
No inverno, dormir é um convite quase irrecusável. No entanto, para 
quem ronca — ou, pelo menos, para aqueles que dormem ao lado de quem 
ronca — , a hora do sono pode não ser tão convidativa assim. Por causa 
da maior probabilidade de gripes, resfriados e alergias respiratórias 
que causam obstrução nasal, como sinusites e rinites, o problema tende a
 se agravar nesta época do ano, tornando as noites frias bem 
barulhentas.
— Se a pessoa for alérgica ou estiver gripada, vai 
respirar mais pela boca e o ronco vai piorar — diz o pneumologista José 
Roberto Zimmerman, da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro.
Segundo
 o médico, praticamente todos que roncam têm algum grau de obstrução 
nasal, associada a outros fatores que aumentam a predisposição ao 
problema. Há ainda os pacientes que sofrem de apneia do sono, da qual o 
ronco é um sintoma.
Tratar a apneia ou outros agentes que 
influenciam a ocorrência de ruídos, como obesidade, sinusites e rinites,
 ajuda a controlar o ronco. Outra opção é a cirurgia de 
uvulopalatofaringoplastia, indicada para quem tem flacidez em músculos 
da boca e da garganta.
— Partes desses músculos com tônus 
diminuído vibram quando a pessoa respira, causando o ronco. Tirando-as, o
 problema melhora — explica Zimmerman.
De acordo com o 
cirurgião-dentista Sergio José Nunes, pessoas que têm distúrbios 
respiratórios decorrentes da passagem da faringe estreita podem fazer a 
cirurgia ortognática. O procedimento avança a mandíbula (em alguns 
casos, também a maxila) para liberar o trânsito de ar. A outros 
pacientes com o mesmo problema, é recomendado o uso de um aparelho 
intraoral para dormir, que posiciona a língua de modo que ela não 
bloqueie a passagem de ar.
Depois de ouvir de diversas reclamações
 sobre seus roncos, o contador Flávio Cotta, de 41 anos, vai procurar um
 médico para investigar a causa do problema.
— Não é algo que 
chega a me incomodar, mas sei que é chato. Minha preocupação principal é
 com a minha respiração, que é muito pesada — diz o contador.
 
  
 
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