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dos homens têm esse problema, contra 10% das mulheres. Mas quem produz o
 barulho também sofre, muitas vezes sem saber. Isso porque ele pode 
indicar um distúrbio mais grave: a apneia do sono, que provoca pequenas e
 constantes paradas respiratórias durante a noite.
 Para aprofundar as causas e consequências desse transtorno, que muitas 
vezes também desencadeia alterações cardiovasculares, o Bem Estar desta 
terça-feira (31) convidou o cardiologista Roberto Kalil e a neurologista Dalva Poyares, do Instituto do Sono  e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

 A apneia também leva a microdespertares, uma forma de o cérebro forçar o
 indivíduo a respirar. Alguns têm flacidez nos músculos da faringe e, 
quando deitam, o palato mole (“campainha”) vai para trás e obstrui ainda
 mais a passagem do ar.
 Beber demais e estar cansado pode piorar o ronco, pois há um maior 
relaxamento dos músculos da garganta. Um exame chamado polissonografia, 
que grava e monitora o sono, é o mais indicado para diagnosticar apneia.
 Ele é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas as filas 
costumam ser grandes.
 Dormir com um oxímetro (aparelho que mede a oxigenação) já ajuda o 
médico a verificar se o paciente tem falta de oxigenação durante a 
noite. Casos graves podem ser resolvidos com o uso de um aparelho que 
fornece oxigênio por meio de uma máscara. Mas esse equipamento é de 
difícil acesso pelo SUS e até pelos planos de saúde. As cirurgias de 
garganta, por sua vez, são eficientes apenas em casos bem específicos e 
com a técnica adequada.
 Deitar de lado em geral ajuda a melhorar a apneia. Já a posição de 
barriga para cima favorece a obstrução do ar. Uma dica é usar um 
travesseiro comprido (aquele de abraçar com braços e pernas) e prender 
uma bolinha de tênis nas costas do pijama, para que a pessoa se sinta 
desconfortável e durma sempre de lado.
 O programa desta terça também mostrou a história do motoboy Sandro 
Serrano, que parava de respirar 582 vezes por noite, o equivalente a 77 
vezes por hora e mais de uma vez por minuto. A mulher dele se assustava 
com a cena repetida, que sempre era seguida por um ronco alto.
 
 
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