidez 

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Como as grávidas podem se prevenir contra a zika?
 Use repelentes, roupas de manga comprida e evite acumular água parada 
em casa ou no trabalho. Não use remédios sem prescrição e faça um 
pré-natal qualificado, com todos os exames previstos. Procure um médico 
se sentir qualquer um dos sintomas apontados e se pretende viajar para 
áreas endêmicas 

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Qual período da gestação é mais suscetível à ação do vírus?
 Um estudo feito com gestantes do Rio de Janeiro encontrou fetos com 
lesões neurológicas após infecção em diferentes estágios da gravidez. 
Por isso, o cuidado para não entrar em contato com o mosquito Aedes 
aegypti é para todo o período da gestação 

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Qual o tratamento para a microcefalia?
 Não há tratamento específico. Existem ações de suporte que podem 
auxiliar no desenvolvimento do bebê e da criança. Como cada criança 
desenvolve complicações diferentes --entre elas respiratórias, 
neurológicas e motoras-- o acompanhamento por diferentes especialistas 
vai depender de suas funções que ficarem comprometidas. No SUS (Sistema 
Único de Saúde) estão disponíveis serviços de atenção básica e de 
reabilitação, além de exames e colocação de órteses e próteses 

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É possível detectar lesões neurológicas apenas com ultrassonografia?
 Sim. No entanto, somente o médico que está acompanhando a grávida poderá indicar o método de imagem mais adequado 

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Quantas pessoas que têm zika desenvolvem Guillain-Barré?
 Segundo a Fiocruz, em áreas onde se tem documentado epidemia de zika 
(como na Polinésia Francesa e no Brasil), houve um aumento de pessoas 
com a Síndrome de Guillain-Barré. No entanto, ainda não foi estabelecida
 uma relação causal direta entre a infecção com o vírus e SGB 

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Como é feito o diagnóstico da microcefalia?
 Após o nascimento do recém-nascido, os profissionais fazem uma medição 
da cabeça do bebê, que deve ser repetida 24 horas após o nascimento. A 
medição serve como indício de lesões neurológicas na criança, essas são 
confirmadas por exames de imagens, como o ultrassom ou a tomografia 
 
 
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