 
 
"O inverno chegou e com ele o aumento das infecções 
respiratórias. Nesta época do ano é importante uma boa alimentação e a vacinação 
preventiva.  A principal doença respiratória aguda que também pode ser severa, 
resultando em risco de vida e que aumenta a sua incidência nos meses de 
inverno é a Gripe."
A Gripe é considerada, para o a maioria das pessoas e também para muitos 
clínicos, uma doença banal e sem grande importância. Mas ao contrário do que se 
pensa, ao longo dos séculos a gripe têm feito muitas vítimas. Atualmente cerca 
de 15% da população é anualmente atingida pelo vírus influenza e estima-se que 
ocorram de 10 a 15 mil mortes por ano no Brasil por quadros iniciados pela gripe 
e que acabam derivando em pneumonias ou descompensando doenças crônicas, como as 
cardíacas ou a diabetes, ou outras doenças pré-existentes.
A gripe é uma doença respiratória aguda, causada pelo vírus Influenza (A e 
B). É transmitida por via aérea e ocorre em surtos e epidemias em todo o mundo, 
a cada ano, principalmente durante os meses de inverno. 
Muitos confundem o resfriado com a gripe, mas são doenças diferentes, 
inclusive causadas por agentes diferentes. O resfriado pode ser causado por mais 
de 200 vírus diferentes, sendo o principal deles o rinovírus, e como já foi 
dito, a gripe é causada pelo vírus Influenza. Em geral, o resfriado é uma doença 
mais leve que a gripe. Vai atacando gradualmente a pessoa, com tosses 
irritativas, dores e cansaço leves. Coriza e dor de garganta são comuns e a dor 
de cabeça ocorre raramente. Já a gripe vem de súbito, é praticamente possível 
distinguir a hora exata em que ela começou, provocando tosse seca, febre alta 
(38oC ou mais), dores musculares fortes e mal-estar geral. Com pelo 
menos dois desses sintomas, já é possível ter praticamente 70% de certeza do 
diagnóstico de gripe. O período de incubação da gripe é de um a três dias e, no 
geral, os efeitos permanecem por uma semana, variando conforme o paciente. Outra 
importante diferença entre o resfriado e a gripe, é que o risco de vida no 
resfriado é desconsiderado, enquanto na gripe ele é real.
Apesar da maioria das pessoas acreditar que a gripe e os resfriados resultem 
da exposição ao ar frio do inverno as pesquisas mais recentes mostram que os 
famosos "golpes de ar" possuem pouco ou nenhum efeito no desenvolvimento destas 
doenças - o problema está na queda da umidade (que favorece a proliferação dos 
vírus) e na maior aglomeração de pessoas em locais mal-ventilados. Dieta, 
exercícios e amígdalas aumentadas também não parecem relacionar-se com o aumento 
da susceptibilidade. Por outro lado, estresse emocional, doenças das vias aéreas 
superiores (desvio de septo, adenóides, etc) e irregularidades no ciclo 
menstrual aumentam o risco de acometimento. 
A maior preocupação na gripe é quanto as suas complicações. As principais 
complicações da gripe são a pneumonia produzida pelo próprio vírus (primária), 
pneumonia bacteriana, sinusite, bronquite, acometimento do sistema nervoso 
central. As complicações da gripe podem acontecer em qualquer idade, contudo, os 
idosos e as pessoas com problemas crônicos de saúde (como enfisema ou diabetes) 
apresentam uma probabilidade muito maior de desenvolver complicações mais 
sérias.
Cuidados (prevenção e tratamento)
A melhor forma de prevenir a gripe e suas complicações é através da 
vacinação. Outra importante maneira de prevenir a gripe, e muito menosprezada, é 
lavar as mãos freqüentemente, evitando contato com os olhos, nariz e boca. Não 
há evidências científicas que comprovem que a vitamina C possa prevenir a gripe.
E para enfrentar a gripe, mantenha uma alimentação saudável, beba bastante 
líquido, durma bem e descanse. Em caso de febre e dor pode-se utilizar 
analgésicos e antitérmicos. E consulte seu médico sempre! 
Existem atualmente no mercado drogas antivirais que se administradas nos 
primeiros dois dias após o aparecimento dos sintomas, prometem abrandar a 
severidade e reduzir a duração da gripe. Mas lembre-se que todo medicamento deve 
ser prescrito pelo médico.
A vacina contra gripe previne a infecção ou suas complicações. Consiste em 
preparados de vírus inativos que crescem em ovos. Selecionam-se anualmente os 
vírus da Influenza A e B esperados para cada temporada, por isso a necessidade 
de revacinação anual, pois os vírus se modificam a cada ano. A vacina tem 
efeitos adversos muito raros e é efetiva em aproximadamente 95% dos casos. O 
pico de anticorpos, ou seja, a proteção máxima contra o vírus Influenza, ocorre 
em 3 a 4 semanas após a vacinação, isso justifica a prudência de uma campanha 
programada para ocorrer entre os meses de abril e junho, época de circulação 
viral máxima da infecção no Brasil. A proteção conferida pela vacina tem duração 
de aproximadamente 1 ano.
Quem deve ser vacinado:
- Toda pessoa maior de 6 meses de idade compreendida nos grupos de alto risco (doenças crônicas associadas como insuficiência cardíaca, bronquite crônica, asma, fibrose cística, etc; e pacientes com diabetes, insuficiência renal, imunossupressão ou enfermidades do sangue).
- Trabalhadores de saúde em contato com pacientes de alto risco.
- Qualquer pessoa que deseje reduzir as possibilidades de adoecer de gripe durante o inverno.
- Maiores de 65 anos, em especial residentes de clínicas geriátricas ou outras internações crônicas.
- Mulheres que estão no 2o ou 3o trimestre de gravidez durante o outono ou inverno (época de influenza).
Contra indicações para a vacinação:
- Alergia ao ovo.
- História de reação adversa severa após a dose anterior.
- Alergia a outros componentes da vacina.
- Enfermidade febril ativa (deve esperar-se até que os sintomas se resolvam); um resfriado comum não é contra-indicação.
Cuide-se para que essa indesejável visitante do inverno não atrapalhe os 
  bons momentos dessa estação!
 
 
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